Quem é o assassino?

25:Curiosidade

Elisa

Estava sem entender absolutamente nada,tudo aquilo que Greg havia me dito,aquilo tudo me lembrou muito do passado,quando estávamos juntos.

Quando aquelas palavras foram ditas me soou tão familiar e tão normal,que uma coisa maior aconteceu. Na hora pelas circunstâncias,pela proximidade e pelos meus malditos hormônios,o beijo e um contato maior com ele,parecia tão certo, tão bom.

Porém neste momento minha consciência pesava uma tonelada,e o que antes era algo normal,agora me soava como um grande erro.

Não deveria ter permitido uma aproximação maior com Greg, mas não poderia ter feito isso sem ferir seus sentimentos.

Greg a cada dia se torna mais indispensável para mim,a sua presença de alguma forma me acalma de um maneira incrivelmente paranormal,e isso me dava muito medo.

Não poderia me apegar a alguém que iria embora daqui a um ou dois dias,não poderia permitir que a presença de uma pessoa surtisse tal efeito em mim.

O que eu tinha que fazer era me concentrar em começar logo a trabalhar,me adaptar de vez no novo lar e dar um rumo real na minha vida.

Mas cada vez que a ideia de Greg ir embora surgia em minha mente,podia sentir meu peito se apertar de uma forma indescritível.

Como poderia estar deixando isso acontecer,novamente.

Será que eu estava realmente apaixonada por Greg de novo?

Essa ideia me apavorava e me deixava perplexa.

Realmente poderia se dizer que eu estava muito confusa em relação aquilo.
Como eu poderia não saber destingir os meus próprios sentimentos?

Esses questionamentos não abandonavam minha mente de jeito algum.
Só queria que o sono chegasse logo e me fizesse dormir para esquecer daquilo, contudo,não aconteceu.

Mesmo depois de um banho quente, e de vestir roupas confortáveis,não conseguia dormir, apesar do clima frio gostoso que estava fazendo, o sono não vinha.

Deixo as cobertas espalhadas na cama e desço até a sala no intuito de assistir um pouco de TV, talvez assim acabasse dormindo.

Quando chego na sala,uma já estava sentada em cima do sofá com os pés esticados, a televisão estava ligada e um filme de terror era exibido,mostrando uma cena de exorcismo,gritos e gemidos horrendos eram emitidos.

-O que você está fazendo aqui? -Charlotte pergunta,enrolada em um lençol grosso.

-Não consigo dormir. -Falo indo me sentar no estofado,fazendo de tudo para não olhar para a TV.

-Entendo. -Fala com a expressão relaxada. -Você quer que eu mude isso?

-Por favor. -Praticamente imploro com o olhar. -Só você mesmo para assistir filme de terror a noite.

-Só assim tem graça.

-Mesmo se eu assistir de dia,não durmo de noite.

-Você é muito medrosa. -Responde sorrindo. -Ah Elisa, me desculpe pelo jeito que falei com você hoje a tarde,não estava me sentindo bem.

-Tudo bem, já está melhor?

-Era só um mal estar bobo,não com que se preocupar.

Assinto enquanto ela muda de canal, colocando em uma comédia romântica.

-Não sei como você aguenta assistir essas coisas. -Diz revirando os olhos.

-É melhor que esses filmes de terror.

-Pelo menos dá um frio na barriga. -Responde e se estica. -Sabe de uma coisa eu estou com muita fome.

-Você não jantou? -Pergunto sentindo meu estômago roncar.

-Acordei agora pouco.

-Eu também não comi nada ainda, saí com o Greg e não deu tempo.

-Você saiu com Greg, onde foram? -Pergunta me encarando com curiosidade.

-Saímos para ver se encontrávamos algo,mas no final não achamos nada.

-Ficaram fazendo o que na rua então?

-Só jogando conversa fora. -Me levanto. -Já volto.

-Onde você vai?

-Buscar alguma coisa para comer. -Vou em direção à cozinha.

Chegando na cozinha,ascendo as luzes,e caminho cautelosamente até a portinha da dispensa,abro a porta e me surpreendo o quão frio estava lá dentro.

Entre várias embalagens de arroz,massas e feijão,finalmente encontro alguns pacotes de biscoitos recheados e salgadinhos,pego o máximo de coisas que consigo.

Já quando estava a sair da dispensa, uma coisa me chama atenção,entre vários pacotes de açúcar estava lá bem escondido uma pequena garrafa rechonchuda com um líquido transparente, minha curiosidade é maior e na intenção de ver o que era acabo por deixar as inúmeras embalagens de comida cair.

Não me importo muito com o ocorrido,simplesmente pego aquela garrafinha e a destampo desde já sentindo um forte cheiro,ainda não sabendo do que se tratava o líquido, coloco perto do nariz e de repente sinto minhas pernas tremerem e desfalecerem,não conseguia controlar a enorme tontura que estava sentindo,ainda não tinha certeza,mas minha cabeça apontava que aquilo era clorofórmio,e muito concentrado por sinal.

Depois de alguns minutos encostada da parede para não cair, consigo me recompor,coloco o vidro no local de antes pego as guloseimas do chão.

Volto para a sala ainda um pouco tonta, mas a tontura era aliviada pouco a pouco.

-Como você demorou, já ia lá te buscar.

-Não conseguia achar nada de bom lá. -Falo me sentando no sofá,encostando minha cabeça nele. -A menos que você queira comer pó de café, e feijão cru.

-Ah tudo bem,me dá um.

Ficamos em silêncio algum tempo, comendo as coisas,que por sinal estavam ótimas,mas Charlotte comeu a maioria.

-Sabe Charlotte,aconteceu algo comigo e talvez você possa me ajudar.

-Pode falar. -Olha para mim com os olhos azuis arregalados.

-O Greg se declarou para mim,e nos beijamos de novo.

Ela não disse nada,apenas ficou me olhando estática.

-Não vai dizer nada?

-Vocês se beijaram mas...você disse que não gostava mais dele.

-Eu sei,mas agora não sei mais, talvez eu esteja gostando de novo dele Charlotte, e não sei o que fazer já que ele vai embora daqui a um ou dois dias.

-Claramente isso não vai dar certo. -Responde com cara fechada,parecendo com raiva. -Talvez você esteja confundindo os sentimentos, porque está carente.

-Eu não estou carente.

-Está sim e muito. -Se aproxima de mim. -Olha você precisa é de um novo amor, não se problemas antigos, não se esqueça das vezes que se sentia presa num relacionamento sem amor com ele.

-É,talvez...você tenha razão.

-Voltar com ex é sempre burrice.

-E você Charlotte, está sem ninguém?

-Digamos que eu encontrei uma pessoa,e que estamos discutido parâmetros. -Ri maliciosa.

-Hum,não disso,me fala mais sobre ele.

-Ah,como posso dizer?! -Fala sorrindo. -Ele é gato,alto astral,beija bem e combina comigo.

-Qual o nome dele?

-Daniel,o nome dele é Daniel.

Gostaram do capítulo de hoje?

Esse Daniel ainda promete...

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Beijinhos.