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Onze anos atrás...

O garoto não sabia se ficava mais assustado por estar perdido em um território que não era dele ou com aquela menina que apontava para ele um graveto. Até então Emily nunca havia visto uma pessoa perdida em seu vilarejo, não sabia se podia confiar ou não naquele menino.

-Eu não quero te machucar, só quero ir pra casa. -Seus olhos escuros estavam arregalados fitando no olhar dela.

-Tudo bem. -Suspirou e parou de apontar aquele graveto pra ele.
- Como veio parar aqui?

-Eu fui ajudar meu tio a prender os bezerros, dai com meu cavalo sai no escondido dele para espairecer um pouco , sempre faço isso, mas acabei vindo longe demais.

-E cadê seu cavalo? -Deu rápida olhada para os lados desconfiada.

-Eu parei, não muito longe daqui ouvimos uns barulhos estranhos, parecia tiros, dai ele correu e fui procurar-lo, e aqui estou, sem meu cavalo e em um lugar desconhecido, Juro que tô falando a verdade, eu tô com fome e com sede, tem umas três horas que tô andando.

-Muito bem. -Disse depois de pensar um pouco. -Aqui é meu esconderijo então você não deveria está aqui, mas como está, fica aqui que eu vou buscar comida e água pra você, não devo demorar.

Emily voltou para casa correndo para pegar comida e água para aquele pequeno rapaz, por esse ser um Claus ela não poderia contar com a ajuda de mais ninguém do vilarejo, isso poderia até começar outra briga entre as famílias, se perguntou se Noel sabia que suas famílias eram rivais, ele parecia ser inocente, pegou uns pães e uma garrafa e encheu de água, colocou em uma sacola preta e saiu de fininho mas se assustou quando sua mãe surgiu em sua frente.

-Onde vai mocinha? E o que é isso ?

-Ah oi mãe. -Não podia deixar ela desconfiar de nada. -É só comida, quero lanchar ao ar livre hoje. - Quando na verdade ela estava querendo dizer "Oi mãe, vou ali ajudar um inimigo e já volto." deu um sorriso forçado para sua mãe e saiu, pensou que sua mãe talvez não desconfiasse de nada, sempre teve a impressão de que seus pais não se importava muito com ela.

Logo começou a correr em direção a cachoeira, talvez o garoto nem estivesse mais lá, talvez ele estivesse mentindo e estava lhe esperando com uma armadilha para lhe matar, ou quem sabe um revolver, não sabia ao certo o que estava fazendo.

Emily poderia está indo a encontro do perigo, da morte, embora não fosse uma criança de dez anos qualquer, ela poderia ser enganada, mas não voltou para trás, mesmo com medo seguiu em frente.

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