capítulo 72

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Fernando
Sem revisão

Eu não podia deixar de pensar no quanto essa decisão me afetaria, talvez estivesse entregando de bandeja minha alma ao diabo. Poucas eram as coisas que me faziam ter arrependimento mas, lutar talvez fosse uma delas porém, eu faria tudo sem pensar duas vezes por ela, mesmo que isso significasse ser egoista com a escolha desse caminho. Respirei  fundo e me concentrei na estrada, era um pouco mais de meio dia e o sol mal havia dado suas caras, deixando o dia cinza. Quando o celular tocou pela milésima vez o retirei do bolso e coloquei no viva voz escutando do outro lado Munhoz praticamente gritar.

–Mas que porra Fernando! Que merda você tem na cabeça.
–Estou voltando Munhoz, fique tranquilo.
–Tranquilo ? Mas... respirou fundo e continuou. – Você só pode estar brincando com a minha cara, a cabeça da sua namorada a prêmio e provavelmente  sua e você da um perdido nos meus seguranças. Diz pra mim você tem merda na cabeça. Por mais que ele estivesse certo minha paciência não estava a melhor do mundo para conversar.

–Da pra parar de faniquito. Olha conversamos quando eu chegar.
–Eu ainda vou infantar por sua causa. Sabe o que é acordar as seis da manhã com a notícia que o meu amigo resolveu ser rebelde. Eu mesmo deveria te matar. Sei muito bem onde esta e o que foi fazer. Te dou duas horas que é o tempo que leva para pegar uma ponte aérea, ou derrubo São Paulo atrás de você.
Apenas sorri sem humor e desliguei.

Quando peguei minha moto já de volta no Rio, não tive nem chances de respirar já que logo um carro que reconheci ser o do segurança de cedo e uma moto parou ao meu lado.    Munhoz não brincava em serviço e eu não o culpava por isso. Fui direto ao Rota tinha algumas coisas para resolver e uma pessoa para encarar.

–Fernando ? Ouvi a voz de Melissa  assim que adentrei o espaço. –Achei que não te veria aqui hoje.

–Tinha algumas coisas oara resolver. Tudo bem por aqui ? Perguntei enquanto ela observava uma planilha nas mãos.

–Tudo bem! O que tinha para resolver o Alex colocou no eixo.

–Ele está aí?
–Sim, e é  até engraçado dizer isso mas, ele parece extremamente mau humorado. Levantei as sobrancelhas e sorri sem humor.
–Obrigada por avisar. Me afastei indo em direção ao escritório. Quando entrei ele estava escorado na minha mesa olhando para a janela que dava vista ao prédio vizinho. Mantinha o maxilar travado e os braços cruzados, sua postura era rígida evidenciando sua tenção. Chamei seu nome mesmo sabendo que ele já havia notado minha presença.

–Alex? Tira-lo do sério era uma tarefa difícil, ele sempre buscava um meio de achar o lado bom das coisas mas, pelo visto eu consegui.
–Sabe com quem eu passei grande parte da minha manhã ? Perguntou ainda sem me olhar. Não respondi apenas o deixei continuar. –Com a minha irmã e por ela eu descobri que você saiu de madrugada para ir ate São Paulo.
Conversar com Luísa era fácil, era algo leve em todas as vezes só fluía as palavras como em um ria tranquilo, tão tranquilo que nem vi o momento em que disse a ela onde iria hoje. Fechei a porta que ainda estava aberta e o vi direcionar o olhar até mim. Por mais tranquilidade que sua voz exalava seu olhar não mentia a raiva e magoa que sentia.

–Mais incrível ainda foi quando soube o que fez com os seguranças do Munhoz. Continuou.

–Não tive outra escolha. Respondi e o vi se endireitar  olhando para mim balançando a cabeça em negativa.

–Não vem com essa. Sua voz agora não era tão contida como antes. –Você tem merda na cabeça Fernando ? Perguntou mais alto .

–Não fode Alex! Sabe que eu não tinha escolha, não havia outro caminho.  Revirou os olhos com raiva e balançou a cabeça.
–Quer saber? Vai pro inferno! Esse não era o caminho. Balançava a cabeça em negativa e deu alguns passos saindo da salae batendo a porta.

Traços do DestinoWhere stories live. Discover now