Capítulo 68

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Musica: Linkin Park - Crawling

Uma batalha demasiada sangrenta, mesmo de dia, os vampiros conseguiram se sobressair sobre os dayans, as armas que usavam contribuíram para isso. Porém mesmo ganhando, as várias perdas foram inevitáveis. Os dayans também sabiam lutar, isso era fato.

Letícia queria estar na batalha, mas desarmada, preferiu esperar juntos com os outros humanos. O barulho do combate estava os assustando, os som de ossos quebrando, dos gritos de dor e grunhidos agoniantes. Parecia um filme de terror.

Aflita, Letícia esperava aquele pesadelo acabar, por várias vezes imaginou a porta sendo arrebentada, para em seguida os dayans entrarem matando todos que vissem pela frente. Tal pensamento apertava seu coração, pois ela nada poderia fazer para defendê-los. Selena também era mais um motivo para sua preocupação, somente ela, humana, lutando contra centenas de vampiros descontrolados.

Seus pensamentos foram interrompidos quando alguém bateu na porta.

Sou eu Letícia, Caleb. — Ele disse do lado de fora. Letícia prontamente foi até a porta, abrindo-a rapidamente.

— Graças a Deus! E então, estão ganhando? — Perguntou preocupada.

— Estamos, mas eu preciso tirar você daqui, é urgente. — Disse com a voz carregada de aflição. Letícia olhou para trás, e avisou que iria sair, mas que voltaria. No corredor, ela o encarou, esperando ele falar

Ela queria saber porque o vampiro estava daquela forma, com certeza era algo importante que certamente os humanos não poderiam ouvir.

— Não dá pra explicar, só vem comigo depois te explico. — Antes que ela pudesse questionar, ele segurou sua mão e a puxou consigo, saindo dali as pressas

A forma mais fácil de escapar seria pela janela da cozinha, e sabendo disso o vampiro foi para lá. Porém, para sua surpresa, Marius já o esperava, sentado a mesa. Os olhos de Caleb se arregalaram ao vê-lo, no entanto, tratou logo de desfazer a expressão, para não levantar suspeitas.

— Nossa Caleb, não perdeu tempo em? O sangue de Selena não lhe saciou o suficiente? — A pergunta de Marius fez Letícia encarar Caleb confusa.

— Como? Que história é essa Caleb?

— Vou dizer a você, de forma resumida claro, o que eu disse a Selena. — Começou erguendo-se, e antes de continuar, caminhou em passos calmos até a gaveta do armário. Com a mesma calmaria, ele a abriu, tirando dela uma faca. — Estamos em uma guerra, contra muitos inimigos, não só sanguinários, mas caçadores também. — Sério, ele ergueu a arma branca altura de seu rosto, a lâmina reluzia com a luz fluorescente. — O fato é que você é a Selena são... como eu posso dizer? Um empecilho para nós, vocês distraem o Drake e o Heigi. Além do mais, são fracas e frágeis e o pior, são o instrumento certo para ser usado contra nós. — Interrompeu sua explicação virando-se. 

Leticia então olhou pra Caleb, e o vampiro abaixou a cabeça, ele não podia fazer nada, se ele quisesse mantê-la viva, teria que vê-la sofrer.

— Você... matou a Selena? — Virou-se para ele, que não respondeu, nem ergueu o olhar. A sua voz tornou-se embargada, pois a vontade de chorar estava tornado-se cada vez mais forte.

— Ele não matou, eu matei. — Respondeu por ele. — Apesar de que o nosso trato foi que ele a matasse. No entanto a espertinha mexeu no que não devia, e isso só adiantou o fim dela. — Letícia não aguentou, desabou ao chão entre lágrimas intensas. As lembranças da amiga retornam como cenas de um filme em sua mente, tudo que passaram juntas, de uma só vez.

Anjos do AnoitecerOnde as histórias ganham vida. Descobre agora