Suri: Minha barriga está doendo. – Se queixou, enquanto a mãe lhe esfregava os cabelos, o perfume do xampu acalmando-a.

Anahí: Nem me diga. – Suspirou – Acontece também. Olhe, uma vez por mês, de 5 a 7 dias. Eu vou te ensinar a como se cuidar direito, e você vai ficar ok.

Suri: Eu ia falar com você. – Disse, deixando Anahí esfregá-la com a esponja – Tem uns dias que... – Anahí esperou – Minhas roupas ficam com umas manchas marrons. Mas não era sangue.

Anahí: Era sangue seco. Era isso que você queria falar comigo? – Suri assentiu – Desculpe ter estado tão ocupada. – Lamentou. – Eu culpo seu pai, se você quer saber. – Avisou, apanhando a mão da menina e esfregando com a esponja e Suri se permitiu rir de leve.

Suri: Não vou ter um bebê? – Confirmou, e Anahí negou.

Anahí: Outro processo, mais complicado. – Confirmou, se levantando. – Termine isso. Vou buscar algo.

Suri: Não me deixe sozinha. – Pediu, segurando o braço da mãe.

Anahí: Ok... Eu só vou até a porta. Só enquanto você termina o banho. Sem pressa, escove os dentes, aproveite a água. – Suri assentiu, apertando a esponja nas mãos.

Anahí levou um bom tempo pra arrastar a porta até conseguir uma fenda grande o suficiente pra sair. Gritou por uma criada, conseguiu três. Mandou que os forros manchados de Suri fossem trocados por novos, e assim foi. Uma criada foi até a torre, trazendo uma pequena pilha de panos brancos.

Anahí: Aqui. – Disse, se sentando aos pés da cama. Suri esperava, os cabelos presos dentro da toalha, enrolada em outra – Você vai precisar usar isso, pra não manchar suas roupas. – A menina hesitou. – Alguma roupa manchou até agora?

Suri: Algumas. – Admitiu, acanhada. – Eu escondi no saco debaixo da cama.

Anahí: Ok. Você tem suas calcinhas, certo? – Suri assentiu – Pronto. Quando suas regras vierem, você vai pegar um desses panos e dobrá-los desse jeito... – O pano lembrava uma fralda grossa. Anahí o dobrou facilmente fazendo uma ata grossa – E colocar na sua calcinha. Assim não manchará nada. Quando você sentir que está sujo, você joga fora e põe outro. – Explicou, apanhando a calcinha limpa da menina em cima da cama.

Suri: Jogo no lixo? – Confirmou, apanhando um dos panos em cima da cama.

Anahí: Você é uma princesa, não vai precisar lavar nada disso, ou guardar. Só jogue fora, e se lhe faltar, me peça mais, ou a qualquer criada. – Suri assentiu, enquanto Anahí lhe colocava a calcinha com o pano dentro. – Duvidas? – Perguntou, apanhando um vestido soltinho, de flores, para a menina. Ela merecia o dia de descanso, depois do susto.

Suri: O que eu faço pra não ter um bebê? – Anahí sorriu de canto, pondo o vestido da menina.

- Com licença. Alteza. – Uma criada entrou, deixando uma bandeja com uma caneca de chá.

Anahí: Pode ir. – A criada saiu – Você só continua fazendo o que faz. – Disse, ajeitando o vestido da menina – Melhor?

Suri: Melhor. – Assentiu e Anahí se esticou, apanhando a escova da menina e colocando-a entre as pernas.

Anahí: Beba isso. Vai ajudar com a dor na barriga. – Suri aceitou, tomando um golinho do chá enquanto a mãe lhe escovava os cabelos.

Suri: E o que eu faço se eu quiser ter um bebê? – Perguntou e Anahí hesitou um momento.

Naquele momento, do outro extremo do castelo, Alfonso sentiu uma breve palpitação no peito.

Anahí: Bom, é uma história complicada. – Suri terminou o chá, passando a xícara – Certo. Pra cama. Ficar deitada vai ajudar. – Suri engatinhou pro seu lugar e Anahí apanhou um pano de outra pilha – Vou por isso na sua barriga, ok? – Suri aceitou e Anahí dobrou o pano, pondo em cima da barriga dela. Estava quentinho. A sensação era gostosa – Escute, hoje tudo bem porque você levou um susto e tanto, mas suas regras não significam que você esteja doente. Você pode levar sua vida normal, mesmo durante esses dias.

Suri: Ok. – Aceitou, confortável onde estava.

Anahí: Certo. Bebês. – Disse, respirando fundo – Bom, pra ter um bebê primeiro se precisa de um homem. Veja bem, se um dia essa história chegar ao seu pai é importante que eu diga que se precisa de um homem, não que você precisa de um homem. – Avisou, solene.

Suri: Entendido. – Prometeu.

Foi uma longa conversa, aquela. Primeiro Suri não entendeu direito o que Anahí quis dizer com "eles namoram e então as vezes bebês acontecem". Terminou que Anahí teve que explicar em detalhes claros, incluindo um papel e lapis de cor.

Alfonso continuava tendo palpitações, cada vez mais intensas.

Anahí: ...E então, no final, a semente dele fica com a mulher. Por exemplo, comigo. E, dependendo da vontade de Deus, pode crescer um bebê na barriga da mulher. – Finalizou.

Suri: Ew. – Disse, com uma careta.

Anahí: Você que quis saber. – Disse, obvia.

Suri: E por que você deixaria ele fazer isso? – Perguntou, virando o papel com o desenho com uma cara não convencida.

Anahí: Porque é bom. – Admitiu, dando de ombros. – Muito bom.

Suri: Bom? – Anahí assentiu – Quer dizer, a outra pessoa pega isso... – Ela tornou a girar o desenho, apontando – E coloca dentro de...

Anahí: Excesso de informação, Suri. – Cortou, e a menina assentiu – Está fugindo ao foco.

Suri: E como você sabe se tem um bebê ou não? – Perguntou, olhando o desenho, ainda com cara de desgosto.

Anahí: Suas regras param de vir, você passa a ter sono, fome, sua barriga cresce, pesa... Outro longo processo. Chega disso. Que tal você dormir um pouco? – Perguntou, tomando o desenho da mão dela.

Suri: Você fica até eu dormir? – Perguntou, e Anahí sorriu.

Anahí: Fico todo o tempo que você precisar. – Garantiu, se deitando junto com a menina. – Não se preocupe com isso. Um dia, bem longe, você vai estar pronta e vai ter bebês. Vai ser rainha e seus bebês serão príncipes. Mas isso é bem longe. – Garantiu.

Suri: Não sei se quero ter bebês. – Anahí sorriu, abraçando-a.

Anahí: Não precisa pensar nisso agora. – A menina se acomodou no abraço da mãe, e ficou quieta por um longo tempo. A própria Anahí ficou tentada a dormir, mas estava agitada demais com tudo. Suri provavelmente achou que ela havia dormido.

Suri: Também não sei se quero ser rainha, mãe. – Murmurou, mais pra si mesma.

Anahí abriu os olhos, encarando o quarto, mas não disse nada. Apenas continuou com a menina entre os braços, protegendo-a, embalando-a. Aquele sim seria um assunto a se preocupar.

Mais Além do 'Felizes Para Sempre' - Uma história de Just One More About LoveWhere stories live. Discover now