Capitulo 6

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Acordar já é difícil para mim, principalmente acordar em um lugar que não conheço e com um par de olhos cor de mel me encarando.

Minha cabeça dói e lateja  coloco  a mão na mesma e tento faze la parar de girar me recordo da conversa que tive com Fernando o homem que me ajudou, ele disse que tinha que sair para resolver algumas coisas, mesmo que não haja sinal nele de que me queira mal ainda tenho medo, medo de que aquele imundo me ache ou que isso não passe de um sonho e que eu acorde no pesadelo que é minha vida, acho que depois de todos esses anos este e o único momento que tive para ficar em paz por alguns instantes.
Todas as dores se multiplicam quando me mexo. Levanto da cama com dificuldade já que estou com o pé machucado, claro que foi uma ideia estúpida pular daquela altura mas era o meu único recurso. Vou até o espelho, e vejo o que não via a muito tempo a mulher que me tornei o meu estado. Não sei o que está pior se meu corpo cheio de hematomas ou minha alma cheia de cicatrizes.   Fecho os olhos e lembranças dos últimos anos passam em minha mente. Meus olhos se enchem de lágrimas e acabo ficando tonta e caindo sentada no chão. Se eu tivesse sido mais forte e menos covarde talvez isso tudo não teria acontecido, talvez isso tudo não passaria de um pesadelo.

Mas infelizmente não é só um pesadelo e sim   a vida real. Fecho os olhos com força para conter as lágrimas e quando abro ele está lá me olhando como se quisesse me desvendar se ele soubesse de tudo me acharia fraca, inútil um lixo. E o que todos pensam e o que ele pensaria.

-Você ta melhor ?

-Sim senhor .

Ele fecha a cara e revira os olhos.

-Não me chame de senhor, já disse que não sou tão velho assim.

-ok . Não consigo diser mais que isso.

-Você não tem ninguém para quem ligar? Um amigo, namorado, marido ?

-Não, não tenho.

-Posso perguntar o que  fazia tão tarde na rua ? Sabia que o Rio de Janeiro é bem perigoso, principalmente a noite ?

-E.. eu tava procurando o abrigo . Minto.

Ele me olha como se soubesse que isso não era verdade mais não diz nada. Vem até mim e estende a mão.

-Vem eu te ajudo.
Mesmo com receio eu pego a mão dele  que me puxa pra cima, com o ato acabo me desequilibrando e Fernando me segura.

-Pelo visto acho que o chão tem uma forte atração por você em ? Acabo sorrindo sem graça.

-Acho que um pouquinho. Respondo e ele sorri.

-Seu sorriso e bonito.
Coloco a mal na boca assim que termino de falar, merda eu e minha boca grande, por causa dessas mancadas que dou que por várias vezes sofri. - Desculpa.

-Sem problema. Seu tornozelo ainda doi ?

-Um pouco . Então sem eu ao menos ter tempo para protestar ele me pega. Me coloca na cama com delicadeza, e diz algo inaudível balança a cabeça e sai do quarto me deixando só novamente.

Traços do DestinoOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz