Capítulo 28

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Yasmine narrando...

Acordei assustada com barulho de fogos sendo lançados no céu imediatamente percebi que o morro estava sendo invadindo, olhei pró lado e GH ainda não estava lá, ele não voltou.

Eu cresci nessa favela, no meio de armas, drogas e traficantes, me habituei a essa vida mas nunca gostei das invasões, sempre tenho medo de perder alguém próximo à mim.

Podia dizer que no momento eu me preocupei com Cacau e Larissa, ou saber como a minha vó está, se ela está protegida ou não mas a minha preocupação era com GH e se ele for baleado?

Não quero que meus filhos nasçam e cresçam sem pai.

Yasmine: Eu sei meus amores, também estou preocupada mas vamos cooperar juntos — digo ao sentir os demasiados chutes na minha barriga —
C

ada dia que passa eu amo mais meus filhos, tenho vontade de tê-los nos meus braços, me importo menos com aquilo que as pessoas pensam ou acham de mim, a vida é minha, no momento em que mais precisei foram poucos que me ajudaram então opinião alheia não me interessa.

Tenho de pensar em mim e no meu futuro, como será  a minha vida daqui alguns messes?

Tenho medo de errar no meu papel de mãe, não conseguir ser um exemplo para os meus filhos, ainda me lembro das palavras que minha avó me disse a última vez que a gente discutiu, ela me comparou a minha mãe, a pior pessoa neste mundo.

Escuto um barulho de granada explodindo perto de casa, imediatamente fecho os olhos e me encholho na cama protegendo minha barriga e rezando segundos depois escutei vozes ao perto da janela.

Xxx: Patrão mandou recolher não encontramos nenhum dos dois...

Xxx¹: PL falou que acertaram o sub dono na perna mas ele não morreu.

Xxx³: Ele ainda vai morrer, eu tenho um plano pra isso, agora vazam daqui...

Não sabia se aquelas vozes eram delírio meu ou se realmente eu tinha ouvido 3 homens falando, aquela última voz me parecia tão familiar, eu não me lembro da onde a conheço mais sei que já a ouvi!

* * *

Escuto a voz de GH e BN vindo da sala, abro os olhos e me apercebo que já estava amanhecendo nem dei de conta que no meio de tanta preocupação e medo eu adormeci.

Ouço passos vindo em direção do quarto e logo em seguida a porta é aberta, todo coberto de sangue e suado, ele tinha o cabelo grudado no rosto e olheiras profundas assim que me viu deu um sorriso disfarçado.

Nem deixei ele entrar no quarto, por impulso me levantei rapidamente correndo até GH e abracei seu corpo fortemente, inalei seu cheiro natural fechando os olhos em seguida, demorou alguns segundos para ele retribuir o abraço mas ele o fez.

Sua presença pra mim já não era tão ameaçador, o contrário era como uma proteção pra mim, me sinto segura nos seus braço.

GH se afastou de mim e analisou minha barriga, seu rosto não demostrava sentimento nenhum depois segurou minha nuca e tomou conta dos meus lábios.

Assim que nossas línguas entraram em contacto senti meu coração acelerar, segurei seu rosto com minhas mãos e aprofundei o beijo não sei quanto tempo ficamos assim mas foi suficiente pra BN chegar e nos encontrar nesse clima.

BN: Pó finalmente têm comida nesse barraco sangue de Yasmine tem pode... Se eu tiver incomodando me fala Gustavo — sorri entre o beijo e GH se afasta —

Gustavo esse é seu nome,  não entendo com um nome bonito desse pra querer ser tratado por GH nada haver, mas eu imagina outro nome, tipo Guto.

Gustavo lança um olhar frio pra BN como se ele acabou de falar merda, talvez não queria que eu soubesse o seu verdadeiro nome.

Reparei que ele tinha sido baleado na perna pois na casa tinha restos de sangue, ele não queria fazer o curativo mas eu o obriguei, pode demorar semanas para cicatrizar e ficar infectado.

Nem sei como traficante aguenta dor de tiro, eu só vejo a agulha pra tomar vacina faço um drama daqueles de morrer.

Depois de fazer o curativo ficamos na sala escutando as bobeiras de BN até ele receber uma mensagem de Cláudia perguntando se está tudo bem, respondi pra els em seguida enviei uma mensagem pra Olivia e pra Lare perguntando se ninguém se machucou.

* * *

BN tinha acabado de ir embora, estava sentada no sofá com a cabeça apoiada no ombro de GH vendo a televisão.

Pensei em contar aquilo que ouvi de madrugada mas eu não tinha a certeza se foi um sonho ou não, eu sei que conheço aquela última voz, já a ouvi muitas vezes mas não sei dizer da onde, mas também nem me preocupei quem seria doido de tentar matar o dono ou sub-dono do Alemão?

Ele estava trocando algumas mensagens no celular em seguida se levantou e foi em direção do quarto, peguei o controle e mudei de canal.

Alguns minutos depois escuto o barulho de água caindo no banheiro, certamente ele tinha ido tonar banho pra sair.

Não demorou muito pra porta do banheiro se abrir e eu sentir o perfume de GH, ele passou diante de mim indo até a coxinha comer algo em seguida pegou as chaves da mota em cima da mesa e saiu sem dizer nada.

Bipolar ele não?

Grávida De Um TraficanteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora