—E quem seria essa Lauren?

—Uma ex namorada do Alexandre._ Alexandre me olhou, meio que pensando ou ligando os fatos.

—Continue por favor! _O delegado falou.

—Ela me falou que recebeu o convite de casamento, na verdade, os pais dela. Ignorei e peguei a minha bolsa que tinha caído no chão, ela me assegurou que não iria ter casamento no outro dia, ela disse que ela mesmo seria capaz de impedir ._Alexandre se levantou e pegou a pasta.

—Amor onde você vai? _o olhei.

—Eu já volto! Com licença. _Saiu do quarto um tanto desnorteado.

—Continue Júlia.

Respirei fundo.

—Discutimos e eu fui embora, peguei o carro e estava dirigindo até em casa, parei no sinal vermelho e mandei uma mensagem para o Alexandre dizendo que dez minutos depois eu estaria em casa. O sinal abriu e eu seguir com o carro. _Fechei os olhos e respirei fundo.

—Júlia?!

—Uma forte luz do meu lado esquerdo e eu sentir o impacto, o carro foi capotado quatro vezes eu acho. Tudo doía, eu sentia que precisava sair do carro, sei lá, parecia que ele ia explodir. Porém, eu estava cheia sangue e não tinha muita força. Mesmo assim eu lembro que alguém me socorreu. Eu... eu... apaguei e acordei aqui no hospital, quatro dias atrás.

—Muito bem Júlia! Iremos iniciar as investigações agora mesmo. E comprovar se foi um acidente ou não! _pegou na minha mão.

—Tudo bem. Obrigada Delegado! _apertei sua mão e ele saiu do quarto.

Onde será que o Alexandre se enfiou? Enfim, espero que ele não seja turrão e vá meter os pés pelas mãos.

Eu não vejo a hora de ir embora amanhã, quero a minha casa, quero saber como foi o aniversário da sobrinha da Bi.
Fui até o banheiro que tinha dentro do quarto, tinha algumas coisas minhas, minha bolsa e meu celular com a tela trincada, também estava lá.
Não estava lá essas coisas, mas dava para usar pelo menos até eu poder sair dessa joça e comprar um novo.
Liguei para casa.

—Mansão BeckHam boa tarde! _Abigail atendeu.

Sorrir, sentir saudade dela, demais da conta.

—Alô, tem alguém aí?

—Bi meu amor, sou eu! Jú!!

—Jú...Júlia? Como você está meu amor?!

—Agora eu estou bem e com saudades de casa. Como estão as coisas por aí? E as crianças? E meus bebezinhos? Eles ainda são bebês né?

Ela gargalhou.

—Aqui na mansão está tudo nos conformes, as crianças saíram com o senhor BeckHam agorinha. Os bebês foram também. E sim, eles ainda estão bebês. E estão uma delícia. Você tem que vê-los Jú. Eles estão tão lindos.

Limpei uma lágrima.

—Eu estou morrendo de saudades!!_suspirei.

—Nós todos estamos também. Quando você vem?

—Se tudo ser certo, amanhã eu estou aí. Vou ligar para o Pedroso. Depois a gente se fala. Um beijo.

—Um beijo!

Desliguei o celular e disquei o número do Pedro. Olhei a hora, 16:19. Provavelmente ele está em plantão.

Coloquei o celular na pequena mesinha ao lado e me aconcheguei na cama. É tediante ficar aqui e assim. Eu sou espoleta, não consigo ficar parada por muito tempo. Sinto que meu corpo já está enferrujando. Afinal contando com hoje são 20 dias praticamente imóvel. Quero me levantar e ir embora, pisar no meu jardim maravilhoso e sentir a terra entre os dedos. Se bem que na mansão é tudo milimetricamente pensado, a grama é perfeita. Sem nada de terra. Preciso também tirar essa Inhaca de medicamentos e lavar os meus cabelos que está preso em uma trança. Eles querem urgentemente ver um xampu o mais rápido possível. A porta se abriu e eu me sentei.

—Mãe? _Isa entrou com uma flor em suas mãos, ela está tão linda. Como sentir falta dessa pirralha. As belas mexas loiras estavam presas em um rabo de cavalo e a franjinha partida de lado. Ela usava um vestido vermelho e uma sapatinha também vermelho.

—Vem cá!_ a chamei, ela me olhou e sorriu.

Aly e Soph entraram no quarto também.
Não acredito, será se veio todos? E o Alexandre? Cadê ele?

—Queremos saber..._Aly sorriu e olhou para a irmã.

—Se você quer ser..._Soph sorriu e olhou para a porta. Os gêmeos entraram.

—Ser a nossa mãe..._Gui completou.

—Oficialmente pra sempre?!_Gabriel olhou para porta e sorriu.

Alexandre entrou com a cadeirinha dupla, segurando os bebês com uma mão e umas flores na outra.

—Eu te amo, quer se casar comigo? _Ele sorriu.

Quero apertar todas as crianças nos meus braços, todos estão tão maravilhosos. Meus bebês estão tão lindos e espertos. Eles estão sorrindo, cada um com um pirulito. Como pode? Que saudades eu sentir de dar doces para eles, mesmo o Alexandre no meu pé, dizendo que não podia e blá blá blá. Como eu amo minha família!

Gargalhei.

—Será que dessa vez vai?

Ele sorriu e me deu um selinho.

— Eu vou levar isso como sim.

Sorrir.

—Sabe crianças, agora é aquela hora que vocês me dão um abraço mega monstro! _olhei para o quinteto que sorria em pé ao lado da cama.

Eles subiram em cima da cama e um por um foi me abraçando e me falando sobre algumas coisas que aconteceram nesses quinze dias. Falaram em como a casa ficou triste e sem graça.
Meus Filhos! Que orgulho de falar isso.
Quem diria que em algum momento da minha vida eu pensaria em está com 7 filhos e um marido. Que reviravolta minha vida deu. Como tanta coisa mudou.

Peguei o Lucca e a Lisa, os ajeitei do meu lado, estavam todos sujos pelos pirulitos que o Alexandre deu para eles.

Sorrir.

—Sério isso? _Apontei para os pirulitos azuis que eles estavam segurando, lambrecando todo o rosto.

—Eles estavam sentindo falta. Ah, deixa eu te falar, crianças contêm a surpresa para mamãe! _Alexandre sorriu, mas não um sorriso qualquer, foi um "Por essa você não esperava".

Eles começaram a falar todos juntos e saiu algo como "Lucca, Lisa, Pai"

—Calma, Calma! Um de cada vez!

—O Lucca e a Lisa... _Isa falou.

—Falaram papai _Soph continuou

—Na verdade, não foi papai, foi papa.,_Guilherme deu de ombros.

—Foi tão lindo mamãe. _Aly suspirou

—Eles ficaram lá no bercinho, "Papá-Papá"_Gabriel tentava imitar eles.

Olhei para os bebês que sorria nos meus braços.

—Qual é? Papai? Que injustiça hein seus bebês mal criados! _Fechei a cara para eles que começaram a sorrir. — Tá bom, eu perdoei vocês! Só por causa desse sorriso.

—Viu como eu sou incrível?!_Alexandre se gabou.

Só porque os bebês falaram "Papa" primeiro não significa que ele é incrível. Os dois bebês terem falado Papa primeiro não mexeu comigo. Eu não vi eles falando "Papa".

—Não, você não é! Acontece que o "P" é mais fácil que o "M"._ dei de ombros limpando a boca da Lisa

—-Isso nunca meu amor!

Isso aqui sim sou eu, a verdadeira Júlia extrovertida com a melhor família que se poderia imaginar.

A BabáWhere stories live. Discover now