Ameaça

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Angelique Beaumont

A audiência no tribunal acabou. Foi horrível. Quando eu cheguei tinha muitos fotógrafos na porta, e até mesmo repórteres. Entendia que agora eu fazia parte de uma família rica e que as fotos para a campanha da grife de joias tinha m me colocado em um status de "celebridade", mas isso tudo ainda era muita loucura para mim...

Eles me bombardearam com perguntas e com muitos flashes. Quando eu entrei, tudo pareceu ficar um pouco melhor, mas não muito, o que era esperado já que era um julgamento. O Bart me acompanhou juntamente com a minha mãe. Christopher não veio. Bart achou melhor.

Como o esperado eu fui considerada culpada.

A audiência não tinha sido grande até porque eu não era uma serial killer. Foi realizada em um sala de tamanho normal, apenas com o meu advogado, a juíza, o promotor, a escrivã e os meus pais.

Eu teria que pagar uma multa e fazer trabalho voluntário em um asilo. Eu teria que fazer o entretenimento dos idosos e ajudar na limpeza.

A volta para casa é que foi mais tensa. No carro, Bartholomew começou a falar sobre eu ir para o colégio interno...

— No início da semana eu farei a doação para esse asilo. Aproveitaremos para organizar tudo durante a semana, você se despede das suas colegas e então nós vamos no próximo feriado para a Bélgica — Bartholomew disse e se virou para me encarar.

Eu estava sentada entre ele e a minha mãe atrás do carro espaçoso.

— Não vai precisar limpar chão nenhum nesse asilo, mas vai aprender muito com as freiras. Esse colégio tem um ensino bem rigoroso, mas é ótimo, vai te ensinar a ter mais limites, e vai ser bom para o seu futuro também.

Eu acho que prefiro fazer a limpeza do asilo.

— Celina falava várias línguas, e ela aprendeu tudo lá nesse colégio — Ele não parava de falar e tudo o que eu queria era que ele ficasse em silêncio... — É claro que você não vai aprender tanto em seis meses, mas tenho certeza de que vai chegar de lá falando pelo menos o básico de mais umas duas línguas. Você já fala duas, vai ser uma poliglota.

— E você vai conhecer um país novo — Mamãe disse e sorriu para mim.

Eu não sorri de volta, eu não estava feliz, não tinha motivos para sorrir, eu estava longe de estar feliz.

— Não acho isso certo... — Eu disse e tive a atenção deles em mim — Bart, você pode doar o dinheiro para o lugar, mas não para comprar a minha liberdade... Não é certo... — Franzi o cenho para o meu padrasto — Eu faço questão de trabalhar lá. Quero pagar pelo que eu fiz.

O maior motivo de querer fazer o trabalho voluntário na verdade era poder ficar em Londres.

— Não. Está fora de questão — Ele respondeu imediatamente sem nem ao menos hesitar. O Bart estava disposto a me mandar para longe.

Ele não confiava mais em mim.

— Filha, prefere lavar lençóis mijados do que ter uma boa educação e ir para a Bélgica? É uma grande experiência de vida! — A minha mãe tentou ver o lado positivo de tudo isso.

Mas ela sabe que eu não preferiria nem em mil vidas diferentes ir para a Bélgica. E se eu for, isso vai significar deixar o caminho livre para a Kira.

Eu não sei o que pode acontecer com a minha ausência... Ele pode se apaixonar por ela. Ele vai pelo menos se envolver de alguma forma... Não necessariamente com ela, com qualquer outra pessoa. Porque não são apenas semanas, são meses que eu estarei longe, do outro lado do oceano.

Cicatrizes de Ouro (Grátis até final de dezembro 2022)Where stories live. Discover now