57 - O Inferno de Deus

Zacznij od początku
                                    

Meu coração parecia querer sair pela boca, e se eu ainda tivesse uma bexiga, já estaria todo mijado.

- E-E... E... E... E... EU... -, Juntei qualquer sinal de força que ainda estava em mim e berrei com a voz ridiculamente afeminada - EU MORRI?!

O estranho parou a alguns metros de mim, com expressão despreocupada.

- Se acalme Cash... Aqui não é sua morte -, Seu tom másculo foi substituído por uma voz relaxada e bondosa - Na verdade, você está aqui porque me veio à vontade de conversar com você Cash.

Antes que eu pudesse pensar numa resposta ele prosseguiu com o que mais parecia um discurso para uma plateia.

- Você está em sua forma de espirito, sua alma. E infelizmente, sua alma reflete quem você é de verdade. - Sua expressão mudou para algo que transparecia pena e nojo.

- O que são os demônios que vagam em outra dimensão da terra, comparado a essas coisas que eu vejo... Merda! Ainda bem que praticamente ninguém vê isso. - Ele falou em tom humorístico, sorrindo enquanto falava.

Finalmente o pânico que me engolia foi desaparecendo... E, após alguns minutos olhando aquela cara humana e sorridente, eu pude relaxar. E como que sentindo isso, ele mudou sua expressão para algo sério, e após esses minutos sem falar nada... Falou friamente.

- Aiai... AI! Ai de você se fosse eu, aquele que lhe causaria vergonha por seus pecados.

Suas palavras me deram uma tensão inimaginável.

- Sente sua bunda inexistente em seu mar de escuridão e perversidade que lhe aparentam escuridão, e me escute pequeno ser nojento. - Entre suas palavras grunhia como um porco. E suas palavras levavam um ódio imenso consigo.

Em sincronia, tudo ao meu redor se coloriu em uma textura de cores misturadas, como vômito, de inúmeras misturas: Fezes, sangue, lágrimas, restos de carne e tudo aquilo de ruim que se poderia imaginar: Tomando conta do cenário ao redor, e consecutivamente me fazendo sentir o tato e cheiro daquela mistura horrenda.

Tudo começava a girar, intensificando a velocidade cada vez mais e mais, me deixando em estado de choque e com um enjoo absurdo.

Seus grunhidos se intensificavam e ele voltou a falar.

- NÃO, VOCÊ NÃO MORREU! VOCÊ ESTÁ NO LIMBO! - Sua voz tornou-se rouca e ao mesmo tempo aparentava levar consigo inúmeras vozes compactadas em uma só. Ele berrava cada vez mais alto, e a cada palavra parecia estourar meus tímpanos.

- VOCÊ PRECISA SER AVISADO, PARA ENTÃO - ... !

Interrompendo suas frases, seu tamanho aumentou drasticamente: Em altura e largura, fazendo suas roupas arrebentarem revelando um corpo gordo e flácido, agora assumindo a cor da pele humana. Ele tomou a mesma proporção de um elefante, grande e gordo e sua cabeça assumiu a face de um porco híbrido com um homem.

Se aproximando em passos largos e que causavam estrondo, 'aquilo' se aproximou do meu corpo minúsculo e me agarrou, fazendo-me perceber que sua mão foi substituída por uma pata horrenda de três dedos, cada um, com a grossura do meu braço.

Pude sentir minhas costelas e quadril espremendo-se e prestes a arrebentar.

- TUDO QUANTO FIZERDES, FAZEI-O DE TODO O CORAÇÃO, COMO AO SENHOR E NÃO AOS HOMENS - Ele recitou em berros e grunhidos um versículo bíblico.

- TUDO AQUILO QUE VOCÊ FEZ E Á DE FAZER É DIRETAMENTE FEITO AO SENHOR TEU DEUS, E NISTO VOCÊ SE PREJUDICOU NO MAIS PROFUNDO PECADO! -, Aquele monstro berrava e deixa-se babar litros de saliva espessa que mais aparentava esperma quente, contra minha cara - VOCÊ TORTUROU DEUS, APRENDIZ DE PORCO TÃO PREFERIDO!

Meus olhos queriam pular de suas orbitas de tão arregalados, e senti meu coração espremer-se em meu peito.

Ele sorriu largamente, revelando o triplo de dentes que um humano teria. Todos como garras pontudas e cobertas das mesmas substanciam do cenário: Vômito.

- VOCÊ ESTEVE TORTURANDO DEUS NESTES VINTE E OITO ANOS DE VIDA! - Ele falava, alargando seu sorriso de orelha a orelha, literalmente, rompendo a pele de suas bochechas gordas.

- TODOS SEUS ATOS HORRENDOS FORAM LANÇADOS DA MESMA FORMA EM DEUS! COMO QUANDO VOCÊ MATOU A PORRADAS CONTUNDENTES AQUELA GAROTA BÊBADA!

Ele começou a contar meus feitos, e em sincronia flash back's passavam por minha cabeça.

- ASSIM COMO FEZ COM JENNIFER DE QUATRO ANINHOS, VOCÊ ABUSOU VIOLENTAMENTE A DEUS! VOCÊ O FUDEU COM TODA SUA FORÇA! IGNORANDO AQUELE CANAL QUE MAL CABERIA UMA AGULHA! ASSIM COMO TODOS OS ESTRUPOS QUE COMETEU! - Ele parou de berrar grunhindo em meio a risadas, como se estivesse devorando cada memoria que citava - QUANDO MATOU A MARTELADAS E ESFAQUEOU O CADÁVER DE MAX, E QUANDO TORTUROU SOBRE SEQUESTRO AQUELE HOMEM DURANTE CINCO MESES! OU QUANDO MATOU JULIA FREITAS ENQUANTO SEUS PAIS ASSISTIAM!

Isso durou horas... E horas... Meus tímpanos haviam explodido e por eu não tê-los de verdade, fui obrigado a ouvir tudo que fiz.

O porco se acalmou aos poucos, após o deleite que havia tido. O cenário de vômito estava coberto de um esperma cinzento, misturado com sangue.

- VOCÊ... E todos os outros humanos o tornaram um masoquista... - Sua forma monstruosa foi sumindo, junto de sua voz horrenda, agora substituída por algo depressivo - E Deus nunca sentiu tanto desgosto de uma cria quanto sentiu de vocês... E agora... Ele os odeia como um sádico malvado... E tudo aquilo que plantaram... Hão de colher em dobro.

A escuridão sugou tudo ao redor, e novamente Cadreel, um anão vestido para um casamento estava em minha frente... Mesmo em pânico, eu inevitavelmente pensei "Eu vou pro inferno?" E como lendo meus pensamentos, ele respondeu.

- Não... Irá para um lugar pior, você ainda tem muito a pagar... Irá viver.

Em sincronia minha visão se tornou turva, a voz de Cadreel foi substituída pelo barulho de apitos de máquinas médicas, e constantes choques.

- ELE... VOLTOU! - Um homem disse entusiasmado e ainda ofegante.

Minha visão turva foi melhorando gradualmente... Enxergando uma sala cirúrgica, coberta de sangue e... Vômito.

Ao lado da minha cama estava um homem sem as pálpebras, me encarando com uma expressão assustadora e portando um par de desfibriladores que ainda pulsavam eletricidade.

Olhei ao redor lentamente, notando em um dos cantos da sala um homem com a altura de uma porta, gordo e pelado... Em uma de suas mãos tinha um porrete de madeira e na outra... Uma câmera.

Autor: Gabriel Freitas (HyvesBelaster.)
De: Ler Pode Ser Assustador

Contos De Terror 1° EDIÇÃOOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz