Capítulo 24

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Lucy narrando

Era só o que me faltava mesmo, meu pai aqui. Quando eu penso que Deus já tá me castigando demais, ele manda mais uma na minha vida pra lembrar que eu tenho muito pecado e que eu não tou livre ainda.

💭Eu só posso ter atirado pedra na cruz de Cristo mesmo💭

––– Oi Pai ––– Falei com meu melhor sorriso falso

––– Posso entrar? ––– Perguntou sarcástico

––– Não que eu quisesse né, maaaas... ––– Dei passagem pra ele

Fechei a porta e virei rapidamente pra ver a reação do meu pai com o Guilherme ali. Eu estou com minha alma lavada com esse encontro, não sei de quem eu tenho mais vontade de rir.

––– Seu amigo? ––– Meu pai perguntou olhando o GA de cima a baixo

––– Quase isso, eles se pegam de vez em sempre ––– O Lucca brotou não sei de onde

––– Eu só acho, assim, só acho mesmo que tu devia tá no quarto né? ––– Perguntei séria e ele deu um sorrisinho

––– Fez outra tatuagem Lucy? ––– Meu pai perguntou me analisando

––– Fiz ––– Falei normal

––– Esse apartamento anda bem frequentado né ––– Olhou pra o GA novamente.

O Guilherme tava até quieto, mas depois dessa ele já se meteu pra falar.

––– O senhor desculpa aí, mas o que tá querendo falar? ––– Perguntou com a sobrancelha arqueada

––– Nada não meu jovem ––– Meu pai começou a olhar meu apartamento

––– Pai, vamos direto ao ponto né, o que o senhor veio fazer aqui mesmo? O senhor não gosta do bairro que meu apartamento se localiza, já meio que insinuou alguma coisa sobre o Guilherme, o que o senhor quer mesmo? ––– Perguntei direta. Essa visita não tava mesmo me agradando

––– Será que podemos conversar a sós? ––– Perguntou mais ao GA do que a mim

––– Me espera no meu quarto por favor ––– Pisquei pra ele.

O GA assentiu desconfiado, mas ficou me encarando de braços cruzados.

––– Vamos lá ––– O Lucca deu uns tapinhas no ombro dele e falou como se fossem amigos. O Guilherme olhou pra o ombro e depois pra o Lucca que deu um sorrisinho fraco ––– Ahn, vamos ––– Falou todo medroso.

Os dois saíram da sala e eu fiquei ali morrendo de vontade de rir.

––– Vai me dizer que esse também mora na favela? ––– Meu pai perguntou com nojo

––– Eu tenho tanto nojo quando você fala assim, sabiam que lá moram pessoas? Pessoas iguais ou até melhores que você? ––– Ele riu

––– Não vou discutir com você a mesma coisa de sempre Lucy ––– Fez um sinal com as mãos

––– Quem não vai discutir com você sou eu pai, eu odeio esse teu preconceito e fazem anos que a gente briga por isso ––– Alterei meu tom de voz

––– Quem manda você chamar de melhor amiga, uma garota que mora em uma comunidade qualquer ––– Ele falou mais alto ainda

––– Cala a boca... ––– Nem terminei de falar, o GA já tinha saído do quarto.

Foi rápido demais, nem deu pra piscar direito, ele tava com as mãos no colarinho do meu pai.

––– Olha aqui tio, o senhor lava essa boca pra falar da minha comunidade entendeu? Qual a moral que tu tem pra falar da favela? ––– Ele gritava e apontava o dedo na cara do meu pai

Quando subi ao MorroTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon