Rezando

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(Apenas dando uma arrumada na fic)

#ELENAO

Segue o baile.
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— CAMEELA, você não vai sair com essa roupa!

Minha mãe disse pela milésima vez e eu revirei os olhos, realmente não queria ficar assada dentro do caminhão, ela sabe que aquilo esquenta que só a peste.

— os zomi vão ficar tudo de olho em você minha filha! Veste uma saia cumprida pelo menos, a irmã Kátia trouxe várias do templo de Salomão.

— mas manhee... É muito quente!

— deos á de esfriar o fogo que satanás colocou no seus motor minha filha, ele vai glorificar e você não vai arder.

— não mãe, tá calor e eu tenho que ir logo, só tenho três dias pra chegar em Recife e tá um calor lascado, a tardinha eu visto o uniforme correto. — peguei minha mochila com umas roupas e uns lanches pra viagem.

— então vá com Deus meu coração — ela me abraçou e eu suspirei — que Santa Edwiges lhe acompanhe nessas noites.

Dei de ombros e segui pra fora, meu Mercedes lindão tava todo lustroso, a carga já tava inserida e eu só tinha que seguir rodovia a fora, as vezes morar em Osasco me ajudava muito.

"fiiiifiuuuu" escuto alguém assobiando enquanto eu me abaixava pra ver se as roda do caminhão tava tudo perfeito. "Que delícia de rabetão"  escuto o lombriga falando e já tava doida pra meter uns socos na cara dele.

"Quando tu vai deixar eu andar nesse rabetão?"

— quando você pagar a pensão dos teus cinco filhos, SAÍ NOIA! — empurrei ele pra longe, o muleque era folgado, vivia roubando os rádio dos carros isso quando não sumia com as rodas, já perdeu vários dente, mas nunca aprende.

— aaah um dia eu vou sarrar, sarrar gostoso.

Será que se eu passar com o caminhão em cima dele o Greenpeace vem atrás de mim?

— eu sou muito filé pro teu miojo com ovo — mandei beijinho e subi no caminhão puxando a porta com força e dando partida.

— ala se achando! — ele subiu na calçada e eu acelerei a minha máquina mortífera. O caminhão baú era todo preto com alguns detalhes em vinho. Eram já duas horas da tarde, o caminhão tava cheio e eu ainda tinha que passar na lanchonete pra tomar um cafézinho.

Eu sempre ia numa birosca que ficava logo na entrada da avenida, era o point de parada, tava sempre movimentado e dona Flor sempre fazia café fresquinho. Dirigi até lá já vendo meu corpo ficar levemente bronzeado.

Diferente de mainha eu não achava perigoso dirigir, eu amava dirigir, desde meus nove anos que pegava o carro de meu pai e dirigia no estacionamento do supermercado. É incrível como você pode controlar uma máquina tão grande e potente. Já quanto aos bandidos e eu sempre tinha um trinta e oito carregado em baixo do banco ao lado do meu cachimbo da paz.

Estacionei uns metro pra frente e sai do caminhão. Meu short tinha subido e só deus na causa. Ter uma bunda grande as vezes era um saco. Assim que entrei vi um armário jogado pra cima do balcão, eu não sabia se era homem ou mulher, mas acho que deveria ser os dois.

— Dona flor!

— Camilinha minha anjinha!

— três café pra viagem... — fiquei ao lado do armário, a criatura vestia calças jeans enormes e um tremendo casaco xadrez, quem em santa consciência se torturava desse jeito?

UMA CAMINHONEIRA SEM FREIOWhere stories live. Discover now