Capítulo 8

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  Minha vida nunca foi um mar de rosas. Apesar de "ter" dinheiro, nunca fui feliz. Dinheiro compra tudo. Mas as coisas mais simples, ele não compra. A felicidade, amor, momentos bons, uma família, por exemplo ... Isso ele não pode comprar. Sabe por quê? Porque nada disso tem preço. Ou melhor, tem. Mas é um valor alto demais. Um valor que ser humano nenhum possui, ou que jamais possuiu. 

   Saí da Califórnia, em busca de um recomeço, porém ao chegar aqui, me deparo com um psicopata querendo me matar pra se vingar de outra pessoa. E mesmo com toda essa confusão e perigo me cercando, me sinto mais protegida do que jamais senti antes. Sinto que aqui sim, vou ser alguém. Talvez até ser alguém para alguém. Mas claro, depois que tudo isso acabar. E espero, peço a Deus de todo o coração, que eu e todos os meus amigos, saiamos vivos dessa. Principalmente Henry. 

   Quando ele me contou sua história, não pude evitar sentir um arrepio ruim. Sabia que aquele cara não era coisa boa, mas depois de ouvi tudo aquilo, sei que tenho que me manter o mais afastada possível. Pude sentir, mesmo que um pouco, da dor que Henry sentiu e que ainda deve sentir. Perder uma pessoa que você ama de uma forma tão bruta, cruel, e o pior, tudo isso na sua frente. Vê-la implorando por ajuda e não poder fazer nada, é algo que machuca. Não pior, te consome. Mas não por culpa, e sim por dor. 

   Sem ele saber, mandei uma mensagem para Emma. Ela, seus pais, Scott e os pais de Scott, irão passar duas semanas no Texas. Até onde sei, um tio que ela não vê a anos, se mudou do Brasil para lá. Ela queria muito que eu fosse, mas usei como desculpa, o novo emprego, para recusar. Ela disse que como Henry também não iria, ia pedir para que ele me vigiasse. Concordei e disse que falaria com ele, já que estávamos no mesmo ambiente. 

   Lembrar onde eu estava, me levou para o momento constrangedor de mais cedo. Aquele corpo bem definido não sai da minha cabeça.Mas o que mais chamou minha atenção, foram as cicatrizes. Uma bem grande e profunda no peito. Outra no canto esquerdo de seu abdomen. Em seu ombro direito, uma outra cicatriz, mas essa era diferente. Seria uma queimadura? O que será que fizeram com ele? Será que foi no dia da morte da Hannah? Ou no dia em que ele foi sequestrado? Perguntas assim rodaram minha cabeça por toda noite. 

   O que mais me irritava, era que todas aquelas cicatrizes, era como um charme a mais. Elas o deixavam ainda mais lindo. O que que eu estou pensando? Como se não bastasse, tudo nesse apartamento tem seu perfume. E isso tá me enlouquecendo. Olho para o relógio na cômoda, e ainda são 00:15hr. Não consigo dormir. Apesar do cansaço, não consigo fechar os olhos e adormecer. Levanto devagar e fico perambulando pelo quarto. Decido sair e ir beber uma água, quem sabe isso me ajude. Mas antes de sair do quarto, vejo em um canto, bem escondido, atrás de algumas caixas, um violão. Sem me conter, deixo a porta entre aberta , e vou em direção ao instrumento, pegando-o. Está bem conservado, só um pouco desafinado. Afino algumas cordas, e pouco tempo depois, ele parece novo. Dedilho algumas notas, até que a música The Scientist do Coldplay vem a mente, e começo a cantar. Me esquecendo completamente do horário e de que poderia acordar o meu vizinho de quarto. 

O Recomeço - Triologia Amores [ LIVRO II ]Where stories live. Discover now