Capítulo 70

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Gustavo Henrique narrando...

Assim que o médico liberou minha passagem eu entrei no quarto com o coração batendo a mil, não sabia como reagir diante dessa situação toda, talvez ela não queira falar comigo por conta das porras que aconteceu, talvez ela estivesse com raiva de mim, me culpando por tudo isso que aconteceu afinal Leonardo fez isso tudo para se vingar, vingar a morte da sua mãe.

Assim que fechei a porta do quarto encarei Yasmine com todos aqueles fios ligados no seu corpo, seus lábios estavam secos e roxos, seu rosto ainda não tinha cor estava branco como uma parede, aquele volume redondo que eu amava acariciar já não estava mais presente.

Apesar de tudo eu a achava linda, não tinha comparação.

Pprt me senti mal ao ver ela assim, as imagens de Yasmine naquele galpão me vieram na mente, o sangue e sua voz dizendo que os nossos filhos iam morrer, tava me perturbando demais.

Começo a caminhar lentamente até a maca aonde ela estava deitada dormindo, assim que fiquei centímetros próximo do seu corpo peguei sua mão e apertei de leve.

GH: Esses últimos tempos você só soube me dar sustos atrás de sustos - toco no seu rosto retirando alguns fios de cabelo que estavam caídos - Tive medo de perder vocês, não iria aguentar viver sem vocês - dou a volta e me sento na cadeira que estava ao lado -

Ela ainda estava intacta naquela cama, se o médico não tivesse me avisado que ela estava dormindo iria pensar que a mesma estava sem vida, pois a sua aparência demonstrava isso.

Agora em diante não consigo ver a minha vida sem a minha mulher, meu príncipe Lucas e minha 2 mulher, minha pequena Beatriz.

Ela não podia ter escolhido nomes melhores do que esses, realmente queria que tudo tivesse acontecido de uma outra forma, que a gente pudesse ter escolhido os nomes dos bebês juntos e feito aquela parada de chá de bebês mas decidi caminhar com ela pelo caminho errado.

Saio do transe com uma voz rouca e desesperadora.

Yasmine: Cadê meus filhos... Aonde estão meus filhos - diz olhando para todos os lados com um olhar desesperador -

GH: Calma nega, está tudo bem com os nossos filhos eles estão na encubadora - digo num tom calmo - Você acabou de sair de uma cirurgia que durou horas, não pode se exaltar nem fazer movimentos bruscos pode te causar dores - beijo sua mão -

Yasmine narrando...

Acordei com aquela luz forte batendo contra meu rosto e aquela teto branco me fez sentir um pouco tranquila, só em pensar que eu não estava mais naquele lugar.

Flashes de Brunessa me batendo vieram à mente aí passei a mão na minha barriga e não senti mais aquele volume, estava me sentindo vazia por dentro comecei a desesperar e a perguntar aonde estavam meus filhos, tinha vontade de gritar mas minha voz mal conseguia sair dentro de mim.

Foi aí que eu escutei aquela voz grossa e familiar, a voz do Gustavo me dizendo que nossos filhos estão bem e que nada aconteceu com eles, fiquei no transe e vagando nos meus pensamentos. Como é possível ele estar aqui do meu lado sendo que ele deveria estar na prisão.

Gustavo: Tá me ouvindo Yasmine - abano positivamente -

Yasmine: Como eles estão - digo fixando seu rosto -

Gustavo: Como eles nasceram prematuros o médico me informou que ainda vão ficar aqui durante 1 ou 2 meses para se recuperarem - diz -

Yasmine: Você viu eles?

GH: Não vou daqui à pouco, queria te ver em primeiro - diz me encarando profundamente -

Por um segundo me senti intimidada por ele, seu olhar sempre me causará algo mesmo que o tempo passe ele sempre terá uma avantagem sobre mim.

Senti minha garganta ficar seca e uma vontade enorme de sentir seus lábios, eu tinha saudades do seus lábios, do seu rosto sério, do seu odor natural realmente sentia saudades do Gustavo.

Parece que Gustavo percebeu meu desejo porque o mesmo se aproximou e me deu um selinho demorado, não satisfeita eu tento levantar minhas mãos para aprofundar o selinho mas o mesmo não me deixa, então eu sugo seus lábios inferiores e ele faz a mesma coisa assim iniciamos um beijo lento e cheio de saudades, ao sentir sua língua entrando em contacto em a minha meu coração dispara, pensei que nunca mais iria voltar a sentir o gosto da sua boca.

Fomos interrompidos com as batidas na porta, logo em seguida um homem vestido de branco, jovem de cabelo preto e pele morena entra com um sorriso enorme no rosto.

Médico: Senhorita Yasmine finalmente acordou - caminha na minha direção notando algumas coisas na sua plaqueta -

Ele verifica algo nos fios que estão ligados na minha pela depois faz uma careta mas logo ele volta a sua aparência séria.

Médico: Bom vou falar a verdade, durante esses meus anos de experiência e estudo o seu caso foi o mais raro, nunca vi alguém se recuperar assim facilmente. Quando você deu entrada no hospital e eu analisei sua situação só vi duas saídas, ou as crianças sobreviviam ou a mãe, mas por milagre de deus tudo está bem, a senhora não está em perigo nem seus filhos mas só têm um problema - engulo o seco com medo do que vem aí -

GH: Prossiga .

Médico: Seu útero foi gravemente ferido, sua gravidez era de risco e precisava de tratamentos específicos para isso, além do mais você é muito baixinha para suportar 2 bebês, seu colo do útero não estava ainda preparado um simples gesto mal feito e poderia machucar você ou a criança. Durante o parto foi difícil porque estava inconsciente e a bolsa já tinha estourado há muito tempo você pegou uma inflamação no nível dos ovários e do útero e tivemos que retira-lo, sinto muito mas não poderá mais ter filhos - assim que ele termina de falar eu já estava chorando horrores -

Eu não poderia ter mais filhos é isso mesmo? Encaro o rosto de Gustavo e o mesmo não demonstrava expressão alguma, apenas uma lágrima solitária desceu do seu rosto.

Minutos depois eu me calmei e o Doutor saiu do quarto me deixando à sós com o Gustavo ficamos durante segundos em silencio, um silêncio perturbador até que ele decide falar.

GH: Eu lamento por tudo isso - sua voz sai fraca -

Mesmo que eu tivesse triste e destruída por dentro não teria coragem de culpar ele, Gustavo não têm nada haver com isso embora se ele não tivesse entrado na minha vida tudo seria totalmente diferente mas dou graças a deus ele entrou e permaneceu na minha vida e do meu lado pois ele me completa e me deu de presente as duas coisas mais importantes da minha vida.

Yasmine: Você não têm culpa de nada Gustavo de nada, se deus fez assim ele sabe o porquê disso tudo. Não vou dizer que não sinto nada em relação à isso mas devo agradecer por ainda estar em vida e os nossos filhos também - ele carecia meu rosto -

GH: Eu te amo - sela nossos lábios -

Yasmine: Também te amo - digo sorrindo mas por dentro ainda existia uma ferida enorme -

Depois de ficar algumas horas comigo dentro do quarto Gustavo decide conhecer os nossos filhos, eles não podiam sair da área neonatal porque ainda estavam um pouco fracos pois nasceram prematuros, eu também queria ter ido mais não poderia me levantar ainda.

Grávida De Um TraficanteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora