CAPÍTULO DEZENOVE

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~~ estrelas e planetas ~~ 

Daniel sabia que estava apaixonado.

Depois de um tempo negando, ou pelo menos esperando que aquele sentimento de impotência ao se deparar com o sorriso de Rebecca – ou ao olhá-la nos olhos e ver que a cor da sua íris mudava de acordo com a iluminação, ou quando ele simplesmente olhava para ela, ou pensava nela, ou imaginava a presença dela em qualquer lugar em que estivesse sozinho, ou, enfim, todas essas vezes em que Rebecca aparecia em sua mente... – fosse embora, ele parou e simplesmente jogou tudo para o alto.

Estava apaixonado.

Ponto final.

Ou, pelo menos, reticências... Já que a pessoa por quem ele estava apaixonado, estava apaixonada por outra pessoa. E isso não parecia ser um ponto final em nenhuma história – ele pelo menos esperava que não fosse seu ponto final.

A última vez que Daniel se apaixonara, pareceu simples demais.

Mocinho conhece mocinha, mocinho se apaixona por mocinha, mocinho e mocinha começam a namorar, mocinho e mocinha partem para morar juntos.

Pareceu fajuto.

Toda aquela baboseira de "quem ama, sofre", "se apaixonar é difícil", "o amor exige muito de nós", não. Nada disso nunca fez sentido para Daniel enquanto ele estava com Eliana. Fora a primeira vez que se apaixonara, e dera certo.

Foi simples demais.

E terminou tão simples quanto acabou, tão rápido.

Agora... bem, agora ele estava sofrendo em dobro tudo aquilo que não sofreu aos 19 anos.

A mocinha por quem estava apaixonado agora tinha um namorado. Um namorado por quem ela estava louca e cegamente apaixonada. Daniel não entendia como Rebecca podia estar tão apaixonada por Louis.

Louis.

Sim, ele até que gostava de Louis, mas depois de suas semanas, percebera o quanto ele era... bem, nas palavras de Daniel, Louis não era nada do que parecia certo para uma mulher como Rebecca, mesmo não podendo opinar diretamente sobre isso.

Fora que algo nele parecia off. Fora do ar. Sem explicação. Só não sabia o que era, e detestava abrir a boca sem ter argumentos suficientes para provar seu ponto. Portanto... se mantinha de boca fechada.

Até que tivesse coletado argumentos suficientes, claro.

Rebecca continuou um pouco aborrecida após a ligação de Louis, mas nada que durasse mais que vinte minutos. Daniel correu para fora do galpão e reapareceu quinze minutos depois, com as mãos cheias.

— Juro que não tirei dinheiro das doações — ele riu, e mostrou as mãos, que escondia nas costas.

O rosto de Rebecca se iluminou num sorriso cheio de dentes e olhos encolhidos, bochechas levantadas e o nariz franzido, como ela sempre sorria ao estar realmente feliz ou surpresa.

Daniel decidiu que ela estava ambos.

— Ah, meu Deus. Você é o melhor, sério. Eu estava morrendo de fome! — Ela demostrou a veracidade da afirmação ao devorar um grupo de pipocas doces, aglomeradas. — E eu amo pipoca doce. Como você... lembrou disso?

— A gente tentou fazer uma vez...

— Mas faz... o quê? Um mês? Eu nem lembrava mais.

— Deu muito errado, então é compreensível que você tenha esquecido.

O Amor (nem sempre) Mora ao Lado (À Venda Na Amazon)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora