Capítulo VII

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Minha tia passou pelo meu quarto para dar-me um beijo de boa noite! 

Não conversamos, foi somente boa noite, pois já estava muito tarde e ela ainda iria ao quarto de meu avô para ver se estava tudo bem com ele.

Arrumei a cama, coloquei minha camisola, penteei os cabelos e fiz uma trança, ainda dei uma olhada pela janela antes de dormir. Deixei a janela aberta, estava muito quente, a brisa da noite era refrescante. Deitei-me, mas, o sono não vinha.

As sensações que aquele aperto de mão me causaram ainda percorriam meu corpo, aqueles olhos me fizeram rolar na cama insone, o meio sorriso de deboche me deixou irritada.

Já que não dormiria mesmo, resolvi ir buscar uma xícara de chá na cozinha, para ver se relaxava, depois dei uma olhada na estante de livros que havia no quarto e procurei algo pra ler.

Ouvi o chirrio de coruja ao longe e lembrei-me da pena. Olhei para mesa onde a havia colocado e não estava lá. Olhei no chão ao redor da mesa e também não estava, sumiu. Acho que alguém deve ter jogado fora no entra e sai que aconteceu no meu quarto.

Peguei um livro qualquer e o abri. Li a primeira, segunda, terceira linha, quando já estava na quarta não me lembrava mais o que dizia a primeira. Não conseguia me concentrar. Terminei o chá, apaguei a lamparina e fiquei quieta esperando o sono chegar.

Mas, não veio. Estava ficando mais nervosa e brava com Dr. John, como ele conseguiu em somente um aperto de mão me deixar daquele jeito?! O meio sorriso dele, que raiva. Eu queria parar de pensar, mas não consegui. Com certeza já deveria passar das três horas da madrugada. Como seria meu dia amanhã!?Preciso dormir!

Depois de tanto lutar contra a falta de sono e minhas emoções, acabei dormindo.

Acordei mais de dez da manhã com July me chamando, dizendo que havia perdido o desjejum e se não levantasse logo ficaria sem almoço também. Resmunguei que minha noite havia sido péssima, mas July não me deixou dormir, me ajudou a lavar-me, vestir-me e arrumar-me para descer. Neste ínterim não conversei muito, estava de mau humor, mas perguntei à ela como estava meu avô,ela disse que estava bem, seu humor estava melhor e havia comido bem pela manhã.

Depois de me ajudar saiu do quarto me deixando terminar de arrumar meu cabelo, era um coque alto com alguns fios soltos. Mas não estava me importando com isso.

Decidi que daria uma volta pelo quintal para ver se o sol me despertava.

Sai do meu quarto para o corredor ainda bocejando e quase trombo com Dr. John que se dirigia ao quarto de meu avô. Ele deu um sorriso de canto e disse:

-Bom dia senhorita, ou melhor- pegou seu relógio de bolso consultou as horas e abrindo um sorriso de escárnio completou- boa tarde!

Meu rosto deveria estar péssimo, e com o comentário fiz cara de poucos amigos para ele e desci as escadas deixando ele pra trás sem dizer nada. Se ele soubesse que não dormi por causa dele!!

Fui até o lado de fora da casa e dei uma volta no pátio tentando me recompor do encontro inesperado, mas o sol estava já bem quente, então me sentei um pouco em uma cadeira na varanda em frente da casa, o que ele estava fazendo ali? Bom deveria ter vindo ver meu avô. Mas não era o pai dele o médico do meu avô? Não cheguei à conclusão nenhuma. Resolvi ir a cozinha ajudar Clara com alguma coisa para o almoço, assim aproveitar e beliscar algo, meu estomago estava reclamando.

O almoço já estava praticamente pronto, July já estava colocando a mesa. O cheiro fez meu estomago roncar. Tentei beliscar algo, mas clara não deixou, dizendo que iria perder o apetite. Pediu para eu avisar a July para chamar sua tia e o Dr. John que já iria servir.

Quando as folhas caemOnde as histórias ganham vida. Descobre agora