Refúgio Oculto (fantasia)

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(Desculpem pela demora nas atualizações. Fiquei sem internet durante alguns dias)

Refúgio Oculto, de berninger

História avaliada em 30/08/2017


Tabela de pontos

Linguagem

Gramática: 3 pts

Estilo do(a) autor(a): 2 pts

História

Parágrafo de abertura: 1 pt

Apresentação de personagens: 1 pt

Diálogos: 1 pt

Desenvolvimento da trama: 2 pts


Parte I - Linguagem

1) Gramática (2,6)

São poucos problemas nesse quesito e estão mais no começo do texto. Posso destacar deslize no uso da vírgula em "A honra de Inor originou Sosnor, terra dos Gigantes, e sua ira[,] Askon, terra dos Argos"; de coesão em "(...) suas respirações fizeram as ventanias, seus sonhos e deram vida às criaturas e raças", no qual "seus sonhos" é uma expressão deslocada que não faz sentido na frase, mas interpreto que foram os sonhos que deram vida às criaturas e raças (e se for mesmo isso, é preciso corrigir essa parte); e também uso equivocado do presente em uma história narrada no passado (p.ex.: (...) responde ela, enquanto coloca seus livros...).

2) Estilo da autora (1,8)

O texto é de leitura fluida, com bom vocabulário e construções que conseguem mostrar a ação das cenas de forma satisfatória. Todavia, apresenta alguns deslizes, mas que não chegam a ser significativos para afetar negativamente a escrita. Dentre eles, sublinho alguns adjetivos que poderiam ser cortados, como os de "brisa suave" e "cabelos reluzentes", e também alguns erros de coerência, por exemplo, em "pelos do meu braço" (a personagem tem apenas um braço?).

Parte II - História

3) Parágrafo de abertura (0,1+ 0,3 = 0,4)

Não sei se considero o único parágrafo do prólogo ou o do primeiro capítulo. O primeiro é enigmático e funciona mais como uma epígrafe dentro do universo da trama do que como prólogo, enquanto o segundo é uma explicação objetiva e sucinta sobre a origem do mundo de Artania. Para todos os efeitos, irei considerar ambos e dividir entre eles a pontuação máxima do quesito. No caso do prólogo, o parágrafo não funciona dentro do seu contexto (prólogo), o que pode afastar o leitor ao notar que a autora não soube usar o prólogo de forma adequada. No segundo caso, a origem de Artanis é interessante, embora esta parte, sim, se pareça com um prólogo; por outro lado, é apenas uma explicação de background. Melhor que esses dois trechos é o início da segunda parte do primeiro capítulo, que mostra a protagonista observando um fenômeno natural pela janela, na qual o texto pincela o nome de elementos característicos deste mundo. Se este fosse o parágrafo de abertura, provavelmente eu teria dado a pontuação máxima.

4) Apresentação de personagens (1,0)

Várias das descrições dos personagens estão diluídas em meio à ação do texto, e a escrita consegue construir essas imagens de forma natural. Poucos personagens aparecem, mas todos possuem algum peso nas cenas. Como a história é narrada em primeira pessoa, temos acesso aos pensamentos da protagonista, Arkalis, que, junto de suas ações, são fundamentais para a construção de um conflito que chama a atenção do leitor.

5) Diálogos (0,7)

A autora preferiu usar aspas em vez de travessões. Por seu uso incomum na literatura brasileira, pode-se acabar cometendo erros ao inserir estilo na língua portuguesa. Por exemplo, não há necessidade de usar a vírgula para fazer a separação entre a narração e a fala que é uma pergunta (p.ex.: "Claro. O que seria da vida sem questionamentos?", retruquei.)

O primeiro capítulo é bem equilibrado com trecho de narração e diálogos, estes que não apenas movem a trama, como também pincelam detalhes do cenário, bem como o relacionamento entre os personagens.

6) Desenvolvimento da trama (1,9)

Como já dito, o prólogo falha em sua função, mas quase todo o primeiro capítulo compensa isso. Digo "quase" porque seu primeiro parágrafo é apenas explicação de mundo, e, ao longo do texto, nota-se que a autora tem facilidade em pontuar os detalhes do seu mundo dentro das cenas. Sendo assim, esse background, que está longe de ser complexo, soa desnecessário, já que foi dispensável até o fim do capítulo 1. Este, por sinal, já consegue estabelecer um certo encanto para a história, na medida em que o texto apresenta bem as características deste cenário, muitas vezes, com uma função quase imediata para a trama (p.ex.: a protagonista descreve um tipo de guarda enquanto se desloca de um local A para B, e, tempo depois, é surpreendida por esse guarda no local B).

A curiosidade da protagonista, enfatizada no texto, é uma boa maneira para avançar a trama. Ela pensa, por exemplo, em questões históricas envolvendo o seu mundo, o resultado final de uma guerra de raças de anos atrás, tecendo reflexões sobre "quem" escreve e detém a História. Essa abordagem sobre os fatos históricos é um tema interessante para os dias atuais, uma vez que estamos presenciando focos de ignorância que cospem, por exemplo, que a ditadura no Brasil não foi um período ruim e que poderia ser reimplantada hoje.

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Nota de expectativa: 8.4

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