Interconnected

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Dizem que ás coisas estão sempre interligadas, e que nada acontece por acaso. Então, qual foi exatamente a minha participação, no "acaso" de Rose? Eu não sabia.

- E então, como foi no hospital? - Jaebum perguntou assim que saiu do banheiro e me viu deitado no sofá da sala. - Ela está bem?

- Nós não fomos ao hospital.  - Eu disse, enquanto mexia em meu celular. 

- Por que não? 

- Rose se recusou. Ela disse que estava bem, e eu não podia simplesmente obriga-la a fazer algo que não quisesse, mesmo que você passa o seu bem. - Disse.

- Discordo. - Jaebum disse, ainda parado em frente a porta do banheiro. -  Acho que você deveria tê-la levado sim. 

- Então, senhor todo o poderoso, como eu deveria ter feito isso? - Perguntei.

- Você deveria tê-la arrastado para lá.  - Ele disse, jogando a toalha molhada em meu rosto. - No final das conta, ela iria te agradecer. 

- Ou me odiar. Mas, de qualquer forma, você sabe que eu não sou assim. 

Eu passei rapidamente a mão por meu cabelo, e suspirei. 

- Talvez sim, talvez não. Você só iria saber se tentasse. Enfim, o que aconteceu depois disso? 

- Não é da sua conta. - Eu sorri. 

De alguma forma, eu não queria conter sobre o que aconteceu pois sentia que isso deveria ser algo somente entre nós dois. Como um segredo. Um segredo guardado por dois desconhecidos, e só. 

- Sinto cheiro de encontro. 

- Não, não foi um encontro. 

Um encontro não teria sido tão rápido assim, e muito menos acabado da forma como terminou. Com Rose praticamente fugindo de mim, após observar a paisagem daquela forma tão hipnotizante e única.

- Então você ameaçou mostrar minhas fotos para nada? 

- Eu só queria que você fosse embora logo. 

Jaebum revirou os olhos. 

- Se não foi um encontro, então o que foi? - Perguntou.

- Eu também queria saber.  - Admiti. - Mas nós caminhamos na praça. 

- E isso não pode ser considerado um encontro? 

Jaebum finalmente caminhou até o sofá e sentou-se na ponta. Ele havia acabado de tomar banho e seu cabelo ainda estava molhado. 

Senti alguns pingos de água caírem em meu pé, e fiz uma careta. Ele riu. Se fosse antigamente, Jaebum nunca teria feito algo desse tipo por ter medo de minha reação. Além disso, se fosse como antigamente, nós sequer estaríamos conversando nesse exato momento. 

Mas, como eu sempre digo, não era mais como antigamente. 

Agora nós somos tão próximo, ao ponto de estranharmos isso as vezes. Tão próximos, quanto Mark e eu já fomos algum dia. 

Quando paro para pensar no real motivo dessa aproximação estranha, talvez seja por nós já termos visto o pior lado um do outro. 

Nossos piores momentos. Aqueles cujo nos assombram até hoje. O que nos faz querer ser alguém melhor todos os dias, ao invés de se render novamente a coisas que nos consomem negativamente.  

- Eu não a convidei oficialmente, então não. - Respondi. 

- Sabe, você deveria então. Ela parece alguém incrivelmente interessante e divertida. - Ele disse, e vê-lo falar assim sobre ela... de certa forma me incomodou um pouco. - Mas, para ser sincero, eu ainda não entendi como diabos vocês se conhecem. 

- Você não iria querer saber. É uma longa história. - Eu disse. 

- Vai precisar de bebidas? Você sabe que eu sempre fui interessado por longas histórias. - Ele disse, derrubando meu pé do sofá e afundando suas costas um pouco mais. 

É, não teria jeito de escapar disto. 

Mayday ❄ Jackson WangOnde as histórias ganham vida. Descobre agora