Capítulo 2

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Oi pessoal. Desculpe por ontem, tive enxaqueca e nem lembrei daqui.



Neil

Chego a casa verifico Anne, que dorme tranquilamente. Dou um suave beijo em sua testa, fecho a porta e sigo para o banheiro.   Preciso de um longo e relaxante banho.

Mal o chuveiro esquenta já estou embaixo do jato morno. Ponho minhas mãos na parede e deixo a água cair forte pelas minhas costas.

Alguma coisa naquela bela mulher me atraiu, não posso continuar negando. Mas não sou digno dela, e mesmo que fosse não deveria. Tenho complicações e cicatrizes demais, que vêm acompanhadas de muita obscuridade ao longo do tempo.

Qualquer pessoa que se aproxima demais de mim, com certeza, sai machucada. E aquela jovem parece ter problemas suficientes para si mesma.

Possuir uma cegueira é fácil se comparada à escuridão que meu mundo pode trazer a ela. Comigo nunca haveria luz, o sol nunca brilharia.

Desligo o chuveiro, esfrego a toalha em meu corpo, como se o tecido felpudo pudesse apagar as marcas que ela deixou sobre mim. O que não surte nenhum efeito, é como se a ruiva deliciosamente encantadora, estivesse impregnada em mim.

Eu nem se quer a beijei, mas sinto como se cada célula dela, estivesse infiltrando por cada poro da minha pele.

Irritado com ferocidade de tais sentimentos, envolvo rapidamente atoalha em minha cintura e vou para o quarto, determinado a esquecer de tudo isso.

Ninguém pode ter tanto poder sobre outra pessoa em tão pouco tempo. Nenhuma mulher tinha conseguido isso, é utópico, absurdamente ridículo e mais uma prova de que deveria ficar longe dela.

Confiro meu relógio de pulso no criado-mudo, vejo que já se passou mais de uma hora desde que falei com Peter. Verifico o celular, nenhumaligação dele.

Volto para a sala e decido me servir de uma dose de whisky, enquanto não sei o porquê espero por notícias. Provavelmente porque ainda posso sentir o perfume dela, como se estivesse presa em meus braços.

E aqueles olhos... Jamais seria capaz de esquecer aquele olhar, que mesmo que não enxergassem, transmitiam mais vida do que todas as mulheres que encontrei.

Inquieto ando de um lado para o outro na grande sala, e o tempo parece não passar. Sirvo mais uma dose de whisky. Tomo quase que em um único gole e minha ansiedade começa a aumentar.

Quanto tempo já se passou?
Deveria ter ficado no Bronx e aguardado Peter por lá ou tê-la levado ao meu flat por essa noite.

E o maldito Peter que não entra em contato?

Frustrado, sentindo-me estúpido e de mãos atadas, decido deixar de esperar e ligar para ele, exigindo alguma informação. Assim que retorno ao quarto em busca do celular, ele toca — atendo aliviado.

— Peter! Você conseguiu o que eu te pedi? — pergunto apressadamente.

— Hei cara! Calma aí! Por que essa agonia toda? — indaga ele com um toque zombeteiro na voz.

— Peter, você conseguiu o que pedi ou não? Não brinque comigo —retruco furiosamente. Estou mais preocupado do que achei que estaria, mais do que deveria e mais do que quero estar.

— Sim, eu consegui.

— Então me passe o endereço, logo! — Por que ele gosta tanto de me irritar? — Espera, preciso de uma caneta.

Encontro uma em cima da cômoda e um bloco de papel.

— Pronto, pode falar.
Após anotar o endereço, agradeço por seu trabalho e desligo rapidamente, sem maiores explicações.

Proibida para mim Where stories live. Discover now