15: Reaproximação

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Elisa

Alguém interrompe meus pensamentos, com batidas na porta que ecoaram por todo o quarto.

-Sou eu senhora,com o café que pediu. -Uma voz feminina falou do outro lado da porta.

Abro a porta e vejo Karina segurando uma bandeja com café nas mãos.

-Obrigada Karina. -Falo pegando a bandeja nas mãos.

Ela assente e sai pelo corredor,e eu entro no quarto novamente e fecho porta,coloco o café em cima da penteadeira.

Estranhando a demora de minha irmã no banheiro, vou até lá ver o que houve. Assim que chego lá dou de cara com Charlotte sentada na tampa do vaso sanitário, sem roupa,e com os olhos marejados.

-Charlotte venha comigo,vai ficar bem. -Falo com o máximo de paciência possível.

-Me deixe,você não vê que quero ficar sozinha, vá embora. - Diz me empurrando.

-Charlotte vem logo... -Sou interrompida.

-Já disse para ir embora,será que você não ouve nada Elisa,vai cuidar da sua vida,e deixa a minha.

-Olha Charlotte, estou sendo muito paciente aqui,tendo que aguentar isso,ou você vem ou... - Sou interrompida de novo.

-Ou o que Elisa,o que você vai fazer? -Me desafia.

Sem mais paciência pego ela pelo braço com toda força,e literalmente a arrasto para fora daquele banheiro, a levando para a cama,no decorrer do caminho pego uma toalha e enrolo em seu corpo nu,que já estava tremendo de frio.

Ela parecia ter ódio nos olhos,me olhava como se eu fosse uma inimiga,fazendo me sentir mal,mesmo sabendo que estava completamente fora de si.

Enchi uma caneca com o café fervente (que parecia estar muito forte), e coloquei entre suas mãos.

-Beba tudo,vai te fazer bem. -Eu disse.

-E se eu não quiser? -Ela diz me desafiando de novo.

-Se você não beber,eu vou ter que dar na sua boca,e acredite você não quer isso,porque já esgotou toda minha paciência.

-Isso aqui está um féu puro. -Fala dando um primeiro gole no líquido.

-Essa é a intenção.

Aproveito enquanto ela bebe o café, para procurar uma roupa para ela,que devia estar com frio graças ao banho gelado, e a temperatura que tinha caído um pouco.

Depois de muito procurar entre seus shorts curtos e roupas para balada,encontro uma camisa moletom e uma calça folgada,pego também meias e fecho o closet.

Voltando para a cama,percebo que ela já tinha caído no sono sem querer,então eu mesma tive que vesti-la,como se fosse uma grande boneca,encaixando cada peça de roupa.

Me distanciando da cama dela depois de tê-la vestido,fico alguns instantes a encarar aquela cena.
Ela dormia como se tivesse tendo um dos seus melhores sonhos,dormia como um bebê.

Depois de alguns minutos olhando-a dormir, volto para a sala onde estavam todos sentados,parecendo preocupados com aquela situação.

-Como ela está? -Greg me pergunta,assim me nota minha presença.

-Acho que está bem,acabou dormindo por causa do álcool. -Digo a todos que me olhavam fixamente.

-Menos mal,estávamos todos preocupados com ela,não sabíamos o que poderia ter acontecido para ela agir assim. -Peter fala em voz baixa.

-Não precisam se preocupar,ela está bem. -Falo olhando para todos. - Mas amanhã ela vai ter muito o que explicar.

-Vai querer seu jantar agora senhorita? -Pergunta Melita.

-Apesar da minha preocupação estou com muita fome,vou aceitar a proposta sim. -Falo suavizando a expressão. -E por favor pare de me chamar de senhorita,você sabe que não precisa disso,logo você que me conhece desde menina,o mesmo vale para você Peter.

Todos na sala dão pequenas risadas baixas,sem muita animação para risos eufóricos, com toda aquela situação que havia se passado,todos estávamos ainda sem reação, jamais era de se esperar uma cena daquelas a essa altura.

Já na sala de jantar,Greg e eu nos sentamos para comer sozinhos mesa já que Peter, Melita e Karina não quiseram jantar com a gente,por mais que eu insistisse.

Após o jantar ser servido,se passaram muitos minutos em silêncio, sem que ninguém o quebrasse,e assim se passou mais da metade do jantar.

-Você sabe que não é preciso ficar assim. -Disse Greg quebrando o silêncio.

-Eu sei, mais é que...eu acabo me culpando por tê-la trago comigo, fui eu convenci ela a vir comigo para cá, ainda não sei o que aconteceu para ela ficar assim. -Digo com a garganta começando a se fechar.

-Isso não é culpa sua Elisa, ela já tinha feito isso antes,com a Yuna, você se lembra. Não é culpa sua,se é isso que está se passando na sua cabeça.

-Mas se eu tivesse ficado na cidade com a mamãe, com os amigos dela,talvez isso não estaria acontecendo,eu sei que ela se sente sozinha aqui,e eu também, mas... -Paro de falar,por algumas lágrimas que começaram a sair dos meus olhos sem querer,me forçando a baixar a cabeça.

De repente sinto-me abraçada por alguém, que me levanta da cadeira,ficando de frente para mim,passando a mão suavemente pelo meu rosto,enxugando minhas lágrimas.

-Não, nada disso é culpa sua Elisa, eu sei que ainda sofre pela morte do seu pai,sei que vocês eram muito apegados,tudo foi tão brusco para você, eu sei,mas eu estou aqui agora com você, como antes,para te fazer sorrir de novo, igual as vezes que você ficava triste e me ligava chorando para ficar com você,eu sempre vou fazer de tudo para ver você feliz,não importa o que aconteça você sempre vai poder contar comigo para tudo que quiser, por que você ainda é uma das pessoas mais importantes na minha vida. -Diz me olhando nos olhos.

Eu fico só ali parada,sem dizer nada, sem reação alguma, por um impulso eu o puxo para um abraço,desabando em lágrimas nos braços dele,parecia que tudo era como antes.













Gostaram do capítulo?

Reaproximação do antigo casal.
Será que vai rolar uma volta para eles?

Um beijo meus amores😘

Quem é o assassino?Where stories live. Discover now