9. cite sua importância

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    — Eu gosto de criar teorias. É algo normal. — Reafirmei, quando ele simplesmente me olhou com nenhuma expressão no rosto. 

     Podia muito bem estar pensando em como ele ia levantar e ir embora. Não ia me surpreender se ele o fizesse. 

    — E o pior é que eu acho que posso acabar gostando. É uma das poucas loucuras legais que tu tem. — Falou, sincero. 

    Meu coração doía com a falta de espaço dentro do meu peito. Ele estava batendo forte e veloz sob aquele pedaço de informação...tinham momentos onde eu sonhava acordada que um dia ele podia gostar de mim, mas aqueles sonhos não superavam escutar palavras vindo da sua boca rosada que confirmavam que os sonhos não eram apenas loucuras minhas. 

    Limpando a garganta, sem jeito, peguei de novo os meus talheres para comer o último pedaço do panini no meu prato. Zeus já tinha terminado o dele e não tinha sobrado comida alguma.

     Um dos nossos garçons veio e retirou os pratos todos e sorriu de leve para mim, algo que eu não consegui retribuir, e com um leve aceno deixei ele voltar para o trabalho dele. 

     — Aimée não está aí hoje? — Ele me perguntou, limpando a sua garganta também. 

     O silêncio parecia estar carregado por minha causa. 

     — Ela veio, mas saiu com Apolo para resolver algumas coisas da casa. 

     — Eles estão bem? — Ele questionou. 

     — Não sei, na realidade. — Respondendo aquilo, juntei minhas mãos no meu colo e ajustei minha postura na cadeira. 

     Ele acenou com a cabeça, e então não sabia como conversar. Dentro de mim, o segredo sobre a minha publicação corroía minha amizade com Aimée e havia uma necessidade de desabafar, mas eu que era dona das palavras não pensava em uma só que me ajudasse a explicar para minha melhor amiga o que estava escondendo, ou alguma que fizesse com que eu falasse para Zeus da minha situação.

     Incomodada com aquele silêncio, me levantei da mesa e coloquei a cadeira de volta no seu lugar. 

     — Tu tens algum outro plano? — Perguntei, não sabendo direito o que podia falar. Era como uma súplica para que ele tivesse alguma opção e a sua presença não terminasse tão cedo no dia. Era uma distração muito bem vinda.

     — Eu estava pensando que seria mais fácil, tu sendo controladora e tudo mais. — Disse, porém eu não compreendi. Percebendo isso, ele levantou e ajustou a cadeira do mesmo jeito que eu, mas colocando as mãos apoiadas no encosto. — Sei lá, pensei que tu fosse ter uma lista pronta que eu fosse só responder e daí tudo ia se organizar e depois u pudesse... ir embora. 

     Deixando passar a última parte, ri. Foi um riso natural e pequeno, mas que sabia que ia notar. — Tu te importarias de me acompanhar até em casa? 

     — Não vai precisar fechar aqui? — Perguntou, pegando as suas coisas da outra cadeira e ajeitando a sua calça.

     Negando, fui caminhando até o balcão para pegar minha bolsa. O casal de estudantes já tinha ido embora e todos os funcionários já estavam aprontando para fechar o lugar. — Aimée vai chegar logo e Rodrigo tem a chave, normalmente ele fecha quando eu peço. 

    Na menção do meu namorado, Zeus fez mais silêncio e seus músculos contraíram. Eu olhava para ele por cima do meu ombro, e algo passou pela sua mente. Foi claro, assim que seus olhos fecharam, seus dedo indicador se arrastava no dedão como se estivesse lembrando de alguma textura. 

Boa tarde, Zeus ✓Where stories live. Discover now