14. lute por uma tarde inteira - pt.3

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no capítulo anterior:

Todos os três eram bons lutadores, mas o que eu me preocupava era Karlos, o "Limpador". Não só porque ele tinha uma ótima técnica e eu sabia o que eles estavam falando pelas minhas costas, mas porque ele também não tinha tirado os olhos de Iara.

     Engolindo seco e limpando o sangue que ainda saia do meu nariz, me preparei para o sorteio de quem ia lutar com quem, sabendo que eu não ia conseguir escapar de uma luta com ele.


14. lute por uma tarde inteira - pt.3

Uma das gurias que estavam dando voltas e outras voltas apareceu com um copo com alguns papéis. Eu ainda não entendia como que, com tanto dinheiro, ele simplesmente preferia fazer um sorteio com estilo de colegial ao invés de escolher logo. Comandava tudo aquilo, pra que aumentar a maldita ansiedade pra gente que nem ansiedade tinha?

Como todas as outras vezes, Alli agarrou a guria do seu lado, uma mão pousando na sua bunda.

— E aí lindinha, quer escolher? — Ele disse no ouvido da garota. Ela não tinha mais do que 20 anos e era claro o nojo no seu rosto por trás de um sorriso. Balançando a sua bunda na mão dele, ela pegou dois papéis.

— Zeus! — Ela balançou o primeiro papel e então foi abrir o segundo. — E Gustavo "Demolidor"!

Limpando a garganta, Alli largou a garota com um empurrão, não estava feliz com eu lutar com quem ele sabia que eu ganharia. Tudo aquilo só alimentava os meus pensamentos de que eles sabiam de algo que eu não tinha nem ideia.

— Então vamos às lutas! — Ele disse para os seus convidados, de braços abertos. Virando para nós quatro lutadores que continuávamos atrás dele, apontou para mim e para o meu oponente, estalando o dedão com o dedo do meio, em um comando de superioridade para que nós fossemos para nossos corners.

Olhando para Karlos, ele se arrastava para sair do ringue, saindo pelo outro lado, bem na frente de Iara. Ele demorou, encarando ela e acenando para Alli, que tinha voltado para o seu lugar.

Dentro de mim a vontade de pegar e engatar meu braço no seu pescoço, o sufocando até desmaiar era grande demais, mas eu estava preso ao meu treinador trocando as minhas faixas cobertas de sangue tentando limpar o meu rosto que já tinha alguns cortes maiores. Ele passou de novo vaselina nos lugares que poderiam cortar e terminou o que tinha para fazer, levando pra longe depois aquela mesma cara de Alli, rosto de quem estava esperando algo acontecer

Colocando meus ombros para trás, olhei para o outro lutador. Era menor que eu, pelo que tinha visto o seu alcance era menor e ele tinha uma mania incansável de tentar derrubar quem ele estava lutando com alguns chutes que Alli detestava.

Quando a juíza deu início a luta, ele mostrou saber muito bem o que fazer no momento em que não veio me bater. Aos poucos foi aquecendo, dançando no ringue e olhando diretamente para o meu rosto. Tentava descobrir o que eu ia fazer, mas não ia conseguir.

Indo um passo para a frente, nós ficamos nos movimentando no ringue, nunca deixando de ficar de frente um para o outro. Conforme fomos basicamente girando pelo ringue, achei um jeito de dar outro passo para a frente, esticando o braço e tendo o alcance perfeito para acertar o seu rosto.

Com o primeiro soco, ele acabou ficando irritado, vindo me atacar. Eu deixei ele me bater, aproveitando para dar um soco nele também. Vendo que eu não ficava tonto com o soco dele, decidiu ir para trás, mas aí eu já estava animado demais.

Seguindo ele, comecei a dar uma série de socos. Um jab, um gancho e outro de direita. Ele começou a se esquivar, então eu continuei tentando fazer ele ir para o poste ou para as cordas. Dando socos no plexo dele, tentando ferir as costelas e aumentando a sua dor.

Boa tarde, Zeus ✓Onde as histórias ganham vida. Descobre agora