Crise

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Capítulo 31

Rafael tinha levado Henrique para passear, quando o trouxe pra casa eu tentei não conversar muito com ele. Estava com muitas coisas em minha cabeça e a consciência começava a pesar quando eu olhava em seus olhos azuis. Não sei se ele percebeu, provavelmente sim já que eu sou a quem sempre tenta algo a mais e cara, que pessoa horrível eu estou sendo, não?

No outro dia, Rafael e Felipe saíram juntos e resolveram levar Henrique com eles. Foi difícil disfarçar enquanto estava em sua presença, não que eu tenha resolvido parar de tentar resolver o que sentimos um pelo o outro, mas a questão é que eu precisava me resolver com minha consciência pra saber se conseguiria continuar com tudo.

O relógio marcava 15 horas quando a campainha tocou. Os garotos não tinham voltado e eu estava assistindo um filme na sala. Levanto do sofá tomada por um preguiça enorme quando ando até a porta para ver quem era, não consegui esconder a surpresa e desgosto ao abrir a porta e ver quem estava ali.

- Posso ajudar? – arqueio uma sobrancelhas – Rafael ainda não voltou, se é o que quer saber.

- Não. – aquela voz irritante diz autoritária me encarando com um seriedade que nunca vi vindo dela – Meu assunto é com você.

- Não consigo imaginar qual assunto teríamos em comum. – cruzo os braços sustentando seu olhar.

- Posso entrar? – indaga arqueando uma sobrancelha debochada. Dou passagem e fecho a porta quando ela passa.

- Não vou lhe oferecer nada porque eu realmente não estou afim de ter sua presença por muito tempo. – declaro sincera.

- Não esperava menos de você.

- Ok, o que você quer? – reviro os olhos e suspiro.

- Antes de tudo eu quero lhe fazer uma pergunta... – arqueio uma sobrancelha a incentivando continuar – Você acha que eu sou otária ou algo do tipo?

- Não sei se devo responder o que eu realmente acho... – franzo o cenho. Ela bufa.

- Eu sei o que está acontecendo entre você e o Rafael. – franzo a testa – Eu vi vocês na noite do seu aniversário e eu sei que isso não é de hoje.

Tá, nunca esperaria ela me dizer isso. Então, é obvio, não soube o que responder.

- Agora me diga Sofia, como você deita a cabeça no travesseiro a noite? – ela sorri sem humor.

- Em fronhas de seda, penas de ganso e bordados em fios de ouro. – respondo sarcástica. Ela arqueia uma sobrancelha e eu reviro os olhos – O que você quer que eu diga?

- Eu quero que você tenha um pouco de senso e seriedade para que possamos conversar como duas pessoas adultas. – diz ela enfezada.

- Sayuri, eu não tenho nada pra lhe dizer sobre isso. – cruzo os braços por não saber o que fazer com as mãos – Essa conversa não deveria estar sendo comigo, eu e você não temos nenhum compromisso e eu não lhe devo nenhuma explicação.

- Mas me deve respeito. - diz séria – Não apenas por ser irmã de um grande amigo meu, mas por acima de tudo ser mulher. – ela suspira – Você não pode estar cem por cento tranquila com isso, sério, você está ficando com um cara compromissado, quão mau caráter você consegue ser?

Franzo a testa unindo as sobrancelhas sentindo um incômodo horrível no peito.

- Minha história com Rafael é mais do que isso, você sabe.

- Sua história com o Rafael já terminou, entenda! – ela se aproxima – Eu o amo e você não pode estragar isso!

- Eu não estou estragando nada! – praticamente grito – Você não tem o direito de me acusar, não te devo nada! – bufo.

- Sofia, eu não quero ter que ser mais clara que isso. – ela arqueia a sobrancelha num gesto ameaçador, ou pelo menos tentou– Se afaste do Rafael.

Suspiro e uma raiva vence o sentimento de culpa.

- Não se humilhe assim mulher! – quase grito – Quem te deve respeito e explicação é ele não eu. – bufo – Sei que estou sendo uma pessoa horrível e não queria estar no seu lugar, mas porra! Eu o amo também e se ele aceitou viver assim, acha que vale a pena essa discussão?

Sayuri franze o cenho irritada, sua narina estava dilatada e ela cerrava os punhos me encarando com uma raiva quase palpável.

- Acha que uma amante tem futuro? – ela debocha.

- Acha que se ele te amasse ele teria uma amante? – devolvo o deboche.

Nos encaramos por um bom tempo sem falar nada.

- Você não vai desistir, não é? – indaga com a testa franzida.

Aí está a questão, eu iria?

- Você acha que tem chance com a nossa história? – pode parecer prepotência mas era uma dúvida real.

- É comigo que ele está, não é? – franzo a testa me dando conta de uma coisa.

- Eu não acredito que estou discutindo, me rebaixando nesse nível por causa de homem. – bufo pra mim mesma.

- Eu não vou desistir e espero que você tenha o caráter de se afastar e não destruir uma relacionamento por puro egoísmo. – Sayuri me encara e eu resolvi não responder mais nada. Pra mim aquele era o fim do assunto. Não iria me rebaixar mais do que isso.

Deixo ela sair da minha casa sem responder, talvez, na cabeça dela, Sayuri tenha "ganhado" a discussão. Não que eu me importasse, já que me sentia um pessoa suja, mau caráter e traidora. Droga, eu estava mais confusa do que antes, minha consciência pesava tanto que eu comecei a senti uma leve dor de cabeça.

E pronto, era só o que eu precisava. Um crise de consciência. 


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Como estamos, minhas gatEnhas?

Beijos, queijos e fui!

PS: Att dupla, hein?

Maldita Aposta! - Book 2 ➼ CellbitWhere stories live. Discover now