Capítulo 20

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Yasmine narrando...

Não podia nem fiquei calada e quieta que nem estátua ouvindo ele me rebaixando, julgando e humilhando mais uma vez, não sei o que me deu no momento, agi por impulso mas também por raiva.

Nunca homem nenhum mandou em mim, me bateu, xingou, humilhou da forma que ele faz, nunca tive pai nenhuma na minha porra de vida pra levantar a mão sobre mim então não vai ser GH que irá fazer isso!

Caramba, garoto doido, surrado da cabeça, só pensa merda! Se tu sair significa que tu foi atrás de macho, foi vender o cu, psicopata, maluco!

Porra mano, tinha voltado do trabalho, estava cansada e quebrada, o movimento na loja estourou hoje, não parei nenhum segundo, sempre tinha uma que entrava e saía, experimentava e reclamava, não ia deixar Olivia sozinha.

Eu estou grávida, não morta nem doente, quero sair de casa e ganhar minha vida com meu próprio suor, não quero depender de ninguém a não ser de mim mesma, quero ter meu próprio espaço, meu próprio dinheiro.

Posso ser doida, irresponsável às vezes, louca, sem limites quando bebo mas a coisa que eu faço e sempre fiz é respeitar meu corpo, respeitar-me.

Me julgam e me comparam à essas garotas do morro que um dia estão na cama de um, sendo comida de 7, é verdade que eu tenho safadeza na alma e na piriquita mas isso não significa nada.

Assim que GH avança na minha direção pra desferir um soco no meu rosto peguei o reflexo e saí correndo em direção do quarto e tranquei a porta atrás de mim.

GH: Abre essa porra Yasmine, eu vou te matar, filha da puta, vagabunda - grita me xingando - Tu vai se arrepender.

Yasmine: Não vou abrir porra nenhuma, seu doente, escroto, psicopata vai se cuidar! - digo sentido meu coração acelerar - Tenta alguma coisa pra ver se eu não mato essa criança, não me subestime, você não sabe daquilo que eu sou capaz!

Na real, eu estava morrendo de medo, com o coração batendo a mil, meus olhos se lacrimejaram em instantes, eu queria sair dessa casa, fugir daqui, do morro...

Eu não teria coragem em tocar nos meus filhos, ou fazer algum mal contra eles, disse isso apenas pra ver se ele recuava, não queria morrer nas mãos desse monstro.

Queria ter a minha vida de antes, queria estar nos braços da minha avó, escutar ela me xingando quando eu não acordava ou quando fazia merda, meu pior erro foi ter engravidado.

GH: Não vai abrir né? Deixa eu arrombar essa puta que pariu pra você ver aquilo que vou fazer com tu!

Limpei algumas lágrimas que insistiam em descer pelo meu rosto e fui me trancar na casa de banho.

Minutos depois escutei a porta de fora ser fechada e o barulho fo motor da moto dele, dei um suspiro de alívio mas não me sentia em segurança pois GH certamente não irá esquecer disso.

Era só o que me faltava, passei 16 anos recebendo tapas da minha avó pra depois apanhar de bandido? Comigo já não passa mais.

* * *
Os dias se passaram que eu continuei a minha rotina sem me preocupar com o outro embuste, fazia como se ele não existisse para mim vice e versa, trabalhava e não dava explicações.

Se antes a gente mal se falava agora a gente nem se olha, ele mal dorme em casa, fica dias sem aparecer e quando aparece é pra fazer merda, digo nada melhor assim, tô tendo paz!

Depois daquela noite em que eu lhe dei um tapa, GH não me fala, me ignora, parece até que esqueceu daquilo que aconteceu, dou graças à deus, melhor assim.

Agora trabalho somente de manhã até o final da tarde, pedi pra Olívia me tirar algumas horas pois não aguentava tanto trabalho, era tudo que se misturava

passei mal algumas vezes na loja então ela me compreendeu.

Estava em casa fazendo um jantar para mim, tinha vontade de comer comida portuguesa que minha avó fazia sempre, caldo verde, uma sopa baseada em chouriço e couve.

Após fazer o jantar, fui até o quarto retirei minhas roupas e caminhei em direção do banheiro apertando meu coque, liguei o chuveiro e comecei a tonar banho.

Minutos depois saio enrolada numa toalha e vou me vestir, boto uma calcinha vermelha de renda e coloco meu pijama em seguida vou comer.

Gustavo Henrique narrando...

Após dias de missão finalmente tinha regressado ao morro, tava cansadão, minhas olheiras eram visíveis, tinha um pouco de barba que começava a nascer.

BN: Vai brotar no baile? - pergunta passando o fuzil pelo pescoço -

GH: Tô no clima não, cansadão, vou dormir quem sabe compareço no final.

BN: Pode pá então, vou brotar na casa da fiel - diz - Vê se não faz merda, ela não merece.

GH: Minha rola na tua boca Bernardo, vai fuder outro mané.

Ele estava falando a briga que tinha rolado entre eu e a Yasmine, tô consciente do que fiz, não sou seu dono, ela é livre mas essa filha da puta pensou que era quem pra meter a mão na minha cara? Ainda ameaçar matar o meu baguri.

Vacilona ela, já mandei o papo que não sou os otário que ela pega, comigo não têm essa de ser mulher ou não, apanha da mesma forma, pprt só não lhe quebrei por causa da ligação que eu tinha recebido.

BN: Tô achando que isso tudo é ciúmes... Agora o playboy rodou tá passando mal e o remédio é o amor - cantalora e dou o dedo do meio pra ele

Subo na minha moto e canto pneu direção de lá, fazia cota que eu não entrava em casa, antes passei na Vaulda e comprei um rango.

Me aproximei da casa e avistei Leonardo que tinha acabado de sair de lá, em seguida a porta de casa é fechada, franzi a testa.

Estacionei ela em frente de casa e abri a porta, retirei meu rádio, boné e arma colocando eles em cima da mesa, peguei o rango e levei pra cozinha, em seguida tirei minha blusa e avancei em direção do quarto.

Ela estava diante do espelho analisando sua barriga que já era visível mas assim que me viu abaixou a blusa do pijama e deu de costas.

GH: O que esse mlk tava fazendo aqui - pergunto -

Yasmine: Que mlk?

GH: Aquele que acabou de sair daqui - ela arregala os olhos espantada mas disfarça -

Yasmine: Hmmm, ele perguntou por você, eu disse que não sabia em seguida ele vazou.

Dei o riso nervoso, só pode ser zueira.

GH: Aí tu abre a porta pra um cuzão desconhecido nesse pijama modulado e curto?

Grávida De Um TraficanteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora