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Onze anos atrás...

Era exatamente as 18:00 horas quando Emily estava em seu esconderijo, Noel ainda não havia chegado, ela foi até a cachoeira e deitou em uma das pedras, ficou ouvindo o barulho da água cair, era relaxante, não demorou muito quando sentiu a presença de alguém, abriu os olhos e se assustou com o jovem rapaz o encarando, levantou-se bruscamente.

-Você me assustou.

-Sou tão feio assim? -Ergueu uma sobrancelha.

-Não não. Ah. -Pausou. -Você sabe que não. -Sussurrou a última frase.

-O que disse?

-Nada.

Sentou-se na pedra e ele sentou ao seu lado.

-E então? O que você fez hoje?

-Briguei com uma menina na escola.

Ele sorriu animado.

-Sério? então você é a valentona?

-É claro que não. -Emburrou.

-Calma calma, por que você brigou?

-Ela estava batendo na minha irmã.

-Ah, então a briga teve um bom motivo, você é boa de luta?

-Meu tio me ensinou umas coisinhas.

Noel levantou-se e estendeu a mão para ela.

-Lute comigo. 

-Quê ?

-Seu tio não te ensina? 

-M-mas você sabe?

-No vilarejo nós temos aula de artes maciais quase todos os dias, seu tio lhe explicou o que isso significa?

-Mais ou menos, quero dizer, ele só me ensina na prática.

-São disciplinas físicas e mentais que tem como objetivo o alto desenvolvimento de quem pratica para que possa se defender ou submeter ao adversário sobre várias técnicas, é um treinamento de combate no qual você não precisa de armas de fogo para proteção.

-Meu tio disse que as vezes as armas são necessárias.

-Isso, as vezes. você atira?

-Sim.

-Ótimo, vamos ver o quanto é boa nisso.

Começaram a treinar dando golpes  um no outro de modo que não o machucasse tanto, Emily era boa naquilo e Noel até elogiou, mas ele era melhor, rápido e ágil era nítido que ele praticava a muito mais tempo, ao se desviar ela caiu no chão e bateu e cabeça, ele correu em sua direção e o puxou.

-Tudo bem?

-Sim, não foi tão forte.

-Que bom. -Suspirou aliviado. -Me desculpe, vamos parar por aqui.

sentaram-se na pedra lado a lado em frente ao por do sol.

-Coloca gelo quando chegar em casa tá?

-Sim.

-Você é boa, a quanto tempo seu tio te ensina?

-Dois anos, e você? a quanto tempo pratica?

-Desde que eu me entendo por gente, meu pai exige que a gente aprenda.

Emily sorriu.

-Se meu pai souber que estou aprendendo ele me mata.

-Sério? então não antes de matar seu tio. -Sorriram.

-Seu pai parece ser legal.

-Ele é uma das pessoas mais repugnantes que eu conheço.

Ela o encarou surpresa, ele disse aquelas palavras com tanta seriedade que ela até ficou sem jeito.

-Por que diz isso?

-Ah, nada. - Coçou a cabeça esboçando um sorriso sem graça.

Ela por sua vez, não insistiu no assunto.

-Você pode me ensinar outras vezes?

-O quê?

-A lutar.

-É claro, mas só se um dia você cozinhar pra mim.

-Ah, você inculcou mesmo com isso. -Se divertia com a ocasião. -Fechado. - Trocaram socos de leve.

Emily gostava de ficar com Noel,  gostava da atenção que ele lhe dava e no quanto eles eram parecidos, era como se ele fosse a única pessoa no mundo que realmente o entendia.

Noel continuou encontrando com ela pelo menos duas vezes por semana, algumas semanas ele ia até três, eles treinavam, comiam, a até lia juntos.

Também gostavam de olhar o sol se pôr juntos,  e nesse momento, as vezes, nem precisava conversar, só de estar juntos era suficiente para eles.

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