Capítulo 21

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Musica: Kygo, Selena Gomez It Ain't Me


Me vi em uma estrada, frente a uma casa no meio do deserto. Ventava muito e areia ofuscava minha visão. Levei os braços até o rosto, tentando proteger meus olhos daquela ventania, foi aí que percebi que estava de pijama e deduzi que isso aqui trata-se um sonho. 

A casa era bem simples, porém ajeitada. Senti vontade de entrar, aparentava ser aconchegante, mas eu tinha a sensação que algo me impedia.

Olhei ao redor, a poeira era tão densa que eu não via nada no horizonte. Foi aí que notei alguém se aproximando, caminhando calmamente pela estrada, vindo em meio a poeira.

Essa pessoa se aproximou o suficiente para eu conseguir distinguir quem era: Henrique. Ele vestia a mesma roupa de antes, porém havia um buraco em seu peito, onde a estaca havia atravessado. Seus olhos ainda brilhavam, mas não senti nenhuma raiva naquele momento. Ele era um vampiro, mas era meu amigo acima de tudo. Henrique parecia feliz, esbanjava um sorriso alegre. Aquilo me tranquilizou.

— Oi Selena, quanto tempo! — Falou aproximando-se e me puxando para um abraço. Eu devolvi, afinal sentia sua falta.

— Você tá bem? Pensei que estivesse morto! — Falei. Ele se afastou, e segurou minhas mãos sem parar de sorrir.

— E estou — Disse, acrescentando um bug na minha mente. — Mas meu espírito vaga por esse lugar. E estou sabendo de algumas coisas que não estão me agradando não. — Aquele sorriso se desfez por um momento, agora Henrique me olhava sério.

— Não me vem com suspense, odeio isso. 

— Ei, ei calma. Como eu disse, meu espírito vaga por aqui. Ainda tenho uma conexão muito grande com a Terra. Acho que morri antes da hora... — Pausou desviando o olhar. — Eu estou a muito tempo procurando essa casa — Contou olhando aquele casebre, me virei para trás e olhei também. Por que ele queria entrar naquele lugar?

— Não tô entendendo, mas tô compreendendo. — Brinquei me virando, ele riu alto. Aquela expressão de preocupado se esvaiu dando lugar aquele sorriso de antes. Quando eu morrer, também quero ficar assim, rindo até pro vento.

— Estive juntando energia o suficiente para falar com você e consegui. — Ele disse e eu o olhei bem confusa, como assim juntar energia pra falar comigo? — Bom, devido as circunstâncias eu não posso te contar muita coisa. Meu espirito estava fraco, tive que ficar mais forte, pra conseguir falar com você. E agora que consegui posso entrar na casa. — Ele disse e eu o olhei com expressão de tédio. Já vem com esse papo, não entendo esse suspense, puta que pariu. — É que isso e uma pendência, eu tinha que falar com você antes de partir, por isso não estava achando essa casa. — Esclareceu. — Mas o que eu quero te dizer é que o Luke e a Lucia não são quem dizem ser, eles querem te matar, eu não sei ainda o porquê, mas sei que querem. Fica esperta com eles por favor, não só você, mas Victor e Leticia também. — Aquela expressão de preocupado retornou, mais forte que antes, me deixando com medo.

— Se eles querem me matar, eu tenho que sair do refúgio. — Abaixei a cabeça. Até ele ta pensando isso, e ta morto. Só pode ser verdade...

Anjos do AnoitecerWhere stories live. Discover now