JÁ PASSOU DAS DUAS E A FESTA NÃO TEM HORA PARA ACABAR.

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Lucas olha da varanda para dentro da sala, e vê seus pais dançando coladinhos, junto de vários outros casais. A música é meio das antigas mesmo, música de velho, mas é gostosinha; Lucas acha que pode ser Frank Sinatra ou algo assim. O clima está tão gostoso, todo mundo tão feliz; jovens, adolescentes, adultos, velhos, até uma criança ou outra dança na pista com os pais – outras já foram vencidas pelo horário e estão capotadas dormindo no sofá.

Allison puxa o rosto de Lucas novamente e lhe dá outro beijo. Estão assim há mais de duas horas, agarradinhos. No começo Lucas estava morrendo de vergonha que os outros os vissem ficando, mas logo percebe que ninguém na festa estava ligando, todo mundo estava se divertindo, e foi se soltando.

Na contagem regressiva eles desceram correndo as escadas da varanda, foram para trás de uma árvore e grudaram os lábios enquanto fogos de artifício explodiam por todos os lados. Foi estranho. Foi gostoso. Lucas já tinha beijado, de língua inclusive, mas só menina. O único beijo que tinha dado num menino – se é que podia chamar aquilo de beijo –, foi em Nicolas, um selinho... não foi a mesma coisa. Allison beijava... com vontade. Ele se sentia desejado no beijo dele, e não podia deixar de desejar também. Era só aquilo que faltava... Era aquilo que faltava para ele ter a comprovação completa do que ele queria, de quem era ele. Não faltava mais nada. Era outra coisa, beijar outro menino, a sensação. Tão diferente de beijar uma menina. Aquele corpo durinho colado ao seu, a química. "A química é louca, é paranormal, do além, do além..."

O beijo foi tão longo que quando eles olharam um no olho do outro novamente os fogos já haviam acabado, já tinha passado um ano inteiro. Eles sorriram. O olhar dos dois dizia "uau!" Lucas virou então para os lados e viu que não estavam sozinhos. Encostados entre as árvores próximas havia vários outros adolescentes, menino com menino, menina com menina, menina com menino e até um trio, que Lucas não estava certo se era três meninos, três meninas ou uma mistura de cada. Lucas e Allison se beijaram mais um pouco, não conseguindo se desgrudar (o perfume do Allison era tão bommmm...), então um dos amigos passou por eles puxando-os – Vão ficar se comendo aí a noite toda?

Agora as labaredas tinham baixado, mas o calor das brasas era intenso e constante. Quando não estavam se beijando, Lucas e Allison estavam de mãos dadas, para todos verem.

– Ahhhhhhh, que fofo –, Alex caçoa puxando a bochecha de Lucas. – Tinha certeza de que iria conseguir casar vocês dois. Uh-hu!

– Que casar, a gente só está ficando... – caçoa Lucas, como se "só ficando" já fosse algo normal para ele.

– É modo de dizer. Mas que casalzinho lindoooo vocês dois –, Alex continua, fazendo os dois meninos corarem. – Deixa eu tirar uma foto de vocês.

É a deixa para eles também fazerem selfies. Lucas não tinha mais tirado o celular do bolso desde a meia noite, quando ficou com Allison, na verdade tinha esquecido completamente que existia uma vida virtual. Agora quando pega o aparelho para fazerem a foto, vê que recebeu uma mensagem... de Nicolas.

Seu olhar preocupado chama a atenção do ficante. – Tá tudo bem? – pergunta Allison.

– Tá... só uma mensagem de feliz ano novo –, Lucas diz tentando afastar os pensamentos do falecido loiro. – Vamos fazer um snap?

Eles fazem vídeos, fotos, postam em suas redes, conversam, riem, beijam, quando Lucas vê está até ensaiando uns passinhos de dança.

LUCAS E ALEX - Amores ConectadosWhere stories live. Discover now