PORTO SEGURO

4.4K 269 58
                                    


POV LAUREN

Quando chegamos em NY a Camila me deu uma carona até a casa da Keana, eu precisava pegar minhas coisas, ver o Future e conversar com ela. Quando fui bater na porta ela abriu, estava de saída para o trabalho.

- Lauren achei que tu só viria à noite! - ela me abraçou e me deu um beijo nos lábios.

Eu preciso resolver essa condição com ela, eu não sei o que eu tenho ainda com a Camila, mas eu não vou ficar enrolando as duas, eu preciso contar para a Kee que seremos só amigas daqui para frente.

- Kee... tu já está saindo?

- Sim Lauren, tô até atrasada!

- Eu queria conversar contigo...

- Vem a noite aqui em casa, OK? Pode entrar e pegar tuas coisas e quando for sair só bate a porta... - ela já ia saindo afobada.

- Keee! Vou pegar o Future a tarde e levar pra casa, ok?

- Claro! - ela berrou já descendo as escadas.

Com toda essa movimentação o filhotinho já estava nos meus pés mordendo a barra do meu jeans.

- Bebê!!! - eu o peguei no colo matando a minha saudade.

Minha vida andava tão confusa, mas em algum momento eu teria que voltar para a minha casa. Eu não estava com a menor vontade de ir para lá, depois de tudo que aconteceu eu estava decidida a nunca mais colocar meus pés lá. Mas agora era diferente, eu não posso deixar o Future aqui na Keana, não depois da conversa que teremos hoje a noite.

- Bebê, nós vamos voltar para casa, mas eu juro que ninguém mais vai te expulsar de lá, OK? - beijei meu cãozinho que agora latia todo feliz no meu colo.

Troquei de roupa e fiquei um pouco com o Future brincando, enquanto eu fazia um tempo até a hora de começar meu turno no Bah Felícia. Hoje eu iria trabalhar até as 13hs e depois iria encontrar o advogado para falar do despejo.

(...)

No horário marcado, 14hs, cheguei ao escritório do advogado, como eu não tinha dinheiro esse era um advogado destinado para mim de graça, pela assistência social, talvez por isso ele pareceu não estar muito interessado no meu problema. Eu mostrei para ele todos os comprovantes que eu tinha de pagamentos realizados do condomínio para o sindico e a única coisa que ele me disse era que eles não tinham nenhuma validade, pois não tinham nenhum tipo de identificação.

Pelo que eu entendi o sindico me enganou o tempo todo nesses últimos dois anos. Na verdade o prazo estava mais ou menos na mesma época que o Sr. Mauro assumiu o condomínio e essa era única coisa que eu tinha a meu favor, pois mostrava a possibilidade de má fé do sindico. Mas mesmo assim o advogado me preveniu que eu não iria ganhar a causa e que a única maneira de manter o apartamento era pagar todos os condomínios atrasados.

Ele fez uma simulação do pagamento com juros e o valor, claro, eu não tinha todo! Ele ia tentar um parcelamento, mas atualmente eu não tinha muito espaço no meu orçamento para mais uma conta, mesmo parcelando, ainda mais se eu não ganhasse lutas! As gorjetas dos sábados representavam quase um terço do meu salário e talvez eu deva fazer uma nova proposta para Dinah, trabalhar nos sábados que eu ficar por aqui.

Sai sem muita esperança do advogado, fiquei pensando nas minhas alternativas: pedir um empréstimo, mas não dava para ser em banco porque não tenho renda suficiente; pedir nessas corretoras os juros era muito mais alto do que no banco; eu poderia pedir pra Dinah, mas eu sei que ela não iria me dar. Poderia pedir para a Camila, mas ia ficar tão chato que eu não ia ter coragem. Mesmo usando todas as minhas economias não dava para pagar tudo que o advogado falou.

Waitin' for youWhere stories live. Discover now