[NOVA VERSÃO] Capítulo 24

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Acabei, por fim, me virando. Avistei um sujeito boa-pinta vindo ao longe e não tardou nem meio minuto para a minha ruivinha acenar na sua direção. Quase simultaneamente, os dois trocaram um sorriso largo, íntimo, cúmplice... É preciso ser muito idiota para não reconhecer o forte laço entre os dois. Tentei não me deixar abalar por esse recém-descoberto fato.

"Eles são amigos, não há nada de errado nisso, cara, apenas relaxe...".

Mas se falar que estava confiante naquele momento, estarei mentindo... E muito.

− Desculpem-me pelo atraso... Espero que não tenham esperado muito – ele cumprimentou, com uma voz incrivelmente grossa que me causaria inveja anos antes. Levantei-me para cumprimentá-lo, mas Rafaella se jogou nos braços dele em um gesto bastante íntimo. Não disse nada, apenas esperei. Eles trocaram cochichos e quando Manoel finalmente me encarou, me olhou de cima a baixo.

− Não te disse? – Rafa questionou como dona da verdade absoluta e os dois trocaram um olhar cúmplice. – E você achando que eu estava exagerando...

− Seu gosto é meio duvidoso, não é, Rafaella? Imaginei que ele fosse bonitinho, mas minha nossa senhora, ele é uma perdição... – Rafa caiu na risada e eu me peguei:

1) constrangido;

2) incerto;

3) confuso com a porra toda.

− Ele está ficando sem graça... – ela anunciou em um tom gracioso. Manoel parecia concordar, já que sorria abertamente e parecia estar se divertindo. – Não é a coisa mais fofa que você já viu?

− Ei, eu estou bem aqui – lembrei-os, sem acreditar que eu passara a me tornar o assunto daquela conversa.

− Querido, ao ter ver tenho a certeza de que finalmente Rafaella largou os dias de dedinho podre. Muito prazer, eu sou Manoel, o único amigo decente dessa cabelo de fogo – ele estendeu a mão na minha direção e a apertou bem firme. Sentia-me tão aliviado que era capaz de abraçá-lo ali mesmo e foi exatamente o que fiz.

Antes que pudesse discernir a cena com alguma clareza, puxei Manoel para um abraço como se fôssemos amigos de longa data. Ele estranhou, é verdade, mas retribuiu quase no mesmo instante e arrisco dizer que ele e a Rafa trocaram olhares e sorrisos, aprovando o gesto. Considerando o fato dos dois parecerem muito próximos e importantes um para o outro, imagino que ter a aprovação dele significava muito.

− Estou faminto! Podemos, pelo amor de Madona, comer alguma coisa? Ah, preciso de altas doses de cafeína também...

Comemos, praticamente, em um silêncio imaculado, sem culpa. Mas quando começamos a conversar a coisa não parou mais. Manoel se provou um cara hilário, o que era ótimo, pois a amizade dos dois vinha acompanhada de uma leveza da qual Rafaella não parecia desfrutar com suas ex companheiras de passarela.

− O primeiro dia de aula na faculdade foi um pesadelo – ela contava, sem esconder o sorriso e finalmente parecendo verdadeiramente relaxada. – Eu passei a vida inteira tendo aulas em casa, então o ambiente em si me pareceu muito hostil. E eu não estava errada... Nenhum companheiro de classe me pareceu muito receptivo. Sem contar que me recusei a fazer parte do trote, então fiquei com fama de nojenta.

− As veteranas ameaçaram pegar no pé dela e eu ameacei fazer muito pior com elas... – ele olhou para nós de um jeito malévolo, morrendo de rir com a provável lembrança. Rafa o acompanhou. – Olha a minha cara de quem vai aceitar toda essa palhaçada de trote!

SINGULAR (degustação)Where stories live. Discover now