Capítulo I

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Estava suada e cansada! Minhas mãos cheias de calos doíam! A viagem a cavalo havia sido longa e cansativa, minhas saias não ajudavam muito, se prendiam a cada moita que o cavalo passava. Havia escolhido uma saia leve e uma blusa branca para a viagem, a região de Vesper era muito quente nesta época do ano, a primavera estava no fim e logo estaríamos no verão. Minha época favorita do ano estava terminando e ia-se triste e vazia.

O dia estava em se declinando, o sol dava um espetáculo na sua despedida. Finalmente havia chegado ao meu destino.

Sempre procurei ser positiva, mas, os últimos dias não me ajudaram muito. Em quinze dias minha vida virou ao avesso.

Cheguei finalmente à casa de minha tia Mary, depois de um longo dia de viagem que começara às seis horas da manhã. O senhor Alberto fizera a gentileza de me acompanhar durante a viagem, era um grande amigo de meu pai e fez questão de me levar em segurança a casa de minha tia.

Meus poucos pertences que sobraram ele trouxe em um baú em sua carroça. Ele passaria a noite conosco e no outro dia retornaria para Liver.

Uma mocinha de uns 16 anos nos recepcionou, seu nome era July, seu sorriso de boas vindas acalmou um pouco meu coração, que estava tão temeroso.

Não conheço minha tia Mary, a família de minha mãe cortou relações com ela, quando se casou com meu pai. Nunca falamos sobre a família dela, a única coisa que ela me disse é que minha tia Mary cuidaria de mim, se algo acontecesse com ela e meu pai.

Meu nome é Aurora, completei dezoito anos no dia em que a primavera se iniciou 22 de setembro, (mais uma razão para gostar tanto de primavera).

Ah! Também nasci quando as luzes do sol estavam se despontando no alvorecer, por isso Aurora. Cresci em uma casa cheia de luz e alegria, minha mãe adorava cantar e rodopiar pela casa, principalmente quando meu pai estava por perto, ela dizia que ele a deixava feliz. Meu pai apesar de mais sério sempre sorria ao vê-la, via-se estampado em seus olhos o amor profundo que sentia por ela. Formavam um bonito casal...

Sou a filha única, minha mãe perdeu dois bebes antes de mim! Quando eu nasci meu parto foi muito demorado e complicado, ela quase se foi. Depois de mim nunca mais engravidou.

Ao entrar na sala de visitas daquela casa grande e suntuosa, senti como se as paredes me observassem, eram cobertas de quadros de homens e mulheres pintados a óleo, um deles chamou-me a atenção em especial, era uma jovem com um lindo vestido de festa amarelo,

Seu rosto parecia muito com o da minha mãe, será que era minha mãe quando jovem?!

Naquele instante entrou na sala uma jovem senhora.

Quando me viu seus olhos ficaram marejados de lágrimas, seu rosto ficou branco como cera, parecia que via um fantasma.

Ela veio em minha direção ainda sem expressão no rosto, se aproximou e tocou minha face. Senti em suas mãos o mesmo perfume de minha mãe, ela era tão parecida com o de minha mãe que também a toquei para ver se era real.

Quando senti sua pele,parecia que tinha voltado no tempo alguns dias atrás quando minha mãe ainda estava comigo. O calor de sua mão me fez desejar mais, então me lancei em seus braços. Minhas lágrimas saiam copiosamente e tive o desejo de não sair mais daquele aconchego. Aquela senhora me abraçava com desespero, como se fosse uma lembrança do passado que veio ao presente cobrar sentimentos adormecidos. O soluço invadiu a sala e não conseguimos trocar uma palavra durante alguns minutos, o abraço nos tornava uma por alguns instantes.

Quando finalmente nos soltamos nos olhamos profundamente tentando reconhecer uma na outra o amor que tínhamos pela mesma pessoa.

Ela foi a primeira a falar:

-Você tem os mesmos olhos!Seu cabelo, seu sorriso! Nossa há quanto tempo não os via!

-Você tem o cheiro da minha mãe, e se parece muito com ela também!Não consegui me conter e chorei outra vez!

Conversamos por um longo tempo, minha tia quis saber como foi minha vida até aquele momento, foi fácil discorrer sobre minha vida, pois só tive alegrias até o dia em que meus pais se foram, está foi a pior parte.

Meus pais haviam morrido em um acidente, sua carruagem se desgovernou em um dia chuvoso quando voltavam pra casa e caiu em um penhasco. Soube da notícia dois dias depois do ocorrido, pois ninguém viu o acidente, um caçador havia encontrado os destroços da carruagem e seus ocupantes enquanto recolhia suas armadilhas de caça.

Minha tia ficou chocada e muito triste com o fim trágico de sua irmã.

Falei muito durante o jantar e ela me ouvia pacientemente, (minha mãe sempre disse que eu falo demais, tento me controlar, mas às vezes não percebo) durante esse pequeno espaço de tempo minha tia me pareceu uma pessoa bondosa, tranquila e paciente.

Soube conduzir a conversa de modo que eu não sofresse com as últimas lembranças, conduziu a conversa mais para o lado de minha infância, meus estudos e meus interesses.

Descobri que temos muito em comum com relação aos gostos, ela gosta praticamente de tudo que eu gosto poesias, músicas, romances... Somos bem semelhantes!

Fomos dormir cedo, pois estávamos todos exaustos, nós pela viagem e minha tia pelo turbilhão de mudanças em sua vida tão repentina. O cansaço em seu rosto era nítido.

Ela havia preparado um lindo quarto pra mim em tons de azul tulipa e azul claro, tudo era perfeito. Alguns dias depois vim a descobrir que aquele quarto era de minha mãe, e que ele permaneceu como ela deixou, pois meu avô não permitiu que ninguém entrasse nele.

Uma cama quente para um corpo cansado, finalmente...


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A guerra nos faz ser objetos dispensáveis! Peça de um tabuleiro de xadrez que pode ser eliminada a qualquer momento!

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A guerra nos faz ser objetos dispensáveis! Peça de um tabuleiro de xadrez que pode ser eliminada a qualquer momento!

Frida era enfermeira do exército Alemão. Yuri um soldado russo.

Os dois se encontram em uma situação pouco provável.

O que fazer quando um soldado inimigo cai em suas mãos?

Suas vidas tomariam um rumo onde o amor seria o comandante!

Quando as folhas caemOnde as histórias ganham vida. Descobre agora