yes, kim taehyung. a star.

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supernova, capítulo dois de três
"yes, kim taehyung. a star."

- Bom dia. - a mulher de longos cabelos castanhos diz ao filho, que acaba de entrar na cozinha com uma cara péssima.

- Eu tive um pesadelo essa noite. - ele começa a dizer, sentando-se na cadeira de madeira com um estofado macio no assento. - Você ia ao meu quarto enquanto eu estava estudando e me dizia que haveria um evento esplêndido no céu de Busan esta noite. Uma supernova explodiria, e seria possível vê-la a olho nu. - Jimin ri sem humor e pega uma maçã. - Daí eu peguei meu celular, pra ver qual seria a estrela e, adivinhe só?! Era o meu amor! - ele diz e toma fôlego. - Eu acordei sem ar, até! "Poxa, que pesadelo de merda.", eu pensei assim que me recuperei.

- Olha o palavreado, filho. - sra. Park diz por um fio de voz.

- Sim, sim. Me desculpe. Mas é que naquele momento, eu não estava raciocinando bem, sabe?! Poxa, um pesadelo desses... - Park morde a maçã e mastiga demoradamente antes de continuar. - Aí eu peguei meu celular, no chão, ao meu lado, conectado ao carregador. Obrigado por isso, inclusive. - faz uma reverência rápida, com a cabeça, em direção a mãe, que permanece calada, prestando atenção em cada palavra proferida pelo filho. - Bem, eu liguei o meu lindo celular e, adivinhe denovo?! BUM!!!, não era um pesadelo. - finaliza com um sorriso falso e segura as lágrimas para não chorar novamente.

- Jimin, eu...

- Não precisa dizer nada, omma. Não tem muito o que dizer, certo?! Eu apenas vou para o colégio, fazer os testes finais, e volto para casa, como sempre. - dá as últimas mordidas na maçã, toma sua xícara de café, que já se encontrava posta pela mãe, e se levanta, retirando-se do recinto.

No quarto, Jimin coloca o seu uniforme e passa uma maquiagem leve em seu rosto, a fim de esconder as olheiras e inchaço dos olhos por ter ido dormir chorando. Ajeita seus materiais necessários e os guarda na mochila com estampa de galáxia. Pega o celular em cima da cômoda, sem coragem alguma de desbloqueá-lo, e apenas o coloca no bolso traseiro da calça de uniforme.

Se despede da mãe com um beijo em sua cabeça e vai pegar o ônibus para o colégio.

• • • • • •

Assim que finaliza os testes e se vê livre de quaisquer obrigações escolares, Jimin se tranca em uma das cabines do banheiro para chorar e liberar tudo o que estava segurando desde o momento em que acordou.

Chora, grita, se bate e se arranha algumas vezes. Nada parece acabar com sua dor no peito, com seu aperto infindável. Pergunta-se se algum dia isso irá passar. Como e quando passa a dor de perder seu primeiro, único e grande amor? Qual o remédio para isso? A ciência já deveria ter inventado tal droga, são muitos os que precisam dela.

O som da porta do banheiro sendo aberta se faz presente e, em seguida, passos que param em frente a porta fechada da cabine de Jimin.

- Você não tá se cortando ou tendo um filho ai dentro não, né?! Porque eu escutei gritos e um choro bem alto, e tá vindo daí mesmo. - uma voz grave se pronuncia, sendo direcionada ao ser sofrido denominado Park Jimin.

- Err... N-não... Pode ir ag... - soluça - ...agora. Me desculpe. - Jimin diz com dificuldade por estar com a garganta cheia de um enorme bolo que o apertava naquela região.

supernova ↝ jikookDonde viven las historias. Descúbrelo ahora