Capítulo 41

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Guilherme narrando

Eu tava parecendo um viadinho chorando na frente da minha mulher, mas tava me fodendo no momento.

A Lucy fez novamente o que ninguém conseguiu fazer, eu esvaziar a dor que sentia no peito, por anos.

Sabe o que é ver de perto seu primo  melhor amigo, receber Tudo o que você mais queria? Amor de mãe?

Nunca senti inveja de ninguém não tá ligado? Sempre batalhei pelas minhas paradas todas.

Assumi muito novo o morro, logo cedo tive que entrar em guerra com o cão pra defender o que era meu, o que foi do meu pai.

A única coisa que eu invejava na minha vida, era o amor de mãe. Sempre invejei isso do FA. Por mais que minha tia tenha me dado esse amor, até mais, acho eu que pra tentar resumir os pecados daquele verme, mas eu ainda sentia uma dor.

Eu não conseguia acreditar como a Suzana me odiava tanto, não conseguia entender o porquê, eu era só uma criança porra.

💭E se eu for assim com meu filho(a)? Aliás, tá no sangue💭

Era essa a dúvida que rodava minha cabeça desde que soube que minha neguinha tava esperando um bacuri meu.

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Peguei minha neguinha no colo, ela tava desmaiada e sai disparado descendo as escadas.

––– O que aconteceu com ela? ––– A Jhessyka perguntou desesperada se aproximando

––– Sei não, tenha que levar ela no postinho, meu carro tá aonde? ––– Perguntei apressado

––– Vou tirar da garagem ––– O pirralho falou e pegou a chave.

A Lucy não acordava de jeito nenhum, tava até com medo já.

O moleque deu uma buzinada e eu saí de casa com ela ainda no meu colo, fiquei no banco de trás e a Jhessyka entrou no da frente.

Olhei feio pra os dois que me encararam pelo retrovisor

––– Agora não Guilherme, agora não ––– A Jhessyka falou séria.

O pirralho lá deu partida e saiu voado em direção ao postinho. Entrei com tudo com minha mulher nos meus braços

––– Minha mulher tá passando mal caralho ––– Gritei

––– A mulher do chefe ––– Escutei um burburinho.

A enfermeira surgiu logo e foi me dando espaço, levaram a Lucy pra uma sala que tinha lá.

––– Senhor, pode dar licença? Fique na sala de espera por favor ––– Ela disse e eu encarei ela

––– Posso não, minha mulher tá lá dentro dessa porra e eu não sei o que ela tem, vou ficar aqui sim ––– Falei firme

––– Por favor, nós cuidaremos da sua mulher, mas precisamos que confie em nós ––– Ela implorou.

––– Confiança é algo difícil pra mim. ––– Falei seco e mantive ali de braços cruzados

––– Guilherme, vem, você não é médico e nem muito menos flui bem contribui você aqui ou lá fora ––– A Jhessyka saiu me puxando pra outra sala.

Ela sentou no meio entre mim e o pirralho, os minutos passavam e eu já tava agoniado.

––– Vocês não dão notícias nenhuma não caralho? ––– Bati no balcão da recepcionista que me olhou de cima a baixo com malícia e mordeu o lábio

Quando subi ao MorroWhere stories live. Discover now