Overcast || Kim Yugyeom

15 - Mark

― Vejo que já está de saída.

Jaebum sorria calmo enquanto entrava no quarto de hospital, cujo o qual, Mark estava nos últimos dias.

― Minhas férias acabaram ― Riu fraco arrumando suas coisas ― Ainda hoje eu voltarei ao trabalho.

Mark disse e Jaebum apenas concordou com a cabeça e olhou ao redor analisando cada canto daquele espaço.

― Huh... Se não se importa, eu tenho que ir. Preciso me preparar para voltar a minha rotina antiga.

Mark avisou gentilmente se posicionando em direção a saída.

― Não finja que se esqueceu do que aconteceu há dias atrás.

Jaebum soou astuto e tomou a frente da saída do quarto impedindo que Mark a ultrapassasse.

― Garoto... Eu já sei o que você está tentando fazer. Não adianta mentir para mim.

― Eu não sei do que você está falando.

Mark tenta passar por Jaebum, mas o mesmo o puxa pelo braço.

― Não me subestime, Tuan. Eu sou mais experiente que você. Mais esperto. E sou mais forte. Sabe que eu tenho olhos e ouvidos por todos os lugares que você vá.

Olhando seriamente para Jaebum, Mark solta o seu braço bruscamente de sua mão.

― Você é esperto, Tuan. Foi o primeiro a notar que algo estava errado. A perceber com mais nitidez o que acontecia ao redor e... A suspeitar de todos, certo? Mas... Esqueceu-se de mim. Correto?

― Por que? Irá tentar me matar de novo?

Mark lançara um olhar confrontador contra Jaebum, o mesmo olhar que Park Hana soltava para o mesmo.

― O seu ar astucioso lembra muito o de minha filha. Acho que ter tido uma boa convivência com ela te ajudou a não sentir medo de me confrontar. Diferente de anos atrás. Mas você deveria ficar mais atento. Às vezes ser corajoso demais é burrice.

― Eu não tenho medo de você, Im Jaebum. Não mais.

― Infelizmente eu não posso fazer nada contra você. Park Hana me odiaria se descobrisse.

― E não acha que ela te odiaria do mesmo jeito se descobrisse a verdade? Se descobrisse o que você anda fazendo?

― Eu estou apenas a protegendo.

― Do que? Isso não é proteção. Você e Mi-Cha estão colocando a culpa em um inocente! Kim Yugyeom não é culpado por nenhuma daquelas mortes. Muito menos do próprio pai!

― Você tem razão. Eu que matei o pai de Kim Yugyeom.

― O que? ― Mark arregalou olhos.

― E provavelmente Hana e Yugyeom tenham o mesmo sangue.

― Do que você está falando?

― A mãe de Park Hana teve um caso com o pai de Kim Yugyeom, antes que ela nascesse. Então, há probabilidades de Hana ser filha dele, e não minha.

― Como você tem certeza? A sua própria mulher disse isso?

― Minha irmã me deu bons motivos para acreditar nisso.

― Irmã? Eu não sabia que você tinha uma.

― Nosso relacionamento não é transparente.

― Você não acredita exatamente que Hana não seja a sua filha, não é? Você sente que é o verdadeiro pai dela, mas está preenchido de dúvidas.

― Não há como tirá-las. A mãe de Park Hana não está mais entre nós.

― Essa poderia ser a sua chance de ouvir a sua mulher e tirá-la daquela prisão. E dar a Hana, o que ela sempre desejou. A mãe dela de volta.

― Nem mesmo que Park Hana permaneça com esse desejo, não será possível ― Jaebum respirou profundo ― A mãe dela morreu ano passado.

Inesperadamente a boca de Mark ficara entreaberta, carregada de frustração.

― E você não disse nada a ela? Você sabe o quão Park Hana tinha esperança de ver novamente a mãe dela!

― Ela iria me odiar...

― E tenho certeza que ela te odiará ainda mais agora.

Um nojo se formou no olhar de Mark.

― Me arrependo do dia em que eu quis ser como você ― Cuspiu as palavras ― Eu levarei Park Hana para um lugar bem longe. Onde você jamais possa encontrá-la.

― Perderá o seu tempo. Park Hana não está mais na cidade.

― O que você fez com ela?

― A mandei para fora do país.

― Como você pôde?

― Eu posso qualquer coisa, Tuan.

― Não...

― Se não fosse por mim, você estaria morto agora.

― Não se faça de inocente, Im Jaebum! Eu o vi naquele porão! Você, Jackson, Mi-Cha e outros capangas!

― Você não sabe o que eu estava fazendo lá.

― Eu sei do histórico de todos os policiais que desapareceram ao frequentar a antiga casa do Sr. Kim em Namyangju-si.

― E você teve sorte de sobreviver.

― Não. Porque alguma coisa está mais além disso.

Mark olhou fundo nos olhos de Jaebum.

― Por que me quer vivo?