91 - O EXPERIMENTO DE CONTATO COM DEUS

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Em 1983 uma equipe de cientistas realizou uma experiência radical em uma instalação não revelada. Os cientistas haviam teorizado que um ser humano sem acesso a qualquer sentido ou forma de perceber estímulos, seria capaz de perceber a presença de Deus. Eles acreditavam que os cinco sentidos obscureciam nossa consciência da eternidade, que sem eles um ser humano poderia, de fato, estabelecer contato com Deus através do pensamento.

Um homem idoso que alegou não ter mais nada pelo que viver, foi o único que se voluntariou. Para privar-lhe de todos os sentidos os cientistas realizaram uma operação complexa em que cada conexão do nervo sensorial ao cérebro foi cirurgicamente cortada, embora a cobaia mexesse os músculos completamente, ele não podia ver, ouvir, sentir ou cheirar, com nenhuma maneira possível para se comunicar ou mesmo sentir o mundo exterior. Ele estava sozinho com seus pensamentos.

Os Cientistas monitoraram enquanto ele falava em voz alta sobre seu estado de espírito com frases arrastadas, que ele próprio não podia ouvir. Depois de quatro dias o homem afirmou estar ouvindo vozes abafadas, ininteligíveis em sua cabeça, supondo que era o início de psicose, os cientistas deram pouca atenção as preocupações do homem.

Dois dias depois o homem gritou que podia ouvir sua esposa morta falando com ele e ainda mais, ele podia se comunicar de volta. Os cientistas ficaram intrigados, mas não estavam convencidos até que o sujeito começou a nomear parentes mortos deles, ele repetiu informações pessoais para os cientistas de que apenas seus pais e familiares teriam conhecimento. Nesse ponto, uma parcela considerável de cientistas deixou o estudo.

Apenas um dia depois, a cobaia começou a gritar e apertar seus olhos não funcionais, na esperança de sentir algo do mundo físico, o sujeito histérico agora disse que as vozes dos mortos eram ensurdecedoras e hostis, falando do inferno e do fim do mundo, em um ponto ele gritou repetidamente:

- nenhum paraíso, nenhum perdão, nenhum paraíso, nenhum perdão.

Ele gritou isso por cinco horas seguidas, ele continuamente pedia para ser morto, mas os cientistas estavam convencidos de que ele estava perto de estabelecer contato com Deus.

Após uma semana comunicando-se com os falecidos através de seus pensamentos, o indivíduo tornou-se angustiado, dizendo que as vozes eram esmagadoras, a todo momento sua consciência era bombardeada por centenas de vozes que se recusavam a deixá-lo sozinho, ele frequentemente se jogou contra a parede, tentando provocar uma resposta a dor, ele pediu aos cientistas por sedativos para que ele pudesse escapar das vozes dormindo, essa tática funcionou por três dias, até que ele começou a ter pesadelos graves, o sujeito disse que várias vezes ele podia ver e ouvir os falecidos em seus sonhos.

Depois de um dia, a cobaia não podia mais formar frases coerentes, aparentemente louco, ele começou a morder pedaços de carne do braço, os cientistas correram para dentro da câmera e o prenderam a uma mesa, para que ele não pudesse se matar.

Depois de algumas horas amarrado, o indivíduo parou de lutar e gritar ele olhou fixamente para o teto enquanto suas lágrimas caiam silenciosamente através do seu rosto. Por duas semanas o indivíduo precisou ser reidratado manualmente devido ao choro constante.

Eventualmente ele virou a cabeça e apesar de sua cegueira fez contato visual focado com os cientistas pela a primeira vez no estudo. Ele sussurrou:

- Eu conversei com Deus e ele nos abandonou.

E, com isso, os seus sinais vitais pararam. Os cientistas não conseguiram explicar a causa sua da morte.

Contos De Terror 1° EDIÇÃOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora