CAPÍTULO SETE

3.7K 453 86
                                    

~~ provocações, explicações e... doces ~~

— Obrigada pela carona, Nic. Realmente não pensei na volta... com Zeus, e uma bicicleta, e tal. — Agradeceu Rebecca, já se desculpando.

— Tudo bem. — O irmão contornou o carro, atravessou a saída do condomínio e acelerou, finalmente. — Louis não pôde vir?

Rebecca hesitou, prendendo a respiração. Louis ainda está na viagem ao Rio de Janeiro, onde devia passar apenas dois dias – o final de semana da comemoração de três anos de relacionamento – mas já está lá há sete dias, uma semana completa.

Ela empertigou-se ao lado do irmão e respondeu, seca:

— Ele ainda está viajando, e tal — sentiu a necessidade de adicionar o "e tal" para parecer casual. Só faltou dar de ombros, dobrar os lábios e ignorar totalmente o fato de estar intrigada com a demora do namorado.

— Ah. Não deveria ser apenas dois dias? Ele falou comigo sobre.

— Não sabia que você conversava tanto com Louis. — Rebecca olhou para o irmão com interesse e um pouco de surpresa.

Ele parou no semáforo e tamborilou os dedos no volante.

— Não muito... ele só me disse entre uma conversa e outra.

— Quando você se encontrou com ele?

Rebecca ficou realmente curiosa. Encarou Nicolas com ferocidade. Ele teve que encará-la de volta. O impasse só não demorou mais pois o sinal abriu e ele avançou.

— Não encontrei. Foi só por mensagem mesmo.

Ah, explicado, pensou Rebecca. Louis não mantinha contato com praticamente ninguém, a não ser ela e a família, pessoalmente. De uns anos para cá ele tem se enfiado muito mais no celular, e ela gosta de pensar que não se importa com isso, mas está ficando cada dia mais difícil. Ainda mais porque, estranhamente, eles trocaram poucas mensagens dentro dessa semana separados.

— Problemas no paraíso? — Nicolas observou, de soslaio, a irmã retesar a mandíbula, depois balançar a cabeça de um lado para o outro diversas vezes. O sinal estava fechado novamente, possibilitando uma análise mais completa. Rebecca com certeza estava tentando driblar conclusões mais diretas sobre seu namoro, mas sem sucesso.

— Nada demais, só estou com saudade. — Disse, por fim.

O que não era mentira, mas não era apenas isso.

Desconfiança não faz parte do pacote Rebecca Nonato. Ela gosta de pensar em si como uma pessoa relaxada, que não sente ciúmes ou não necessita estar sempre desconfiada das atitudes de ninguém. Ela sempre acreditou nas "desculpas", pois não havia nada (segundo ela) que não podia acontecer, então por que levantar desconfiança sobre pessoas que não mereciam? Só dificultava o convívio, e dificultar convívio é algo que ela evita ao máximo. Principalmente com o namorado.

É uma teoria falha e débil, mas é dela, e Becca se mantém com ela até que seja provada a ineficiência desse raciocínio.

— Ceeeeerto. — Nicolas comentou, um pouco tarde demais. Rebecca franziu o cenho e não falou mais nada. Estavam perto demais do pequeno Condomínio das Rosas, e eles preferiram o silêncio.

O carro atravessou os portões, percorreu as ruas sem movimento do condomínio e parou em frente à casa de Rebecca, na rua 12.

Ainda um pouco absorta no assunto (ou melhor, em seu próprio pensamento) sobre Louis e desconfiança, Rebecca encarou o horizonte, ainda sentada no banco de carona do carro, que agora não tremia mais, o motor desligado. Nicolas brincou com Zeus, o cachorro pulou com as patas em cima do seu colo e chamou de volta a atenção da dona, mas por pouco tempo. Agora ela se concentrava em outra coisa.

O Amor (nem sempre) Mora ao Lado (À Venda Na Amazon)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora