Capítulo 67

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Gustavo Henrique narrando...

Saí daquela sala com um ódio no sangue, meu peito subia e descia minha respiração estava incontrolável, meu coração acelerado para caralho e meu corpo todo formingava, ele poderia ter mexido com tudo, poderia ter me matado quando teve oportunidades mas não decidiu mexer com as minhas propriedades mais importantes, o motivo da minha vida fazer sentido.

Minha mulher e meus filhos.

Subi na primeira moto que eu vi na minha frente e cantei pneu para fora do morro, sentindo meu celular vibrar no bolso, nem tinha direito de ficar movimentando assim no asfalto, os cana já sabem da nossa fuga e com certeza já tinha viaturas fazendo buscas por essa zona.

Por enquanto eu cortava alguns caminhos, vários gestos daquele pau no cu veio à mente, com certeza Leonardo quer vingar a morte da mãe!

Eu matei ela alguns anos atrás em frente do Complexo do Paraisópolis, meu papo era com os soldados mesmo e com playboy mas a mulher atirou contra mim e tive que me defender.

Ela era diferente de outras fiéis amava participar nas invasões e defender o morro, realmente ela não temia nada talvez seria até capaz de dar a sua vida pela a do Playboy mas em momento algum fiquei sabendo que Paraisópolis tinha um herdeiro, o nascimento de Leonardo deve ter sido um segredo pois aposto que o Comando Vermelho também não sabia disso.

Mais uma vez eu falhei nas minhas promessas de protege-los, toda essa desgraça que está acontecendo na vida da Yasmine é por causa dos erros e das besteiras que eu cometi no passado, se alguma coisa acontecer com ela ou com meus filhos nunca iria me perdoar!

Assim que avistei uma viatura de policia fazendo a ronda da cidade abaixei o vidro do capacete e acelerei ainda mais.

Meia hora cheguei ao meu destino, minha casa no interior de Seropédica eu a utilizo só em caso de emergência ou de fuga, as únicas pessoas quem têm o acesso aqui sou eu e Bernardo, não têm empregados nem nada só um segurança mas ele não fica na residência. A casa é simples por fora pra não chamar atenção.

Deixo a minha moto encostada na parede que protegia a casa, retiro as chaves pegando o capacete e o colocando em cima do assento.

Comecei andar até o portão de ferro, foi só passar o meu dedo num aparelho pequeno de digital que abriu automaticamente.

Entrei dentro de casa sentindo o cheiro da comida no ar acompanhada por um bom funk, ao fechar a porta ecoou pela sala inteira em questão de segundos ouvi a voz dela se aproximando!

Cláudia: Amor chegou ced... - ao bater de frente comigo ela arregala os olhos - Gu...stavo - recua -

Gustavo: Eu mesmo em carne e osso - digo num tom sarcástico - Precisa fugir de mim não, vim na paz - ela não responde nada -

Sei que depois do acontecimento dentro da sala de visitas ela ficou puta comigo e com medo de eu me descontrolar outra vez, talvez depois dessa história acabar eu a peço desculpas.

Gustavo: Podemos almoçar depois conversamos - simplesmente Cacau dá de costas e caminha até a cozinha me deixando no vácuo -

Minutos depois eu estava sentado na mesa esperando a comida por enquanto Cláudia pegava os pratos e as colheres, o almoço era feijoada com carne de porco, arroz, salada e se não me engano tapioca.

Grávida De Um TraficanteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora