Capítulo 88

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Música: Slipknot Duality

Paredes mofadas, repletas de rachaduras, a pintura esverdeada descascava

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Paredes mofadas, repletas de rachaduras, a pintura esverdeada descascava. Aquela casa de dois andares, de uma certa forma não chamava muita atenção. As janelas venezianas já esbanjavam ferrugens. A frente, três árvores sombreavam o lote extenso; uma mangueira, uma tangerineira e um abacateiro.

A residência ficava ainda mais escondida pelo mato que cresceu na terra avermelhada. O lote era contornado por outras casas, o que explicava a inexistência de muros de tijolo e concreto delimitando-o. Porém a frente era aberta, o que de certo modo, era estranho.

Os quatro observavam intrigados a residência, buscando um movimento diferente, mas a única coisa que remetia a um sinal de vida era as luzes amareladas acesas.

— Tem certeza que é aqui? — Selena perguntou para o Rodrigo.

O bruxo observa atentamente o local buscando a certeza. Acabou por encontrá-la, sua memoria não falhava com frequência.

— Sim, é aqui. Ela foi... a primeira bruxa que busquei, nos meus tempos de lobo. — Respondeu. — Porém ela não quis me ajudar.

— E se ela não nos quiser ajudar também? As outras casas estavam vazias, estamos correndo contra o tempo. — Ela questionou impaciente, eles procuravam um bruxo negro fazia horas.

— Estamos em guerra, as outras raças estão com medo, se vocês ameaçarem, talvez ela aceite. — Argumentou.

— Que bom, estou em ótimo estado de humor pra fazer isso. — Disse dirigindo-se ao local. Porém Rodrigo segurou sua mão, fazendo-a parar.

— Espera, ela é uma bruxa, pode haver truques. — Advertiu.

— Da última vez que veio, havia? — A pergunta veio de Letícia. Rodrigo involuntariamente dirigiu seu olhar para ela.

— Não, mas não duvido que agora tenha. — Disse voltando o olhar para o local.

— E como vamos saber? É ilusionismo, não é? — Dominic aproximou-se também, em dúvida.

— Sim, mas eu como um bruxo branco posso revelar magias ocultas. — Falou, confiante.

Selena o observou aproximar-se um pouco mais do limite entre o lote e o passeio. Sem pisar no solo sombrio, ele se ajoelhou, levando sua mão para dentro. Tocou cautelosamente com  dedo indicador a terra.

"Conjuros reveir ilusius." Pronunciou.

A ponta de seu dedo incandesceu, e então as árvores, o mato e o solo desapareceram como fumaça, revelando uma enorme cratera, e dentro dela, um ninho de serpentes peçonhentas e agressivas, de najas a anacondas gigantes.

Quem caísse ali teria um fim desesperador, sofrido e de muita dor. Talvez nem mesmo vampiros sobreviveriam ao veneno de muitas delas, ou o "abraço" esmagador de uma anaconda.

Anjos do AnoitecerOnde as histórias ganham vida. Descobre agora