— Mas ajudei, como acha que deduziu que o corpo em que Lúcifer era frágil, ou que a fonte estava na Projeto? Eu estava com você o tempo todo, e o que não viu, eu vi. Estive em vários combates e sei como é difícil raciocinar quando estamos em uma luta.
— É... eu de fato deduzi aquelas coisas com certa facilidade. — Admitiu pensativo.
— Apenas sussurrei em sua mente, e olha só, cá estamos nós, vitoriosos.
— E você, o que vai acontecer com você? — Drake perguntou, levantando-se.
— Muitas vezes me peguei achando que meu maior erro foi ter feito o pacto, outras vezes, minha consciência me confortou com o fato de que dei origem a raça mais poderosa da terra. No final, quem salvou o mundo do diabo foram os vampiros, acho que esses milênios em que meu espírito passou vagando pela terra foram suficientes para colocar minha conta... pelo menos no amarelo. — Disse brincalhão, Drake riu. — Acho que o cara lá de cima me deu uma nova chance.
— Então, isso é um adeus.
— Não será assim tão radical, Deus me deu o compromisso de cuidar para que você não deixe seu poder te controlar, você é muito jovem pra ser tão poderoso, é arriscado deixar um vampiro como você, de personalidade tão forte, vagando por aí por conta própria.
— Eu sei me controlar! — Afirmou indignado.
— O coitado que teve a coluna arrancada pela boca não acha o mesmo. — Retrucou. Drake abaixou a cabeça bufando, mas teve que concordar. — Aliás, ele tem muitas companhias no inferno agora.
— Que legal, agora vou ter uma babá, muito top mesmo. — Reclamou irônico.
— Não serei uma babá, irei voltar caso for preciso, como anjo, tenho muitas coisas a fazer. Você cuida dos demônios aqui, e eu e meus companheiros no céu. O mal sempre se erguerá para lutar contra o lado oposto.
— Ok, então é apenas um até logo, que eu espero que nunca chegue, não quero perder o controle de mim mesmo. — Disse estendendo a mão, Gabriel a pegou puxando-o para um abraço camarada, onde deu dois tapas leves em suas costas.
— Então até o "até logo que nunca chegue", garoto. — Despediu-se. Drake abaixou a cabeça singelamente, em respeito. Quando a ergueu novamente, percebeu que Gabriel não estava mais ali, e se viu ainda ajoelhado no chão.
O vampiro ouviu passos atrás de si e olhou por cima dos ombros, era Selena se aproximando. A vampira se agachou atrás dele, pondo seus braços em volta de seu pescoço.
— Sei que pediu pra ficar sozinho, mas se passaram duas horas, fiquei preocupada.
— Estou bem. — Disse. — Acho de depois de tudo estou de fato precisando de um abraço seu.
— Na próxima, por favor, não enfrente um demônio sozinho. — Ela pediu levantando-se. A vampira deu a volta e sentou-se a sua frente.
— Vocês que não devem se meter enquanto estou matando um capiroto, vocês apanharam feio. — Zoou. Selena deu um soco em seu ombro, e por ser vampira, fez doer bem mais que das outras vezes.
— Desmerece a gente na cara dura, eu vou te contar...
— A desculpa, eu não teria conseguido sem você. — Corrigiu-se com ironia, para depois aproximar-se beijando-a brevemente. — É sério, só venci por causa de vocês. — Dessa vez disse com sinceridade.
— Que bom que reconhece. Agora vamos voltar, afinal, temos muito o que fazer. — Levantou-se novamente, dessa vez puxando-o pelo braço. Antes de sair Drake olhou para trás, observando o conselho, já idealizando as reformas que faria na recuperação da cidade.
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Anjos do Anoitecer
VampyrEm um mundo cuja a existência de vampiros é tolamente tida como lenda, dois jovens descobrem logo cedo de que não se deve enxergar esses seres como mitos. Um programa criado pelos vampiros, consistia em levar crianças órfãs para serem doadoras de sa...
Epílogo
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