Be well

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- Apenas falem logo o que vão querer, Jackson e eu não temos o tempo todo. - Mark disse, enquanto eu esperava encostado na porta e de braços cruzados.

Jaebum e Bambam se entreolharam sorrindo, e no mesmo instante soube que não viria coisa boa.

Mark e eu havíamos perdido uma maldita aposta, e as consequências disto era sair á noite para comprar o jantar, pois nenhum de nós era bom cozinhando.

- Qualquer coisa? - Bambam perguntou.

Que eu me lembre bem, já se fazia algumas semanas desde a última vez que bambam havia dormido em nosso apartamento, e ele parecia estar tão bem.

De alguma forma, eu me sentia bastante orgulhoso com isso. Orgulhoso por ele estar tão bem, e por sua carreira de modelo estar uma maravilha desde sua volta ao Brasil. Ele era esforçado, mesmo com seus vários defeitos e algumas atitudes erradas.

- Peça algo barato. - Respondi.

- Ah, qual é Jackson! A aposta que fizemos dizia claramente que as duas pessoas que perdessem, no caso você e Mark, iria comprar qualquer coisa que os ganhadores pedissem. E quem são os ganhadores? - Ele pausou para observar minha reação de descrença, soltando algumas gargalhadas em seguida.

Quando o assunto era comida de graça, Jaebum sempre dava um jeito de se aproveitar.

- E então, o que os ganhadores querem? - Mark perguntou enquanto pegava as chaves do carro e sua carteira.

- Carne. - Bambam e Jaebum disseram juntos.

Nesse momento, quem soltou uma risada fui eu.

- Não mesmo. Escolham logo outra coisa. De preferencia, algo mais barato. - Eu disse.

- O que você acha de lagosta? - Bambam provocou.

- Ou quem sabe uma macarronada de algum restaurante famoso? - Jaebum disse em seguida.

Revirei meus olhos com um pequeno sorriso nos lábios. Eu não acreditava que eles realmente estavam me provocando dessa forma.

- Só vamos logo, Jack. Quanto mais cedo formos, mais cedo voltamos para casa. - Mark disse e, embora ele também estivesse perdido a aposta, parecia estar se divertindo bastante com a situação.

- Eu juro que vai ter volta. - Disse, abrindo a porta de casa e caminhando em direção ao elevador.

Era incrível a forma como eles sempre conseguiam ganhar a aposta que fazíamos. No entanto, era ainda mais incrível o jeito como conseguiam me encaixar em meio a elas, mesmo eu sempre as recusando várias e várias vezes.

- Você realmente odeia dias chuvosos, não é? - Mark perguntou, enquanto prestava atenção na rua.

O encarei de relance por alguns segundos, antes de finalmente conseguir dizer algo.

- Por que está perguntando isso?

- Não é nada demais. Eu apenas percebi isso em você. Sempre que você... seu temperamento muda um pouco. - Mark me olha rapidamente, e sorri. Ele parecia um pouco frustado. - Você fica mais distante, Jackson. Mais vazio e triste.

- É apenas impressão sua. - Digo, olhando para a rua.

Não era, e nunca seria da chuva em si que eu odiava.

O que eu realmente odiava, eram as lembranças que vinham em minha mente todas as vezes que chovia.

Era dos arrependimentos, das mágoas, do desejo constante de querer voltar no tempo e ter feito tudo diferente.

- Você nunca foi um bom mentiroso, Jackson. - Mark disse, virando a direito de uma rua pouco movimentada.

Embora eu soubesse que ele também se sentia incomodado sobre isso, era incrível observar como ele conseguia se manter estável emocionalmente. Como ele conseguia lidar com toda a dor acumulada em seu corpo.

É, talvez as consultas ao psicologo estivessem fazendo efeito também. E é, talvez eu estivesse precisando de algumas consultas também, pois me sinto como se estivesse prestes enlouquecer a qualquer momento.

- E você sabe que não temos boas lembranças sobre isso. Sobre dias chuvosos. Não depois do... - Parei de falar, ao observar alguém agachando-se lentamente em meio aquela forte chuva. - Pare o carro.

- O que? - Mark perguntou.

Sua voz soava confusa, mas eu não pude confirmar isso, pois meus olhos estavam somente nela e em sua forma extremamente vulnerável. Vê-la daquela forma... Uma culpa atravessou o fundo em minha alma, surpreendendo-me.

Era como se eu precisasse desesperadamente protege-la, mas estivesse acabado de falhar.

- Pare o carro agora, Mark! - Eu disse novamente, e foi o que ele fez.

- Jackson, qual o problema? O que você vai fazer? - Ele perguntou, quando eu sai do carro logo em seguida.

Rose... por que diabos ela havia saído de casa em um dia tão frio e chuvoso como este? Por que diabos, ela estava me fazendo sentir tão preocupado assim?

Corri em sua direção e me agachei. Em seguida, a peguei calmamente no colo e a levantei.

Os lábios de Rose tremiam de frio, e eu desejava tanto aquece-la...

- Ei, não durma. - Murmurei, após perceber que ela estava um pouco sonolenta.

Eu não poderia deixar que ela dormisse, pois sua temperatura corporal parecia estar baixa. Eu não poderia arriscar que ela pegasse uma hipotermia.

- Jackson... - A escutei murmurar meu nome lentamente, e senti meu coração acelerar-se após ela esconder seu rosto em meu peito.

- Ei, estou falando sério sobre isso. Você precisa permanecer acordada. - Eu disse, na esperança de que ela murmurasse algo como "eu não estou dormindo" ou "ok".

Porém, quando Rose não se pronunciou, deduzi que ela realmente havia caído no sono, o que era péssimo.

Caminhei de forma rápida até o carro, surpreendendo-me quando Mark abriu a porta do mesmo antes mesmo de eu pedir.
- Esta é Rose? - Ele perguntou surpreso.

Assenti com a cabeça, enquanto a colocava confortavelmente no banco de trás, e sentava ao seu lado.

Nós estávamos completamente encharcados.

- Você tem alguma toalha por aqui? - Eu perguntei para Mark, sentindo a água da chuva descer de meu cabelo, para o rosto. Eu estava começando a ficar com bastante frio, mas isso não era o mais importante agora. - Eu preciso aquece-la, sua temperatura corporal está um pouco baixa.

Mark tirou rapidamente da gaveta que ficava em frentd ao banco de passageiro duas toalhas de tamanho médio, e me entregou. Normalmente eu iria lhe fazer uma piada sobre isto mas, nesse exato momento, tudo o que eu deveria fazer era agradece-lo.

- Obrigado. - Eu disse, abrindo a toalha e colocando a redor de Rose.

Por que eu me sentia tão preocupado?

Eu não sabia exatamente o que havia acontecido com ela naquele momento mas, eu realmente desejava que não fosse algo grave. Que fosse apenas um cansaço físico, ou o forte frio que estava fazendo.

Você precisa estar bem. Você precisa estar bem. Você precisa estar bem.

Eu repetia essas palavras mentalmente, enquanto a abraçava e observava Mark dirigir de volta para o nosso apartamento.

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Espero que tenham gostado! O capítulo é um pouco grandinho, então desejo do fundo do meu coraçãozinho que não tenha ficado cansativo de ler. Eu te amo vocês!

Obs: O que estão achando da fanfic? Estão gostando?

Mayday ❄ Jackson WangOù les histoires vivent. Découvrez maintenant