Capítulo 5

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Você sabe que não devia acordar sair da cama nem da sua própria casa quando o dia já começa com sua pia quebrando e você tendo que se molhar por inteira com a água fria inundando todo o seu banheiro. Hoje faz duas semanas que cheguei e desde a discussão com Corbin na cozinha, não temos trocado nem olhares. Sinto que se passaram meses e me sinto estranha por isso.

- Use o banheiro do corredor, querida. - comenta tia Rita assim que o mecânico começa a fazer o seu trabalho - Banheiros que não faltam nesta casa.

Suspiro pegando minha toalha e minhas roupas indo em direção ao banheiro do corredor dos quartos. Giro a maçaneta várias vezes e só na terceira tentativa percebo que está trancado. Apesar de ser verão, a água fria que colava meu pijama colar em minha pele me fazia estremecer e eu só pensava em uma ducha quente para melhorar o meu dia que não podia ficar pior. Me animo assim que vejo a porta sendo destrancada e dou um pulo para trás quando vejo Corbin sair apenas com uma toalha enrolada na cintura.

Ele esfrega os cabelos úmidos com outra toalha menor franzindo a testa em confusão. Sem olhá-lo nos olhos, entro rapidamente no banheiro tracando a porta fortemente. Talvez o meu dia tenha melhorado um pouco com aquilo.

- Uau! - solto um suspiro ao encostar as costas na parede gelada lembrando daquela imagem nada inocente em minha mente. Balanço a cabeça tentando me livrar de certos pensamentos rapidamente me preparando para um longo banho.

- Bom dia. - me sento ao lado de Rita sevindo meu café da manhã assim como todos ali.

- Macacão de novo, Taylor? - suspiro com seu sorriso debochado ao olhar meu macacão jeans folgado.

- Eu gosto, Vick. - coloco um suco no meu copo. Não estava afim de aturar os comentários negativos da minha própria irmã em relação a minha vestimenta.

- Você e essas suas roupas de rippie.

- Está mais para o Detona Ralph. - Cerro os olhos para ele, enquanto os dois sorriam.

- Crianças, parem e vão se arrumar. - levanta elegantemente da cadeira.

- Pra onde vamos? - nos atentamos.

- A umas das instituições que eu ajudo. - sorri para nós três.

- Titia, por favor, sabe que eu não me dou bem com crianças ou bichinhos. - faz careta. Como ela pode pensar algo assim?

- Tem medo de que eles possam sujar suas roupas de grife ou arrancar seu aplique? - indago ironicamente a vendo rolar os olhos.

- Não gosto de vê-los chorando e soltando catarro, são bonitinhos, mas nojentos. - termina de beber seu suco.

- Você já foi assim, sabia?_ Rita ergue a sobrancelha sorrindo.

- Falou muito bem, tia. Já fui. - come um pedaço de torrada com geleia.

- Mesmo assim, já sabe. Todos vão. Quero os três prontos em 10 minutos. - sobe para seu quarto.

Eu amo crianças e animais, no entanto, não quero jogar isso ao vento demonstrando essa imagem carinhosa e afetiva minha, até porque, a maioria não soube lidar nem valorizar esse meu lado, então não tem porque mostrá-lo logo para Victoria e o namorado. Fomos todos no mesmo carro, não estava muito com cabeça para conversar como os três ao meu lado. Chegando no Animal Rescue League of Boston, um lar para a adoção de gatos, já posso sentir a alergia e frustração de Vick começar a atacar.

Um Erro No Fim Do VerãoDove le storie prendono vita. Scoprilo ora