CAPÍTULO BÔNUS

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NÃO! Ainda não é o epílogo. É um capítulo extra, um bônus, criado ESPECIALMENTE pra vocês, leitores aqui do wattpad. <3 Espero que gostem!

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— Por que suas amigas inventaram de se casar no dia vinte e três de dezembro? — perguntou Daniel, vasculhando entre uma caixa e outra.

— Era o único dia disponível... — Rebecca respondeu automaticamente, mesmo a pergunta do rapaz sendo levemente retórica. Já tinha sido feita diversas outras vezes, e a resposta ele já sabia de cor.

— E por que você inventou de deixar o vestido de madrinha na loja até o último dia?

Essa pergunta era nova.

Rebecca virou-se para Daniel, as mãos apoiadas na curva da cintura, e bufou.

— Eu não inventei de deixar aqui... eu só esqueci. E a culpa é sua! – incriminou ela.

— Por que a culpa é minha?

Daniel parou um pouco a busca pelo vestido cor de creme, sem mangas e cumprimento na altura do joelho, com sutis detalhes em bordado na parte do busto e tecido esvoaçante na saia. Ele já tinha decorado a descrição do vestido, tanto que ouvira nos últimos meses, enquanto Rebecca o confeccionava. Daniel sentou-se na cadeira em frente à mesa de costura.

— Porque você desviou minha atenção ontem, quando passou aqui depois do trabalho. Eu estava pronta para ir para casa, levar o vestido, deixa-lo lá, descansando no cabide, até hoje... mas, não! Você apareceu e me fez esquecer o vestido. O vestido, Daniel. A parte mais importante de ser madrinha de casamento: o vestido — Rebecca terminou o monólogo respirando com dificuldade.

— Achei que a parte mais importante era dar apoio a noiva, que geralmente surta nesse dia.

Mais uma bufada, dessa vez tão forte a ponto de fazer os fios da franja dançarem.

— Você não está ajudando!

— Desculpe, — Daniel levantou-se e segurou a moça pelos ombros, olhando-a com cumplicidade, fazendo a súbita raiva de Rebecca derreter — eu estou tentando. Juro que estou, só que...

Aí Rebecca levantou o olhar e o fitou como se pudesse arrancar sua cabeça apenas com aquela mirada. Daniel se calou instantaneamente. O que ele iria dizer era: só que você enfiou esse vestido num buraco impossível de achar, e eu realmente não queria cavar mais nada. Seria uma péssima jogada, e Rebecca fez certo em cortá-lo. Ele pigarreou e consertou:

— Só que eu estou cansado.

Ele quis acrescentar: já estamos aqui há horas, são dez da manhã e você deveria estar no hotel desde as nove, acalmando os nervos de não uma, mas duas noivas, e eu acho sinceramente que Giovanna sozinha não dá conta dessa tarefa.

Mas ficou calado e exibiu um sorrisinho psicopata no rosto. Tudo para não enfurecer a namorada já brava. Em cinco meses de namoro oficial Daniel e Rebecca já haviam entrado em embates feios, não brigas realmente, mas discussões – as vezes bobas – que o fez anotar mentalmente o passo-a-passo de como lidar com Rebecca Nonato. Estava se achando quase um expert na tarefa, mas vez ou outra se pegava dizendo a coisa errada, e, pronto! Estava formado o desastre. Só que agora ele estava ali, andando na corda bamba, tentando ao máximo não despencar. Tinha que manter a boca controlada e não soltar nada do tipo "quem mandou você enfiar o vestido num baú secreto e jogá-lo no fundo do mar?" ou "eu estou aqui há hooooooras, não aguento mais. Por que você não põe um vestido qualquer? É um casamento na praia, todo mundo vai terminar no mar, mesmo..."

O Amor (nem sempre) Mora ao Lado (À Venda Na Amazon)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora