Capítulo 47

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Gustavo Henrique narrando...

Minha infância e minha adolescência nunca foram fácil, me meti em várias encrencas desde menor, fumei cedo, matei cedo, aprendi a me virar cedo.

Nunca tive o amor dos meus pais, aliás duas pessoas que eu mais odiei ou odeio nesse mundo, me fodendo se foram eles me me botaram no mundo preferia mil vezes ter morrido do que viver tudo aquilo que eu vivi no passado.

Filho de uma ex prostituta e um ex usuário de droga mas cheia da grana, me abandonaram desde cedo e nunca me deram amor ou carinho, aquela vagabunda que dizia ser minha mãe me batia, agredia, queimava, espancava, me obrigava a roubar desde menor, passava fome dentro de casa, não tinha condições pra ir pra escola, não tinha roupa nem sapatos a maioria eu encontrava no lixo ou era doado daqui do morro mesmo.

Nunca vi nela a mulher que eu daria a minha vida pior minha maior vontade era que ela morresse da pior forma possível uma morte lenta e dolorosa, já meu pai meu maior desejo é que ele fosse morto queimado vivo, que eu assistisse a tudo sem sequer os ajudar, cresci no meio da violência, treta, ódio e tiro parece que estava escrito no destino que eu nasci para sofrer.

A medida que eu ia crescendo passei a mudar os sentimentos já não queria ter fé, não queria amar nem ser amado, não queria conviver com as pessoas, queria vingança e vingança.

Aos meus 10/11 anos entrei pra essa vida com um único objetivo, me vingar de todos e mostrar que eu iria ser alguém na vida, que eu podia viver sem depender de ninguém como sempre fiz, deixei meus sonhos e minhas vontades de lado.

Minha primeira arma foi uma .38 , minha única e fiel companheira aquela que me ajudou acomprir minhas promessas, matei minha mãe e meu pai no mesmo dia mas de forma diferente, e pra falar? Senti prazer em fazer isso consciência pesou por alguns segundos mas depois me lembrei de tudo que eu passei na mão desses dois otários, monstros.

Com o passar do tempo fui ficando cada vez mais manipulador, frio, isolado de tudo, Bernardo já era meu parceiro nessa época, aliás o único que eu fazia e faço confiança até hoje, as mortes eram de freqüência, ver as pessoas sofrendo ou morrendo pra mim era um enorme prazer, me divertia com isso, alguns moradores que admiravam por eu ser um menino de ouro e forte passaram a me odiar por não ter piedade. De um simples piloto de fuga passei a ser o vapor mais confiável e capaz de fazer tudo, sem medo da morte e fiel ao morro.

Mulher na minha vida sempre foi um objeto, utilizo quando quero e como eu quiser, na cama só era prazer e rala fío, têm essas paradas de sentimento não, até conhecer a Yasmine, agressiva à sua maneira, cabelo que bate até a bunda, sorriso no rosto , em tão pouco tempo ela me fez descobrir o mundo de outra forma, me ajudou sem sequer saber, só a sua presença era minha paz, algo que eu nunca tive na vida, paz.

Com esse papo de gravidez meus pensamentos tomaram outro rumo, ser pai? Já foi um dos meus sonhos mas virou última opção, coisa que se conquista em messes ou talvez anos a mim me caiu do nada.

Aproveitei me bastante da situação, pisei na bola, traí, bati, falei coisas que não sentia ou não devia , tirei sua liberdade não deixei ela escolher o melhor pra eles.

Mas agora aceitar assim de cara limpa que tudo acabou, já não tem mais volta, que eu a perdi para sempre, que ela talvez queira seguir seu rumo e me tratar apenas como o pai da criança me matou por dentro. aceitaria mais levar 5 tiro no peito que ouvir isso sair da sua boca.

GH: Isso não pode ser verdade, ela armou contra mim, contra você, não iria te trair eu te prometi Yasmine, aquela pnc me dopou porra! — digo olhando ela no olhos, seu olhar demonstrava tristeza e raiva, me doía mais era saber que a culpa era minha —

Yasmine: O incrível disso tudo é que eu sou a estúpida da história, tentei te transformar em outra pessoa, tentei esquecer tudo aquilo que eu sofri por sua causa, meti na cabeça que talvez você me amasse de verdade e que mesmo que o povo fale e fale a gente poderia dar certo sabe — tenta segurar o choro — Tentei esquecer as vagabundas que te correm atrás ou querem cair no pau comigo, as ameaças que eu recebia por dia, tentei te entender e fazer uma pessoa melhor sabe, conheci um GH que ninguém sabe que ele existe mas isso tudo não serviu pra nada, nada! Você não me ama, não quero ser a única dessa relação a ter sentimentos, aguentar traições, me isolar quando você está ocupado com os problemas da boca ou drogado, não quero servir como saco de pancada quando você perder o controle, eu só quero paz, paz pra mim e prós meus filhos.
Se mete no meu lugar, imagina se fosse eu a te trair, era morte na hora ou espancamento como manda a lei aqui no morro, e você acha que eu devo sair isso tudo de boa , com o sorriso no rosto? Não têm mais volta , pode sair e voltar pra sua vida de cachorro, eu sei me cuidar e cuidar dos nossos filhos, aliás essa é a única relação que vamos ter, mãe e pai dessas crianças. Agora faça o favor de sair que eu tenho mais coisas pra fazer e suponho e você também — diz com a ponta do nariz vermelho e fugindo do meu olhar —

Ela ia chorar mas não à frente de mim, não era seu tipo demostrar fraqueza assim, Yasmine iria esperar eu sair dessa casa para desabar e chorar, mesmo querendo dizer monte de coisas talvez falar dos meus sentimentos, dizer o quanto eu gosto dela ou talvez até o quanto eu a amo respeitei seu pedido.

Avancei na sua direção e a encarei pela última vez, a única que gostava de mim e eu acabei a perdendo por um deslizo, queria abraçar ela mas passei sem dizer nada, abri a porta e sai de lá. Quase sem forças e sem ar, eu a perdi, perdi eles!

Ia subir na mota mas dei meia volta e entrei dentro da casa de novo, ela estava sentada no sofá cabisbaixa chorando.

GH: Se liga no meu papo, tu é minha, não vou te deixar ir assim de braços abertos a gente ainda vai voltar e ser feliz escreve aquilo que tô te falando! — digo —

Yasmine: Vai pra puta que pariu, toma no seu cu com essas palavras Gustavo me era!

Não liguei aos xingamentos, apenas dei de costas e saí de uma vez por todas de lá, eu não iria desistir tão facilmente dela!

Grávida De Um TraficanteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora