10. A culpa é minha por insistir demais.

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(notas: boa madrugs tuts tuts 💜. Genten, ouçam o álbum The black Parade do mcr, pls. Eu ja ouvi 282828 vzs e n enjôo. Desculpe a demora, metade foi pq me enrolei com as crises existenciais e pq eu simplesmente esqueci de postar o cap aqi tb dnsjjsjdjd. Preparadas p morrer de fofura?? Espero que sim. Boa leitura bbs 💞) ps: já tinha postado esse cap antes mas o wtd bugou e n notificou)

Coloquei umas bandinhas indies pra tocar e tomei um banho de 53 anos. Depois de acabar com metade da água de San Diego, sai do banheiro com uma toalha ao redor da minha cintura e fui vestir meu pijama de flanela que era composto uma blusa branca de manga longa e uma calça preta. Sequei meus cabelos de qualquer jeito com a toalha e os penteei, notando o quanto eles cresceram.
Uma vez fora do meu quarto e no corredor, ja senti cheiro de comida de verdade rescendendo no ar. Isto porque Mike não está fazendo comida congelada ou frituras, mas porque hoje é sexta e isso significa que mamãe está em casa.
Ouvi uma porta se fechando e vi Kellin saindo, com os cabelos úmidos e com um pijama de gatinhos. A. Merda. De. Um. Pijama. De. Gatinhos.
- Por que tá me olhando assim? - ele perguntou, erguendo as sombrancelhas. Quis sair do meu próprio corpo pra me estapear.
- Ahm? Assim como? - me fiz de desentendido e uma vontade enorme de rir me tomou.
- Como se eu fosse um algodão doce e você quisesse me devorar com os olhos. - ele sorriu de lado, quase maldoso. Aí eu inventei de olhar pros olhos enormes verde-azuis e quase morri de ataque cardíaco.
Eu sou hétero, tá? Ter esses sentimentos/pensamentos/sensações por Kellin não quer dizer nada... Eu acho.
Ah, tanto faz.
- Impressão sua, é só tava admirando o seu pijama de gatinhos. Como tá seu estômago? - falei rápido e mudei de assunto.
- No momento dando mil cambalhotas com esse cheiro de comida.
- Espero que seja fome.
- É, eu também. - me olhou sério e nós começamos as descer as escadas. - Seus pais estão em casa?
- Sim, isso é bem raro. Se prepare pra piadinhas do meu pai e pro interrogatório da minha mãe. - o olhei sério e ele apenas deu de ombros.
- Desde que eles não fiquem como as pessoas da minha família, dizendo coisas como "nossa, você tá tão magro" "como vai as namoradinhas?" "você não fala muito, né?" "E essa franja? Não tá hora de cortar?" - ele afina mais a voz e fala como uma mulher entojada. Gargalho.
- Sei como é. Mas relaxa, meus pais são ausentes porém são gente boa.
Terminamos de descer as escada em silêncio e vamos pra sala, onde encontramos meu pai esparramado no sofá conversando com Mike e assistindo Discovery Channel, onde está passando um programa de sobrevivência chamado Largados e Pelados. Eu tenho certeza que minha mãe está fazendo panquecas recheadas com carne e queijo e nós vamos beber vinho tinto. Essa é nossa rotina de sexta-feira e é o único dia que eles estão livres, porque normalmente em fins de semanas eles tem jantares importantes e coisas chatas do tipo.
- Olá garotos. - meu pai diz.
- Oi. - Kellin diz.
- Hey pai. - vou pra me sentar no sofá, mas escuto minha mãe gritando da cozinha:
- Queridos, o jantar está pronto. - mamãe aparece na cozinha, enxugando as mãos em um pano de pratos.
Nós nos sentamos na mesa e minha mãe põe a travessa de panquecas em cima da mesa.
- Hmm, isso tá com uma cara ótima. - Mikes praticamente baba.
- Desde quando panquecas tem cara? - meu pai começa com as piadinhas dele e meu irmão revira os olhos, rindo.
- Essa é minha especialidade! - minha mãe se senta e enche nossas taça com vinho. - Felicidad! - fazemos o brinde clichê de sempre e começamos a comer.
Olho pra Kellin ao meu lado direito e ele parece meio perdido, enquanto corta a comida do prato hesitante, enrolando o macarrão no garfo numa lentidão imensa. Sem pensar, levo minha mão ao seu joelho e ele me olha de cenho franzido.
- Tenta. - eu sibilo e tento dar um sorriso reconfortante. Ele me olha nos olhos e eu sinto como se fosse morrer fitando aquela imensidão azul.
Chamem o samu.
- Como foi a semana, crianças? - minha mãe pergunta e eu respondo qualquer coisa. Além de o casal do ano vulgo Perrentes ter se assumido nada de legal aconteceu. Por falar nisso, Mike não conta nada sobre Tony. Ele ainda não se assumiu gay por medo da reação de meus pais, que por mais que sejam pessoas boas, tem um certo nojo de relacionamentos homossexuais, apesar de respeitar e não ter preconceitos com amigos que são. Eles apenas não conseguem entender em que ponto é bom ter relações com pessoas do mesmo sexo. Eu não consigo sentir esse "nojo". Nunca fiquei com nenhum homem porque nunca me senti atraído.
- Vic? - meu pai pergunta.
- Ahm? - pergunto confuso, saindo dos meus devaneios.
- Eu te pedi pra você me passar o vinho. - ele ri pelo nariz.
- Ah, aqui.
O jantar continua e minha mãe pergunta algumas coisas pra Kellin e eu percebo o quanto ele enrola pra comer. Novamente sem pensar, coloco minha mão em sua coxa. Ele revira os olhos pra mim e come metade de sua panqueca com uma expressão de quem saboreia, mas instantes depois ele parece se sentir culpado. Ninguém parece prestar atenção, então eu me aproximo de seu ouvido, sentindo o cheiro de doces que vem de seu cabelo.
- Comer não te torna mais gordo ou imperfeito: te torna apenas humano. E eu não sei, mas acho que você ficaria bonito de qualquer forma, então... - dou de ombros e vejo as bochechas dele ganhar cor. Eu sei lá o que deu em mim, mas eu acabei apertando sua coxa e beijando seu rosto, o fazendo suspirar supreso. - Ignora o conselho ruim e só não se culpe. - sussurei e me afastei. Olhei pra minha frente e vi Mike me olhando com um olhar malicioso. Mostrei a língua pra ele e rolei meus olhos, não tirando minha mão de Kellin pelo resto do jantar.

Broken Pieces • KellicWhere stories live. Discover now