Capítulo XIX

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 Não dava pra ficar na cama com um dia tão lindo que fazia lá fora. Estava feliz! Quando estamos felizes, tudo que é bonito fica maravilhoso. A noite foi memorável, não cabia em mim de tanta alegria, pelo beijo de meu avô!

Quando desci para o desjejum tia Mary e tia Maggie já estavam à mesa.

-Bom dia tias!- disse animada.

As duas responderam juntas um bom dia alegre e riram da coincidência! Se fosse eu já gritaria, peguei no verde!

-Como passou a noite querida?- disse tia Maggie.

-Muito bem tia! E vocês duas?

- Foi tudo bem querida!-Respondeu tia Mary.

Tia Maggie foi mais entusiasmada:

-Minha noite foi ótima, tive lindos sonhos que me deram ideias inspiradoras.

-Sério tia?- Perguntei curiosa

-Sim e vou colocar em prática hoje. Você quer ir à cidade comigo querida? Sua tia Mary precisa terminar o jardim e não queria ir sozinha.

-Vou sim tia, será um prazer acompanha-la. - disse empolgada, mais pela curiosidade do que ela iria aprontar, do que pelo passeio em si.

Henry foi para o moinho logo cedo com vovô, por isso não o encontrei para agradecer pelo presente.

Saímos logo após o desjejum, o sol estava agradável ainda, mas logo, logo começaria a queimar pra valer.

-Aonde vamos tia?

-Vamos até o escritório que Claus está montando na cidade. - disse sem delongas.

- Mas por que tia, a senhora pretende contrata-lo?- minha curiosidade estava me dando comichões.

-Não, quero propor pra ele sociedade para meu sobrinho! Claus é um ótimo homem, excelente profissional e poderia ensinar muito a Henry. Tenho certeza que dariam muito certo juntos. Além do que seria uma ótima oportunidade para aproximar ele de sua tia Mary. - disse feliz!

Achei engraçado a maneira como ela falou e ri com vontade! Parece que ela já tinha tudo em mente para colocar seu plano em ação.

Não questionei mais nada, resolvi esperar os acontecimentos, pois tinha algo que queria falar com ela.

-Tia tem acontecido coisas estranhas comigo, mas não são coisas ruins.

-O que está acontecendo querida?- disse ela voltando toda sua atenção para mim.

-Bom... –hesitei um pouco.

-Pode falar querida, seja o que for estou aqui para ouvir você e tentar ajudar no que precisar.

Comecei então relatando para ela, os sonhos que tive com minha mãe na árvore, sobre as vezes que via a menininha e por último a árvore seca que está brotando. Contei tudo com muitos detalhes para que ela me entendesse bem, ela prestava atenção em cada palavra. Relatei inclusive cada sentimento que tive depois de cada um dos fatos que narrei. No fim perguntei:

-Acha que estou ficando louca tia?

Ela olhou para frente pois estava guiando o cavalo, e tinha um pedaço da estrada que estava bem acidentado por causa do excesso de chuva, assim que passamos os buracos ela disse:

-Como era essa menininha que você viu?

-Ela tinha o cabelo bem preto e era cacheado, tinha uns quatro anos acho.

Tia Maggie estava séria , algo nessa história a incomodou.

Estava pensativa, parecia em dúvida. Parou a carroça por um momento em baixo de uma árvore e olhou para mim:

Quando as folhas caemOnde as histórias ganham vida. Descobre agora