PRINCESA GUERREIRA

2.4K 162 9
                                    


Assim que chegamos em casa decidi fazer uma lasanha pra Lauren. Ajustei o fone no ouvido e disquei o número de mamãe. Chamou algumas vezes e finalmente ela atendeu.

- Bom dia meu amor!

Sorri ao ouvi-la.

- Bom dia mãe, como você tá? E a Sofia? Melhorou?

- Ah Camila... Eu estou bem, preocupada... Queria estar aí do seu lado, mas tá tudo bem...

Respirou fundo.

- A Sofia só fala de terminar o colégio pra vocês virem pra cá no verão...

Sorri de leve.

- Vocês? Eu queria ouvir dizer, nome por nome.

- Você, o cachorrinho e a Lauren...

Eu estava sorrindo que nem boba.

- Passar o verão em Miami com vocês?

- Sim filha, a gente tá precisando ficar perto uns dos outros... Passamos por momentos difíceis...

Engoli seco.

Ainda nem começou...

- Mãe, eu adoraria, sei que a Lauren também... Mas meu julgamento é quinta e não sei o que vai acontecer comigo...

Respirei fundo.

Distribui o queijo ralado sobre a lasanha e levei ao forno.

- Independente do que acontecer, se você for presa, vou me mudar pra NY... Prometo ir te ver todo dia.

Meus olhos encheram de lágrimas.

- Camila... E-eu, eu sei que você não gosta de falar dos seus problemas... Mas...

Meu estômago embrulhou. Fechei os olhos torcendo pra ela não perguntar.

- Por que você tá sendo investigada minha filha? Você se envolveu com drogas? Roubou algo?

Suspirei.

Alguns minutos de silêncio.

- Filha? - A voz dela tinha todas as emoções ruins que eu podia imaginar.

- Mãe... Eu... Esquece isso...

- Camila, eu sou sua mãe filha... Por que não confia em mim?

Franzi o cenho. Enchi um copo com água e o deixei beirando meus lábios enquanto eu pensava.

- Por favor... - Ela disse baixo.

Bebi um gole da água e respirei fundo

- Eu falsifiquei documentações de menores alterando sua idade para que elas pudessem lutar...

- Camila! - Repreendeu.

- Ah mãe... - Meu tom foi meio que um desabafo.

- Minha filha você não pode realizar o sonho de todo mundo...

- Eu...

- Filha, isso é sério... E os pais dessas garotas?

- Ah, a maioria vive independente... Poucas são sustentadas pelos pais ainda...

- A advogada garantiu que você ficaria bem?

- Acho que não tem como... As provas não mentem.

Passei a língua nos lábios algumas vezes. Estava nervosa.

- Eu vou pra NY...

- Não.

- Não vou te deixar sozinha de novo!

Meu coração apertou. Eu já estava chorando.

- Tá bom... - Sussurrei baixinho.

- Vou deixar a Sofia com a avó de sua antiga amiga... Como é o nome dela?

Sorri.

Waitin' for youOnde as histórias ganham vida. Descobre agora