018 | alasca

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A L A S C A M A L O L E Y

Eu entendo que às vezes Nate precisa de mim. Mas eu cresci apenas com o meu pai. Foi só nos dois por quinze anos, é muito complicado pra mim.

Claro que eu preferi morar com o Nate do que com a minha mãe. Com ela seria muito mais difícil de se conviver do que com o meu irmão mais velho.

Eu só não consigo demonstrar meus sentimentos. Não sei falar sobre eles. Eu sou uma bola de neve que vai crescendo cada vez mais, pois eu não consigo expressar o que eu sinto. E isso é uma bosta.

As vezes as coisas estão maravilhosas. E de repente, me vem uma vontade imensa de ficar sozinha e chorar. Eu sou assim, e não posso fazer nada para mudar, nem se eu quisesse.

Eu também queria que eu e Nathan nos déssemos bem. Mas ele me lembra tanto meu pai... Tanto fisicamente como de personalidade. Não a personalidade ruim, óbvio. O jeito de se preocupar comigo. Com as pessoas que ama.

Desde o meu primeiro dia aqui em Los Angeles, Nate não deixou que faltasse nada pra mim. Ele me levou no mesmo dia para comprar roupas para mim, comidas que eu gosto de comer e coisas para o meu novo quarto. Ele é um irmão maravilhoso, do jeito dele, claro.

Sou muito grata por ele ter me aceitado aqui, em sua casa. Eu mesma em seu lugar iria negar. Quem conseguiria aguentar uma adolescente problemática em sua casa?

Cheguei com esse pensamento aqui. Pensei que Nate era um bom homem. Um homem certo e trabalhador, entende? Aqueles homens certinhos que parecem que ficaram presos no século XX. Porém meu irmão é o avesso disso. Ele é igual a mim, até um pouco pior.

Talvez seja por isso que nós combinamos e formandos uma bela dupla.

Sorri sozinha com o meu próprio pensamento e me levantei do sofa, subindo as escadas e indo até seu quarto. A porta está fechada. Suspiro e bato duas vezes na madeira escura.

— Nate, podemos conversar? — questionei e não ouvi nada. — Me desculpa, ok? Eu só... Não consigo falar sobre meus sentimentos, tá bom? Não consigo falar sobre o que eu sinto. E isso não quer dizer que eu não confie em você. Eu também queria ser mais próxima de você, Nate. Mas é que você me lembra tanto o papai, que às vezes eu fico triste. Porque eu queria ter crescido com vocês dois. Eu sinto a falta dele, e quando eu te olho, vem ele na minha cabeça. Então o problema não é com você, tá? É comigo mesma. Eu sou uma garota totalmente problemática e cheia de defeitos. Mas eu sou muito grata por tudo o que você está fazendo por mim. Por nós e pela nossa família. Eu te amo, tá bom?

Ele não havia respondido, porém eu sinto que ele está atrás dessa porta ouvindo e sorrindo.

Desgrudei a minha testa da porta e limpo minhas lágrimas. Dou meia volta para voltar para a sala, mas o barulho da porta sendo aberta, me fez voltar.

Nate me encara com os braços abertos e um sorriso.

— Imbecil. — digo e corro até ele, o abraçando.

— Também te amo, pirralha. — diz, deixando um beijo no topo de minha cabeça.

— Se contar para alguém que eu disse essas coisas, eu nego e te mato depois.

𝐰𝐡𝐨 𝐚𝐫𝐞 𝐭𝐨𝐮, 𝐀𝐥𝐚𝐬𝐜𝐚? · 𝐬𝐡𝐰Onde as histórias ganham vida. Descobre agora