capítulo 60

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Luísa
Sem revisão

Senti meu corpo fraquejar ao sentir a descarga elétrica passar por ele assim, que a voz de Alex atravessou meus ouvidos. As lágrimas ainda escorriam quando fitei seus olhos que exalava uma mistura de preocupação e certa indicação. Fiz menção em me afastar dele e ele desfez de sua postura rígida escorado a parede e se aproximou.

- Nem pense nisso! Não me faça jogar você nos ombros igual homen das cavernas. Disse sério.

- Você não entende Alex. Disse fraca em meio às lágrimas.
- Pode ter certeza que não entendo mesmo. Não entendo o fato que a algumas horas a trás nos quase perdemos você e o fato que passou horas em cirurgia e agora está aqui perambulando por aí como se nada fosse.
Não respondi apenas me escorei a parede não aguentando mais a dor em minha perna e não saberia de fato explicar o que estava fazendo ou o porquê. Senti o braço de Alex em meu ombro e em um movimento rápido ele o passou em seu pescoço e me ergueu  no ar passando seu braço por baixo das minhas pernas. Não consegui esboçar nenhuma reação por todo o caminho de volta. Fechei os olhos e apenas recostar minha cabeça nos ombros de Alex que também não disse nada até entramos novamente no quarto do hospital. Me colocou com cuidado na cama e se sentou na minha frente.

- Desculpa se fui um pouco rude. Disse secando minhas lágrimas fiquei preocupado de verdade com você.  Disse me olhando.
- As lágrimas não são sua culpa. Respondi com a voz carregada de emoção.
- Então me diz o porquê?
- Eu só estou cansada. Minha voz era apenas um sussurro. - Estou tão cansada de viver com medo, de todos os pesadelos eu não aguento mais Alex. Eu só não aguento mais. Disse intensificando o choro  ao sentir seus braços me rodearam em um abraço.
- Divide sua dor com a gente, deixa a gente te ajudar tampinha. Somos uma família e sempre estaremos aqui pra você. Eu sempre estarei aqui pra você.
Em meio aos soluços apertei sua blusa.
- Esse é o problema eu vou acabar fazendo com que ele venha atrás de vocês também. E eu não suportaria viver sabendo que fui eu que fiz com que vocês se ferirem.
- Confie em nós quando digo que ninguém toca em você sem passar por mim e Fernando. Eu sei que está com medo mas precisa dividir isso com a gente e um fardo muito grande pra se carregar sozinha.
Me afastei e enxuguei as lágrimas concordando com a cabeça.
- E tem que  me prometer que nunca mais irá se arriscar assim.
- Foi uma ideia horrível né? Perguntei tentando aliviar um pouco as coisas e Alex grunhiu uma espécie de riso.
- Teria dado certo se o Fernando não tivesse percebido.
- Ele sabe que o que eu tentei fazer ? Perguntei aflita.
- Bom ele me ligou e gritou algumas coisas bem grosseiras sobre eu ter deixado você sair por aí sozinha.
- Aí merda!
- Sua sorte é que você é gata e ele está caidinho por você. Já eu não tenho tanta sorte ele com certeza vai tentar me matar.
- Sinto muito!
- Relaxa eu sei lidar com ele. Piscou.
- Sabe que a amizade de vocês dois é algo invejável. Sempre estão juntos, são sócios e melhores amigos. Alex sorriu.
- Conheço Fernando a anos isso torna as coisas mais íntimas ao longo do tempo mas, acredite ele não era meu maior fã.
Olhei pra ele que mantinha os olhos no celular.
- Sério? Perguntei curiosa.
- Nos conhecemos quando tínhamos treze anos, ele trabalhava em uma conveniência eu sempre ia para lá ver ufc na televisão e tentava puxar papo insisti muito até ele finalmente me responder e desde então somos amigos.
- O Fernando já trabalhava aos treze ? Perguntei e vi Alex me olhar aparentemente ponderando o que falar.
- Pode-se dizer que sim.
- E sobre a mãe dele qual é a história? Questionei me recordadando da pequena discussão entre ele e Felipe.
- É um assunto complicado Luísa.
- Por que ?
- Digamos que é o ponto fraco do Fernando e ele não toca nesse assunto. E isso é tudo que vou te contar. 
- E tão ruim assim ?
- Pode-se dizer que sim tampinha.
-Quando ela morreu ?
- Eu digo que é a única coisa que vou te contar e você continua perguntando.
-A isso não interfere em nada.
- Tem mais de dez anos e é  só que vou dizer a respeito.
-Ok, tudo bem!
- Luísa? Só uma coisa não toca nesse assunto com ele. Dessa vez ele me olhava seriamente. - Eu sei que com você ele se solta aos poucos mas, isso é algo que eu não posso te contar e abre cicatrizes que o machucam então melhor tomar cuidado.
- Eu já  havia percebido. Pode deixar esse assunto já está esquecido. Sorri em afirmação. Claro que ainda havia  aquela pulguinha de curiosidade pulsando atrás da orelha porém, sei como é ter algo que nos fere trancado a sete chaves.  Enquanto ficava perdida em meus devaneios a porta se abriu dando passagem a Paula afoita e reclamona seguida de Laís que revirava os olhos para a amiga.
- Á como é  bom te ver assim, bem e acordada. Paula disse assim que bateu os olhos em mim e se aproximou me abraçando seguida de Laís que fez o mesmo. As duas se sentaram na cama cada uma se um lado.
- Eu que fico feliz em ver vocês duas ou melhor três. Digo me referindo às duas e ao bebê.
- Como você se sente flor? Laís perguntou.
- Estou bem, quero dizer meio dolorida mas, estou bem.
- Quase inférteis milhões de vezes nesses dias.
- Sempre dramática  meu amor. Alex disse se aproximando e depositando um beijo em Paula.
- Mas foi um susto e tanto mesmo. Laís complementou.
- Bom vou da uma saída aproveitando que você estão aqui com ela.
- Pelo visto arrumou dois seguranças. Paula zombou.
- Até que dão pro gasto. Respondi e vi Alex que já estava na porta se virar e lançar um olhar indignado.
-Isso desdenha de quem te faz companhia e te trás comida. Respondeu com indignação.
- Sabe que é brincadeira Alex.
- Vou cuspir no seu sanduíche isso sim.  Disse e saiu nos fazendo rir.
- Me contem como vocês duas estão?
- Bom inchada e parecendo uma bola de Yoga.
- Agora é você que parece dramática. Paula rebateu.
- Diz isso porque consegue ver seus próprios pés quando olha pra baixo.
- É tem razão.
- Porém falta pouco agora só mais três meses e vamos conhecer essa princesinha. Laís disse passando a mão em sua barriga.
- Princesinha? Paula perguntou.
- Sim! Laís  exibia um belo sorriso no rosto. E não conseguimos conter os gritos de alegria e um abraço desajeitado a três.
- Quando descobriu? Perguntei.
- Quando você saiu da cirurgia viemos te ver e senti um desconforto muito grande então Felipe me fez consultar um médico aqui mesmo. Só que estávamos todos tão preocupados com você e o Fernando que esperamos o momento certo para contar.
- Essa garotinha vai ser tão amada. Paula comentou.
- Não tenho dúvidas nenhuma disso. Principalmente tendo vocês duas como tias.

Enquanto conversávamos percebi que mesmo que eu quisesse não saberia viver sem nenhum deles em minha vida. São momentos como esse que eu sei que encontrei meu lar e não era a respeito de um lugar mas, sim das pessoas que nos cercam e essas eram a minha família.
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Mais um capítulo da nossa fugitiva favorita haha
Espero que gostem!
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Bjs da Ray❤️

Traços do DestinoWhere stories live. Discover now