CAPÍTULO TREZE

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~~ brincadeira de criança ~~

Em dez minutos, nuvens decidiram apressar o passo, cobrir o céu em cima de Valentina e fazer todo mundo sair correndo para o abrigo mais próximo. Para Rebecca, Daniel e Zeus, não houve abrigo. Depois de uma ideia estúpida de achar que poderiam chegar em casa em menos de cinco minutos, caso corressem, os três acabaram ensopados na varanda da casa de Daniel (por questões de desespero; a casa dele fica antes da casa de Rebecca, e ela sequer pensou em dar mais dez passos e entrar em sua própria sala). Tinham corrido por doze minutos.

Zeus balançou todo o corpo, se livrando da água que se acumulava em seus pelos e achou que seria uma boa ideia sair correndo por toda a casa, pulando em cima de Rebecca e Daniel, que fizeram festa para ele, e abocanhar um livro jogado no sofá.

— Zeus, isso não! — Daniel berrou e o cachorro lhe lançou uma olhada longa, magoado. — Desculpa, mas não pode, grandão. — Ele afagou as orelhas molhadas do cão e sentou-se na cadeira de alumínio na varanda. O material gelado lhe causou arrepios.

Rebecca e Daniel estavam encharcados. Roupas, cabelos, sapatos. Cada centímetro do corpo deles tinha sido atingido pela água, e tudo bem por Rebecca. Mas, o que ela não sabia era que Daniel tem sérios problemas com banho de chuva e imunidade baixa, e, o mais importante: o irmão, Anderson, tinha passado uma semana inteira espirrando sem parar. Daniel estava prestes a explodir em uma série de espirros seguidos, escandalosos e nada bonitos.

— Ah, droga. — Praguejou ele, entre um espirro e outro.

— Minha nossa senhora! — Exclamou Rebecca, sem saber o que fazer. — Isso já é um resfriado? — Perguntou ela, levantando-se, mas não sabia bem o porquê. Não tinha nada que pudesse fazer por Daniel naquele momento.

Ele também levantou, para surpresa dela, e se livrou da camisa, exibindo o peito nu.

A boca de Rebecca formou um "o" perfeito. Porque ela não esperava vê-lo sem camisa, e nada mais que isso.

Daniel apressou-se em abrir a porta e sair do meio do conflito entre o ar gélido e os respingos de água de chuva que acontecia na varanda, enlaçando seu corpo em desvantagem.

— Eu devia ter adivinhado — ele disse, espirro — que isso aconteceria — espirro — mas sempre acho que sou de ferro e não — espirro, espirro — ...não vou ter nada dessa vez.

— É... é normal você ficar gripado tão fácil?

— Não é gripe, é só um resfriado. Desde criança, nunca pude me divertir na chuva ou me entupir de sorvete, pois logo depois estou morrendo na cama, com o nariz entupido e vermelho.

Daniel ainda estava sem camisa, o que incomodou Rebecca. Por nada além de ele estar seminu e aparentando sentir frio – e devia estar sentindo frio mesmo, já que tremia um pouco.

— Você devia tomar um banho quente, tirar essas roupas molhadas. — Sugeriu ela.

— Você também. — Ele soltou, sem nenhuma outra intenção além de alerta-la que deveria trocar as roupas, mas os dois se entreolharam por cerca de dez segundos e Daniel decidiu que deveria se explicar: — Tomar um banho na sua casa, é claro. Separados.

— Eu sei! — Rebecca berrou.

Zeus, ainda animado, correu de repente até Daniel e pulou com as patas em sua barriga, arranhando um pouco o abdômen dele, mas não era esse o foco. Ele abocanhou a camisa de Dan, que estava pendurada no ombro do rapaz, e correu casa afora.

Rebecca e Daniel foram atrás do animal para saber até onde ele levaria a roupa molhada, e ver o estrago causado por Zeus. Ele tinha histórico de enterrar objetos aleatórios, mas uma camisa nunca tinha sido seu alvo.

O Amor (nem sempre) Mora ao Lado (À Venda Na Amazon)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora