Um Erro No Fim Do Verão

Capítulo 9

Alguns dias depois...

- Está ficando bonito. - Collin aparece observando os jarros da estufa organizado nos cantos e outros pendurados em correntes.

- Você acha? - pergunto um pouco hesitante, porém um sorriso orgulhoso não queria desaparecer em meus lábios. Eu estava feliz com aquilo - Quero terminar tudo antes de ir embora.

- Quando você vai? - o vejo colocar as mãos nos bolsos da bermuda escuta.

- Daqui umas semanas. Quero voltar alguns dias antes das aulas começarem para me adiantar. - comento limpando minhas mãos molhadas em um pano velho.

- Nerd. - zomba me fazendo semicerrar os olhos para o mesmo tentando não rir.

- Chato. - o cutuco brincalhona - Veio me ajudar? - ele concorda arqueando as mangas longas até os cotovelos - Pode pegar aqueles vasos para mim? - aponto para a segunda prateleira da parede onde guardava algumas ferramentas e colocava vasos menores para serem usados futuramente.

Sem dizer mais nada, ele segue até o meu lado esticando o braço encostando a ponta de seus dedos, mas não consegue.

- Onde está o banco? - pergunta olhando ao redor.

- Digamos que eu tenha quebrado ele sem querer. - sorrio nervosamente.

- Como você o quebrou? - sorriu.

- Era um banco velho, estava em seu últimos dias. - abro um sorriso amarelo querendo não confessar que o quebrei de propósito para usar a perna do mesmo como apoio das plantas. Não foi realmente necessário fazer isso, porém queria descontar a raiva por ter deixado Kevin falar daquela forma comigo no baile.

- Como quebrou o maldito banco, Cornélia? - ele ri baixo insistindo me fazendo contar o que havia acontecido - Espere um pouco, o que esse tal de Kevin fez com você?

- Ele é um idiota. - me encosto na parede não querendo entrar neste assunto.

- Espere, ele é o idiota do qual Victoria me contou? - não acredito que Victoria lhe contou sobre Kevin.

- Ela contou à você? - pergunto desacreditada.

- Não tudo. Apenas que um idiota fez mal à você no colegial. - explicou, o que me deixou mais aliviada - Não a culpe, eu insisti. Fiquei um pouco curioso quanto o vi sussurrando algo em seu ouvido e logo em seguida vi você saindo apressada do lugar. - passou a mão pela nuca e logo nos cabelos o bagunçando - Fiquei preocupado. - disse por fim. Percebo que ele estava se segurando para não dizer as duas últimas palavras, pois seria estranho, como agora.

- Não foi nada demais. Já passou. - forço um sorriso - E também, as rosas ficaram bem melhores com as pernas do banco. - o faço observar a roseira com algumas rosas sendo apoiadas pelas pernas de madeira - Vamos, junte as mãos. - ele inclina a cabeça confuso - Eu preciso daquelas vasos, Collin. - aponto para o alto da prateleira. Ele aparece entender o que quero dizer juntando as duas mãos firmes se preparando.

Ponho meu pé direito em suas mãos segurando seus ombros sendo impulsionada para cima pegando o primeiro vaso.

- Não me deixe cair! - aviso tentando me equilibrar para pegar o segundo vaso.

- Pegue logo esses vasos! - o sinto soltar uma das mãos me segurando apenas com uma mão e com a outra minha panturrilha. Ainda não entendo o porque fico tão desconfortável quando ele me toca.

Vai ver minhas panturrilhas são sensíveis.

Pego os dois vasos pulando de volta no chão com cuidado para não deixá-los cair. Os coloco em um canto o agradecendo pela ajuda e iniciando outro assunto.