- Consigo.

Anahí: Ótimo. Você quer abrir a porta, pra que eu possa ver você? – Silencio – Ok. Eu vou estar aqui. Vou esperar. Tome seu tempo. – Tranquilizou.

Claro que Alfonso tinha que ter derrubado a porta a pontapés; apavorou a garota, seja lá o que fosse. Anahí se encostou do lado da porta do banheiro, trabalhando a respiração pra tentar se acalmar. Não havia perigo. Não haviam inimigos. Estavam seguros. Ficou se repetindo isso por alguns minutos, até que houve movimento do outro lado da porta. Ela olhou, se desencostando da parede e Suri abriu a porta aos poucos, acanhada.

E a menina estava totalmente normal.

Anahí hesitou por um instante, dando espaço enquanto a filha abria a porta. Vestia a camisola com que dormia, tinha o rosto pálido (provavelmente pelos gritos), mas fora isso absolutamente normal. Divinamente equilibrada de pé, nas próprias pernas, o cabelo alvoroçado como sempre ficava quando acordava. Salvo engano, parecia ter chorado.

Anahí: Oi, amor. – Disse, em tom apaziguador, mas pra seu desespero os olhos da menina se encheram de água.

Suri: Olhe só pra mim! – Exclamou, erguendo as mãos, e havia sangue nelas.

Anahí: Você se feriu? – Perguntou, avançando um passo, mas Suri recuou, negando com o rosto. Parecia muito acanhada.

Suri: Não. – Murmurou, a voz de choro.

Anahí: Não se feriu. – Se tranqüilizou. Pense, Anahí – Você... – O calculo em sua mente foi rápido – Oh. – Ela levou a mão até a boca. Avançou mais um passo e Suri recuou mais um, ficando no alcance do espelho atrás dela... Que mostrava uma grande mancha vermelha na parte de trás da camisola. – Oh, meu neném! – Disse, agora sorrindo, e alcançou Suri antes que ela recuasse, a abraçando-a.

Suri: Vou parar de andar outra vez, não vou? – Perguntou, a voz fanha de choro e Anahí negou, secando as lagrimas da menina com beijos.

Anahí: Não. Nunca mais. – Prometeu, pondo os cabelos da menina atrás da orelha – Isso... – Ela não tinha considerado explicar isso a ninguém tão cedo – Ok. Não tem nada a ver com suas pernas. Fique calma.

Suri: Não? – Perguntou, parecendo duvidar.

Anahí: Não. Você só ficou... Mocinha. – Disse, citando a frase que Mary lhe dissera quando fora sua vez de entender. Suri franziu o cenho – São suas regras, bebê. Toda mulher tem.

Suri: Mas eu estou sangrando. – Disse, confusa, olhando as mãos.

Anahí: Está. – Ela beijou o cabelo da menina. – Significa que você está deixando de ser criança e se tornando mulher. É normal. Venha, vamos lavar isso. – Chamou, se levantando, e Suri não recuou.

Anahí abriu o chuveiro forte, livrando a menina do vestido e do short sujo de sangue e Suri foi pra baixo d'agua. Pelo modo como balançava os dedos dos pés enquanto os encarava, ainda duvidava da explicação da mãe. Anahí sentia uma vontade boba de rir e chorar ao mesmo tempo.

Suri: Você sangra também? – Perguntou, desconfiada.

Anahí: Todos os meses. – Isso quando seu pai não me engravida – Uma vez por mês. É normal. Só dura alguns dias, passa sozinho. Significa que seu corpo está ficando pronto para ter bebês. – Disse, simples.

Suri: Eu não quero ter um bebê agora! – Exclamou, entrando em pânico de novo.

Anahí: Não, não, não. Não diga isso em voz alta, seu pai me mata. – Tranquilizou – Eu disse que você está ficando pronta pra gerar um bebê, não que você já vá ter um. Isso é outro processo bemmm mais complicado. – Suri hesitou.

Mais Além do 'Felizes Para Sempre' - Uma história de Just One More About LoveWhere stories live. Discover now